O misticismo no futebol vai muito além de superstições simples e envolve números de camisas que carregam histórias sombrias de fracassos e tragédias. Alguns números específicos ganharam reputação de “amaldiçoados” depois que grandes jogadores falharam ao usá-los ou eventos trágicos marcaram sua história.
- Clubes que aposentaram números definitivamente após tragédias ou por respeito a ídolos falecidos
- A maldição da camisa 7 do Manchester United que afetou vários craques após Cristiano Ronaldo
- Casos curiosos em grandes times como Barcelona, PSG e Corinthians com números específicos
A maldição da camisa 7 do Manchester United pós-Cristiano Ronaldo
Cristiano Ronaldo deixou o Manchester United em 2009 como uma lenda, mas a famosa camisa 7 passou a ser um fardo pesado para seus sucessores. Desde então, nenhum jogador conseguiu fazer jus ao número que já foi usado por George Best, Eric Cantona e David Beckham.
Michael Owen foi o primeiro a tentar, mas sofreu lesões constantes e nunca se adaptou ao clube. Antonio Valencia usou o número por uma temporada e teve desempenho medíocre, sendo posteriormente transferido para a lateral direita.
Angel Di María vestiu a 7 por apenas uma temporada frustrante antes de ser vendido ao PSG. Memphis Depay também fracassou completamente com o número, sendo emprestado e depois vendido sem deixar marcas positivas no clube inglês.
Qual número de camisa o Barcelona considera amaldiçoado
O número 12 do Barcelona carrega uma reputação peculiar entre jogadores e torcedores catalães. Thierry Henry, um dos maiores atacantes da história, teve uma das piores fases da carreira justamente ao usar essa numeração no clube espanhol.
Rafinha, filho de Mazinho, também enfrentou problemas constantes de lesão sempre que vestia a camisa 12. O jovem brasileiro nunca conseguiu estabelecer sequência no time titular durante os períodos em que usou esse número.
Atualmente, o clube evita entregar o número 12 para jogadores considerados fundamentais no elenco. A diretoria prefere reservar a numeração para atletas em início de carreira ou em situação de empréstimo.
Como o PSG criou a superstição em torno da camisa 10
O número 10 do PSG passou por uma sequência impressionante de fracassos entre 2013 e 2017 que criou uma atmosfera de desconfiança em relação ao número. Zlatan Ibrahimović foi o último a usar a camisa com sucesso real antes dela se tornar “problemática”.
Javier Pastore nunca conseguiu justificar as expectativas ao usar a 10, sendo constantemente criticado por inconsistência. Depois dele, nenhum jogador de linha quis assumir a responsabilidade do número durante várias temporadas.
A chegada de Neymar em 2017 quebrou oficialmente a “maldição” da camisa 10 do PSG. O brasileiro não apenas aceitou o desafio como transformou o número novamente em símbolo de prestígio no clube parisiense.
Leia também: As superstições mais estranhas de craques do futebol mundial
Corinthians e o trauma histórico com a camisa 24
Sócrates usou a camisa 24 no Corinthians durante os anos dourados da Democracia Corintiana, tornando o número eternamente ligado ao ídolo. Após sua morte, o clube realizou homenagens para o jogador.
A decisão foi unânime entre diretoria, comissão técnica e torcida organizada. O número 24 representa não apenas um jogador excepcional, mas toda uma filosofia de futebol e comportamento social que marcou a história do clube.
Diferente de outros casos de aposentadoria, a camisa 24 do Corinthians nunca gerou polêmica ou questionamentos. A identificação entre Sócrates e o número foi tão forte que sua retirada pareceu natural para todos os envolvidos.
Que outros números são evitados por superstição no futebol
O número 13 é tradicionalmente evitado por muitos jogadores devido à superstição universal sobre esse numeral. Clubes como Milan e Real Madrid frequentemente pulam o 13 na numeração oficial para evitar problemas com atletas supersticiosos.
Em algumas culturas, o número 4 também é considerado de azar e evitado por jogadores orientais. Clubes com grande presença de atletas asiáticos costumam respeitar essa crença cultural na distribuição das camisas.
O número 17 ganhou má reputação em alguns clubes europeus após uma série de coincidências envolvendo lesões graves. Embora não tenha base científica, a superstição se espalhou entre jogadores e comissões técnicas.
Existe fundamento científico para as maldições de números
Psicólogos esportivos explicam que a crença em números amaldiçoados pode afetar realmente o desempenho dos atletas. A pressão psicológica criada pela superstição gera ansiedade que interfere na performance em campo.
Jogadores que acreditam estar usando um número “amaldiçoado” tendem a entrar em campo com expectativas negativas. Essa mentalidade derrotista pode se tornar uma profecia autorrealizável, causando erros que confirmam a superstição.
Por outro lado, atletas que não acreditam em superstições costumam ter vantagem psicológica sobre aqueles que se deixam influenciar. A confiança na própria capacidade supera qualquer influência mística imaginária.
Por que clubes aposentam números de grandes ídolos
A aposentadoria de números serve como forma de homenagem perpétua a jogadores que marcaram época nos clubes. Essa prática demonstra reconhecimento institucional pela contribuição excepcional do atleta à história da equipe.
Clubes tradicionais usam a aposentadoria de números como estratégia de marketing e fortalecimento da marca. A criação de lendas e mitos em torno de numerações específicas aumenta o valor sentimental e comercial das camisas.
A decisão de aposentar um número geralmente passa por votação interna envolvendo diretoria, ex-jogadores e representantes da torcida. O processo busca consenso para evitar polêmicas futuras sobre a escolha.
Como superstições afetam o mercado de transferências
Empresários de jogadores frequentemente consideram a numeração disponível como fator nas negociações de transferência. Atletas supersticiosos podem rejeitar propostas de clubes que não oferecem o número desejado.
Clubes inteligentes usam a disponibilidade de números prestigiosos como atrativo para convencer jogadores indecisos. A promessa de usar a camisa 10 ou 7 pode inclinar a balança em negociações disputadas.
Por outro lado, a reputação negativa de certos números pode complicar contratações importantes. Jogadores que conhecem histórias de fracassos associadas a numerações específicas tendem a evitá-las.
Entre mitos e realidade, os números seguem influenciando carreiras
- A superstição em torno de números de camisas tem base psicológica real e pode afetar o desempenho dos jogadores em campo
- Clubes como Manchester United, Barcelona e Corinthians têm histórias específicas que criaram reputações negativas para certas numerações
- A aposentadoria de números serve tanto para homenagear ídolos quanto para evitar pressões desnecessárias sobre novos jogadores