O torneio de Wimbledon, reconhecido mundialmente como o mais tradicional do tênis, passa por uma transformação significativa em 2025. Após quase um século e meio de história, o evento deixa de contar com os juízes de linha, figuras emblemáticas que faziam parte do ritual das partidas. A partir deste ano, a função de indicar se a bola está dentro ou fora da quadra será totalmente automatizada, utilizando sistemas de inteligência artificial e câmeras de alta precisão.
Essa mudança acompanha uma tendência já observada em outros torneios de Grand Slam, como o Aberto da Austrália e o US Open. O objetivo principal é aumentar a precisão das decisões e garantir maior justiça nas partidas, eliminando possíveis erros humanos. A substituição dos tradicionais árbitros de linha por tecnologia representa um marco no uso da inteligência artificial no esporte, especialmente no tênis.
Como funciona a inteligência artificial em Wimbledon?
A adoção da inteligência artificial em Wimbledon envolve um sistema composto por 12 câmeras estrategicamente posicionadas ao redor da quadra. Esses equipamentos monitoram cada movimento da bola e dos jogadores, capturando imagens em alta velocidade e reconstruindo as jogadas em três dimensões. O sistema é capaz de identificar, com precisão superior à percepção humana, se a bola tocou dentro ou fora das linhas, além de detectar eventuais infrações, como pisar na linha durante o saque.
O processo é realizado em tempo real, permitindo que as decisões sejam comunicadas instantaneamente aos jogadores e ao público. O árbitro de cadeira, que permanece com a função de supervisionar o jogo, agora atua como um gestor de dados, validando as informações fornecidas pela tecnologia e mantendo a dimensão humana necessária para situações que exigem interpretação contextual das regras.

Quais são os impactos da tecnologia no papel dos árbitros?
Com a implementação da inteligência artificial, o papel dos árbitros no tênis passa por uma redefinição. Os juízes de linha, que antes eram responsáveis por sinalizar bolas fora e outras infrações, deixam de atuar nas partidas. Por outro lado, o árbitro de cadeira assume uma função mais analítica, interpretando dados e tomando decisões com base nas informações tecnológicas recebidas.
- Interpretação de dados: O árbitro precisa compreender e validar as informações fornecidas pelo sistema automatizado.
- Gestão do ambiente: A presença humana continua essencial para lidar com situações de tensão entre jogadores e aplicar as regras de forma contextualizada.
- Redução de erros: A tecnologia minimiza falhas de julgamento, contribuindo para partidas mais justas.
Essa transição também reflete uma tendência observada em outras profissões, onde a inteligência artificial assume tarefas repetitivas e de precisão, enquanto o ser humano permanece responsável por decisões que exigem sensibilidade e interpretação.
Como a inteligência artificial está transformando outros esportes?
O uso de inteligência artificial não se limita ao tênis. No futebol, por exemplo, a tecnologia já faz parte do cotidiano dos gramados, principalmente com o uso do VAR (árbitro assistente de vídeo). Recentemente, sistemas automatizados baseados em IA vêm sendo utilizados para marcar impedimentos, rastreando jogadores e a bola com câmeras de alta precisão e sensores integrados.
- As câmeras acompanham 29 pontos do corpo de cada atleta, coletando dados dezenas de vezes por segundo.
- Um sensor na bola registra o momento exato do passe, facilitando a identificação de impedimentos em tempo real.
- O processo é realizado em poucos segundos, agilizando as decisões e reduzindo o tempo de espera para jogadores e torcedores.
Além da arbitragem, clubes de futebol utilizam algoritmos avançados para analisar padrões de comportamento das equipes, antecipar movimentos dos adversários e sugerir estratégias em tempo real. Essas ferramentas auxiliam técnicos e jogadores na tomada de decisões durante as partidas, tornando o esporte mais dinâmico e estratégico.