Praticar atividades físicas pode ser um desafio adicional para quem convive com a asma, uma condição respiratória que afeta milhões de pessoas no Brasil e no mundo. A doença, caracterizada pelo estreitamento das vias aéreas e produção de muco, pode dificultar a respiração, especialmente durante exercícios intensos. Mesmo assim, manter-se ativo é possível e, em muitos casos, benéfico para o controle dos sintomas, desde que sejam adotados cuidados específicos.
Dados recentes do Ministério da Saúde apontam que cerca de 20 milhões de brasileiros convivem com a asma em 2025, e a preocupação com a prática de esportes é comum entre esses indivíduos. O receio de desencadear crises durante treinos de alta intensidade ou atividades cardiovasculares faz parte da rotina de quem precisa lidar com a doença. No entanto, estratégias adequadas podem permitir a participação em diversas modalidades esportivas, promovendo qualidade de vida e bem-estar.

Como a asma afeta a prática de exercícios físicos?
A asma pode se manifestar de diferentes formas durante a atividade física. O esforço intenso, especialmente em ambientes frios, secos ou poluídos, tende a aumentar o risco de sintomas como falta de ar, chiado no peito e tosse. Além disso, existe a chamada asma induzida por exercício (AIE), quando o próprio movimento físico desencadeia o estreitamento das vias respiratórias. Outra condição relacionada é a broncoconstrição induzida por exercício (BIE), que pode ocorrer até mesmo em pessoas sem diagnóstico prévio de asma.
Estudos indicam que até 90% dos indivíduos com asma sintomática apresentam BIE, mas essa condição também pode afetar entre 5% e 20% da população geral. Por isso, compreender os sinais de alerta e adotar medidas preventivas é fundamental para garantir a segurança durante os treinos.
Quais cuidados são essenciais para quem tem asma e deseja se exercitar?
Antes de iniciar qualquer rotina de exercícios, é indispensável que a pessoa com asma tenha um plano de controle elaborado em conjunto com um profissional de saúde. O acompanhamento médico permite identificar os gatilhos individuais e ajustar o tratamento conforme necessário. Além disso, alguns cuidados práticos podem fazer diferença:
- Aquecer e resfriar: Realizar aquecimento antes e alongamento após o treino ajuda a preparar o organismo e reduzir o risco de sintomas.
- Ambiente adequado: Optar por locais fechados em dias frios, secos ou com alta poluição pode minimizar crises.
- Hidratação: Manter-se hidratado é importante para o bom funcionamento do sistema respiratório.
- Uso de máscara: Em ambientes externos, cobrir boca e nariz pode aquecer e filtrar o ar inalado.
- Reconhecer sinais de alerta: Tosse persistente, falta de ar intensa, chiado forte ou dor no peito indicam a necessidade de interromper o exercício e buscar orientação médica.