O universo do futebol costuma valorizar estratégias táticas, motivação e resultados imediatos. No entanto, personagens como Ted Lasso, protagonista da série homônima, apresentam uma abordagem de liderança que contrasta com práticas tradicionais, especialmente no contexto brasileiro. A série, lançada em 2020, mostra um treinador americano sem experiência no futebol europeu, mas que conquista respeito e resultados através de métodos pouco convencionais.
Enquanto muitos técnicos brasileiros priorizam cobranças intensas e foco exclusivo em desempenho, a filosofia de Ted Lasso se destaca por valorizar o ser humano por trás do atleta. Essa diferença de perspectiva levanta questões sobre o que realmente significa liderar uma equipe esportiva de forma eficaz e duradoura.
Como Ted Lasso redefine o conceito de liderança esportiva?
Ao contrário dos modelos tradicionais, Ted Lasso aposta em empatia, escuta ativa e construção de confiança. Ele demonstra que liderar não se resume a impor regras ou estratégias, mas envolve criar um ambiente onde cada jogador se sente valorizado e ouvido. Essa abordagem permite que atletas desenvolvam não apenas suas habilidades técnicas, mas também aspectos emocionais e sociais.
No futebol brasileiro, ainda é comum ver treinadores que centralizam decisões e mantêm uma distância hierárquica dos jogadores. Ted Lasso, por sua vez, incentiva o diálogo aberto e a colaboração, promovendo uma cultura de pertencimento e responsabilidade coletiva. Isso favorece a formação de equipes mais unidas e resilientes diante de desafios. Exemplos pontuais em clubes do Rio de Janeiro e de São Paulo mostram que iniciativas de gestão mais humanizada começam a ganhar espaço, mas ainda são exceção.
Quais lições de Ted Lasso podem transformar o vestiário brasileiro?
Entre as principais lições que Ted Lasso oferece, destaca-se a importância do feedback construtivo. Em vez de críticas destrutivas, ele utiliza elogios sinceros e orientações claras para estimular o crescimento individual. Essa prática contribui para o desenvolvimento da autoconfiança e reduz o medo de errar, algo que ainda é um desafio em muitos clubes do Brasil.
Outra lição relevante é a valorização da diversidade dentro do elenco. Ted Lasso reconhece as diferenças culturais, emocionais e técnicas de cada atleta, adaptando sua liderança para potencializar o melhor de cada um. Essa sensibilidade é pouco explorada por técnicos brasileiros, que muitas vezes adotam um padrão único de tratamento para todos os jogadores. Iniciativas recentes em clubes como o Atlético Mineiro, por exemplo, começam a mostrar avanços ao promover programas de inclusão e apoio psicológico aos atletas.

Por que a abordagem de Ted Lasso ainda não é comum no futebol brasileiro?
O futebol nacional é marcado por uma cultura de resultados imediatos e pressão intensa da torcida e da imprensa. Esse ambiente dificulta a adoção de métodos mais humanos e pacientes, como os de Ted Lasso. Muitos técnicos temem perder autoridade ou serem vistos como frágeis ao demonstrar empatia e flexibilidade.
Além disso, a formação de treinadores no Brasil ainda privilegia aspectos táticos e físicos, deixando de lado o desenvolvimento de competências emocionais e relacionais. A falta de exemplos de sucesso com abordagens alternativas também contribui para a resistência à mudança. Vale destacar que em alguns cursos promovidos pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol), já existe um movimento para incluir módulos relacionados à inteligência emocional e gestão de pessoas, o que aponta para um futuro mais promissor.
Como a liderança positiva pode impactar o desempenho das equipes?
Estudos recentes mostram que ambientes de trabalho saudáveis e lideranças empáticas aumentam o engajamento e a produtividade dos times. No futebol, isso se traduz em jogadores mais motivados, menos propensos a lesões emocionais e com maior capacidade de superação em momentos de crise.
A liderança positiva, como a praticada por Ted Lasso, estimula a autonomia e a criatividade dos atletas, fatores essenciais para enfrentar adversidades dentro e fora de campo. Esse modelo favorece a construção de equipes mais coesas e preparadas para lidar com as oscilações naturais do esporte.
O que técnicos brasileiros podem aprender com Ted Lasso para o futuro?
O exemplo de Ted Lasso sugere que a combinação de competência técnica com habilidades humanas pode ser o diferencial para o sucesso sustentável. Técnicos brasileiros que incorporarem práticas como escuta ativa, valorização da diversidade e feedback positivo tendem a formar grupos mais resilientes e inovadores.
À medida que o futebol evolui, cresce a demanda por líderes capazes de inspirar e transformar pessoas, não apenas resultados. Adotar elementos da filosofia de Ted Lasso pode ser um passo importante para renovar a cultura do futebol brasileiro e preparar as próximas gerações de atletas e treinadores. A realização de eventos como o Congresso Internacional de Futebol no Brasil já começa a abrir espaço para discussões sobre gestão de pessoas e liderança humanizada no esporte.
Perguntas e respostas
- Quem é Ted Lasso?
É um personagem fictício, treinador de futebol americano, que assume um time de futebol inglês na série de mesmo nome. - Qual a principal diferença entre Ted Lasso e técnicos tradicionais?
Ted Lasso prioriza relações humanas e bem-estar emocional, enquanto muitos técnicos tradicionais focam apenas em resultados e disciplina rígida. - Existe algum técnico brasileiro que adote práticas semelhantes?
Até 2025, são raros os exemplos, mas alguns treinadores começam a valorizar aspectos emocionais e comportamentais em suas equipes, especialmente em grandes cidades como Belo Horizonte e Rio de Janeiro. - Como a liderança empática pode influenciar o futebol?
Pode melhorar o clima do vestiário, aumentar a motivação dos jogadores e criar times mais resilientes diante de adversidades. - O que impede a adoção desse modelo no Brasil?
A cultura de pressão por resultados rápidos e a formação tradicional dos treinadores dificultam a implementação de abordagens mais humanas.