Nos Estados Unidos, o futebol feminino se destaca como uma potência mundial, em contraste com o desempenho do futebol masculino. Este fenômeno não é fruto do acaso, mas sim de uma série de fatores históricos, culturais e políticos. Um dos principais impulsionadores foi a implementação do Title IX, uma lei federal sancionada em 1972, que proíbe a discriminação com base em sexo em qualquer programa educacional que receba financiamento federal.
Embora o objetivo inicial do Title IX não fosse especificamente o esporte, a lei teve um impacto significativo nas oportunidades para meninas e mulheres no esporte, especialmente no futebol. Antes da implementação da lei, a participação feminina em esportes era limitada, mas o Title IX exigiu que escolas e universidades garantissem igualdade de oportunidades, o que levou a um aumento significativo no número de mulheres praticando esportes.
Como o Title IX transformou o futebol feminino?
A implementação do Title IX obrigou instituições educacionais a oferecerem as mesmas oportunidades esportivas para ambos os sexos. Isso resultou em um aumento exponencial no número de mulheres praticando futebol. Em 1971, apenas 700 alunas do ensino médio jogavam futebol nos Estados Unidos. Em 1991, esse número havia saltado para mais de 121 mil, e continuou crescendo nas décadas seguintes.
No nível universitário, o impacto foi igualmente significativo. A quantidade de jogadoras universitárias passou de 313 em 1971 para 28 mil atualmente. Além disso, a oferta de bolsas de estudo para atletas femininas permitiu que muitas mulheres usassem suas habilidades esportivas para acessar o ensino superior, incentivando ainda mais a prática do futebol.

Quais fatores contribuíram para a dominância americana no futebol feminino?
Além do Title IX, outros fatores contribuíram para a dominância dos Estados Unidos no futebol feminino. Nos Estados Unidos, o futebol é visto como um esporte mais igualitário e menos violento em comparação com o futebol americano, o que incentivou a participação feminina. Além disso, enquanto os Estados Unidos promoviam o futebol feminino, muitos outros países enfrentavam proibições ou negligência em relação ao esporte para mulheres.
Países como Brasil, Inglaterra e Alemanha tiveram períodos em que o futebol feminino foi proibido ou desestimulado, o que resultou em uma falta de desenvolvimento e investimento no esporte. Em contraste, nos Estados Unidos, as meninas tinham a oportunidade de jogar e receber treinamento desde jovens, criando um banco de talentos que alimentou a seleção nacional.