Em tempos de desafios globais, como a pandemia, a busca por equilíbrio emocional tornou-se uma prioridade para muitos. A saúde mental não se limita à ausência de transtornos, mas também envolve a capacidade de lidar com sentimentos e situações adversas. As artes marciais, como o kung fu, oferecem uma abordagem única para alcançar esse equilíbrio, combinando disciplina física e mental.
Bianca Tomie, praticante de kung fu há mais de uma década, encontrou na arte marcial uma forma de enfrentar a ansiedade durante o período de vestibular. A prática regular ajudou-a a focar no presente, reduzindo a preocupação com o futuro. Além disso, o kung fu contribuiu para regular seu sono e aumentar sua confiança em diversas áreas da vida, incluindo a transição de carreira para o desenvolvimento de software.
Como as artes marciais influenciam o desenvolvimento pessoal?
O termo “kung fu” em chinês significa “pessoa excelente”, destacando o foco no desenvolvimento pessoal mais do que na luta em si. Segundo Adriano Ropero, mestre de kung fu, o objetivo das artes marciais é suprimir o ego e controlar as emoções durante a execução das técnicas. Essa filosofia pode ser aplicada na vida cotidiana, ajudando a lidar com situações de conflito de maneira estratégica e controlada.
As artes marciais são vistas como uma forma de violência controlada, onde o combate é essencial para o crescimento pessoal. A prática regular não só melhora a condição física, mas também promove o autoconhecimento e a capacidade de enfrentar desafios de forma mais eficaz.

Quais são os benefícios das artes marciais para a saúde mental?
Estudos científicos têm demonstrado que a prática de esportes, incluindo as artes marciais, traz inúmeros benefícios para a saúde mental. De acordo com o professor Ricardo Mario Arida, a atividade física regular ajuda a regular neurotransmissores como a adrenalina e a dopamina, essenciais no tratamento de transtornos como depressão e ansiedade.
Uma pesquisa publicada em 2019 acompanhou atletas de judô e revelou que a prática de lutas aumenta a produção de BDNF, uma proteína associada à plasticidade cerebral. Isso sugere que atividades que exigem técnicas e estratégias, como as artes marciais, ativam mais áreas cerebrais, promovendo bem-estar e saúde mental.
Como as artes marciais podem refletir no dia a dia?
Luciano Nucci, mestre de jiu-jítsu, destaca que o tatame é um espelho da vida. A prática das artes marciais ensina o autoconhecimento e a superação de limitações pessoais. A metodologia aplicada por Nucci envolve paciência e disciplina, preparando os alunos para enfrentar desafios tanto dentro quanto fora do tatame.
As artes marciais também incentivam a organização e a responsabilidade. O comportamento dos alunos durante os treinos muitas vezes reflete suas atitudes na vida cotidiana, promovendo uma transformação pessoal contínua.