Pela primeira vez na história do surfe, a World Surf League (WSL) realizará uma etapa no Oriente Médio. Este evento inédito ocorrerá em Abu Dhabi, aproveitando o avanço das tecnologias de piscinas de ondas. Os surfistas das categorias masculina e feminina terão a oportunidade de competir em uma piscina que representa uma evolução da tecnologia do Surf Ranch, criada pelo lendário surfista Kelly Slater.
A piscina, com 80 milhões de litros de água salgada, foi projetada para ser o cenário de manobras aéreas, tubos e outras técnicas desafiadoras. A tecnologia Kelly Slater Waves, que utiliza um hidrofólio para gerar ondas, é a responsável por essa inovação. Este dispositivo, parcialmente submerso, é conectado a vagões que se movem a cerca de 30 km/h, criando ondas que imitam as do oceano.
Como funciona a tecnologia Kelly Slater waves?
A tecnologia por trás da piscina de ondas em Abu Dhabi é fascinante. O hidrofólio, uma lâmina de 100 toneladas, é puxado por um cabo e seu movimento é influenciado pelos contornos do fundo da piscina. Esses contornos são projetados para simular o fundo do oceano, permitindo que as ondas se desloquem para a direita ou esquerda, dependendo do movimento do hidrofólio.
Com dimensões impressionantes de 690 metros de comprimento por 150 metros de largura, a piscina levou duas semanas para ser preenchida com água salgada. Este ambiente controlado oferece condições ideais para a realização de um campeonato com características únicas e uma janela de competição mais curta.

Quais são as expectativas para os surfistas brasileiros?
O Brasil chega como um dos favoritos para a competição, tendo conquistado três dos quatro títulos disputados entre os homens em edições anteriores. Entre os representantes brasileiros estão Filipe Toledo, Italo Ferreira, João Chianca, os irmãos Samuel e Miguel Pupo, Deivid Silva, Alejo Muniz, Ian Gouveia, Yago Dora, Edgar Groggia e Mateus Herdy. No feminino, Tatiana Weston-Webb e Luana Silva são as representantes.
O formato da competição masculina inclui 12 baterias com três atletas cada, totalizando 36 surfistas. Os vencedores de cada bateria avançam diretamente para as oitavas de final. Cada competidor surfa quatro ondas, duas para a direita e duas para a esquerda, e o somatório das melhores ondas de cada lado é contabilizado.
Como será a competição feminina?
No feminino, o formato é semelhante, mas com um número menor de participantes. As 18 surfistas competem na primeira fase, e as seis melhores avançam diretamente para as quartas de final. As outras 12 disputam uma sessão noturna por duas vagas restantes, tornando a competição ainda mais emocionante.
Este evento em Abu Dhabi representa um marco significativo para o surfe, destacando a capacidade de inovação e adaptação do esporte. A introdução de tecnologias avançadas em locais inesperados abre novas possibilidades para o futuro das competições de surfe.