Pesquisadores do Observatório Keck, nos Estados Unidos, realizaram um avanço significativo na compreensão das estrelas ao captar as vibrações da estrela HD 219134, situada a 21 anos-luz da Terra. Utilizando o Keck Planet Finder (KPF), os cientistas conseguiram identificar o que chamam de “canção única” da estrela, um feito que promete expandir os horizontes da asterossismologia.
O estudo, recentemente publicado no The Astrophysical Journal, representa um marco na análise das oscilações estelares, permitindo aos astrônomos obter informações detalhadas sobre o interior das estrelas. Essas vibrações, semelhantes a uma música, são fundamentais para determinar características como massa, tamanho e idade das estrelas, conforme explica Yaguang Li, autor principal da pesquisa.
Como as vibrações estelares ajudam na compreensão do universo?
As oscilações estelares, ou vibrações, são comparáveis aos terremotos na Terra, pois revelam detalhes internos das estrelas. No caso da HD 219134, mais de 2.000 medições foram realizadas em quatro noites consecutivas, revelando que a estrela possui 10,2 bilhões de anos, o que é mais que o dobro da idade do Sol. Além disso, descobriu-se que seu raio é 4% menor do que se pensava anteriormente.
Essas descobertas desafiam os modelos atuais de estrelas frias e oferecem uma nova perspectiva sobre o envelhecimento estelar. À medida que as estrelas envelhecem, sua rotação desacelera, e esses novos dados ajudam a recalibrar o entendimento desse processo.
O que o ritmo das vibrações estelares revela e quais são as semelhanças com o mundo dos esportes?
Assim como em muitos esportes, onde o ritmo e a precisão são vitais para o desempenho, as vibrações estelares seguem padrões rítmicos que revelam detalhes cruciais sobre a estrela. Tal como um atleta aprimora suas habilidades através de treinamento repetitivo, os astrônomos, ao analisar essas oscilações, estão refinando o conhecimento sobre as estrelas e suas características internas.
Quais são as implicações para a pesquisa de exoplanetas?

A estrela HD 219134 é conhecida por hospedar pelo menos cinco planetas, incluindo dois mundos rochosos superdimensionados. As medições atualizadas permitem refinar os cálculos sobre o tamanho e a densidade desses exoplanetas, sugerindo que eles podem ter composições semelhantes às da Terra.
Essas informações são cruciais para a busca por mundos habitáveis fora do nosso sistema solar. Com o KPF, os cientistas esperam explorar novas estrelas que antes eram consideradas inacessíveis, potencialmente identificando planetas que possam abrigar vida.
Qual é o futuro da asterossismologia e a busca por vida extraterrestre?
O estudo da HD 219134 é apenas o começo de uma nova era na asterossismologia. A capacidade de captar as vibrações de estrelas distantes abre portas para uma compreensão mais profunda da evolução estelar. Essa pesquisa não só aprimora o conhecimento sobre o envelhecimento das estrelas, mas também é um passo importante na identificação de exoplanetas com potencial para abrigar vida.
Com o avanço das tecnologias e instrumentos como o KPF, a exploração de estrelas e seus planetas se tornará cada vez mais precisa. Isso pode levar a descobertas que revolucionarão nosso entendimento do universo e da possibilidade de vida além da Terra.