Nos últimos anos, a tecnologia tem desempenhado um papel crucial na evolução do futebol. O uso de dispositivos como os “sutiãs” com GPS tornou-se comum, mas a inovação não parou por aí. Recentemente, sensores inteligentes desenvolvidos para serem acoplados às chuteiras dos jogadores estão revolucionando a forma como se analisa o desempenho em campo. Criados pela empresa israelense Player Maker, esses sensores já são utilizados por diversos clubes ao redor do mundo.
Esses sensores não apenas capturam dados sobre os movimentos dos jogadores, mas também fornecem informações detalhadas sobre a interação entre o jogador e a bola. Isso inclui a velocidade do chute, o número de toques e a porcentagem de uso do pé dominante. No Brasil, clubes como Fluminense e Atlético-MG já adotaram essa tecnologia, que promete transformar a análise de desempenho dos atletas.
Como funcionam os sensores inteligentes?
Os sensores inteligentes são fixados nas chuteiras dos jogadores, logo abaixo dos tornozelos. Desenvolvidos para suportar condições adversas como chuva, calor e frio, eles são projetados para minimizar o desconforto dos atletas. Ao contrário dos dispositivos de GPS tradicionais, que medem o centro de massa do jogador, os sensores nas chuteiras capturam dados diretamente de cada perna, oferecendo uma análise mais precisa dos movimentos.
Além disso, os sensores são capazes de captar até mil hertz por segundo em acelerações, comparados aos 400 hertz dos dispositivos de GPS convencionais. Isso permite uma coleta de dados mais detalhada e precisa, essencial para a análise do desempenho em campo.

Quais dados os sensores fornecem?
Os sensores inteligentes oferecem uma ampla gama de dados que podem ser divididos em quatro categorias principais: análise física, técnica, tática e de marcha e carga. Na análise física, por exemplo, são medidos a distância percorrida, a velocidade máxima e o número de sprints realizados. Já na análise técnica, são contabilizados o número de toques na bola e a interação com cada perna.
Em termos de análise tática, os sensores permitem mapear a rede de passes e a posse de bola, enquanto a análise de marcha e carga foca no tempo de passada e no ritmo dos jogadores. Esses dados são convertidos em insights por meio de inteligência artificial, oferecendo aos treinadores uma visão abrangente do desempenho dos atletas.
Os sensores podem ser usados em outros esportes?
Embora tenham sido desenvolvidos inicialmente para o futebol de campo, os sensores inteligentes já estão sendo utilizados em outras modalidades esportivas. A seleção argentina de futsal, por exemplo, tem usado essa tecnologia há dois anos. A adaptação para o futsal é possível devido ao design das presilhas, que, apesar de ficarem um pouco mais altas nas chuteiras de quadra, não causam desconforto significativo aos jogadores.
Além do futsal, algumas universidades nos Estados Unidos estão experimentando o uso dos sensores no futebol americano. Isso demonstra a versatilidade da tecnologia, que não depende de infraestrutura de antenas, ao contrário dos dispositivos de GPS, tornando-a ideal para esportes indoor.