Durante uma partida de futebol, os jogadores passam a maior parte do tempo sem a posse da bola. Enquanto atacantes podem ter a bola por cerca de cinco minutos, zagueiros, volantes e laterais têm ainda menos tempo. Isso levanta a questão: o que passa pela mente dos atletas durante o jogo? Segundo especialistas, os pensamentos podem variar de preocupações pessoais a questões profissionais, o que pode impactar diretamente o desempenho em campo.
A concentração é crucial para o rendimento dos jogadores. A falta dela pode levar a erros que são amplamente criticados por torcedores e pela mídia. Esse ambiente de alta pressão pode aumentar a dispersão mental dos atletas, criando um ciclo vicioso que afeta tanto a performance quanto a saúde mental dos jogadores.
Como a saúde mental afeta o desempenho dos jogadores?
A saúde mental é um fator determinante para o desempenho dos atletas. Problemas como ansiedade e estresse podem levar a uma maior incidência de lesões e a uma queda no rendimento. Jogadores como Richarlison, da seleção brasileira, destacam a importância de manter a mente tranquila para maximizar o desempenho em campo.
Nos vestiários, a pressão para manter uma imagem de força e invulnerabilidade é intensa. Isso muitas vezes impede que os jogadores busquem ajuda psicológica, perpetuando o estigma em torno da saúde mental. No entanto, a conscientização sobre a importância desse cuidado tem crescido, com alguns jogadores adotando a terapia como parte de sua rotina.

Por que a terapia ainda é um tabu no futebol?
A terapia ainda enfrenta resistência no mundo do futebol, especialmente entre os homens. Uma pesquisa revelou que a maioria dos homens brasileiros não busca tratamento para questões de saúde mental, mesmo quando diagnosticados com condições como depressão. O machismo e o medo de serem vistos como fracos são barreiras significativas para a aceitação da terapia.
Jogadores como Danilo Luiz e Richarlison, que passaram a adotar a terapia, inicialmente esconderam essa prática por medo de julgamento. No entanto, eles relatam melhorias significativas em suas vidas pessoais e profissionais após começarem o tratamento, destacando a importância de superar o estigma associado à saúde mental.
Quais iniciativas estão sendo tomadas para melhorar a saúde mental no futebol?
Alguns clubes, como o Atlético Mineiro, já oferecem suporte psicológico aos seus jogadores. Treinadores como Gabriel Milito e Dorival Júnior são favoráveis ao cuidado com a saúde mental, embora a prática ainda não seja uma regra em todas as equipes. Danilo Luiz, por exemplo, criou projetos como o Futuro Redondo e o Voz Futura para promover a saúde mental e combater o preconceito em relação à terapia.
Essas iniciativas buscam criar um ambiente mais saudável e acolhedor para os atletas, incentivando-os a buscar ajuda sem medo de julgamento. A conscientização sobre a importância da saúde mental é um passo crucial para melhorar o bem-estar dos jogadores e, consequentemente, seu desempenho em campo.
Como a sociedade pode apoiar a saúde mental dos atletas?
Para apoiar a saúde mental dos atletas, é essencial que a sociedade como um todo adote uma postura mais aberta e compreensiva em relação ao tema. Isso inclui combater o machismo e o estigma associados à terapia, além de promover a importância do cuidado com a saúde mental desde as categorias de base.
Exemplos de jogadores que superaram preconceitos e buscaram ajuda podem servir de inspiração para outros atletas. Ao valorizar a saúde mental, é possível criar um ambiente mais saudável e equilibrado no esporte, beneficiando não apenas os jogadores, mas também a qualidade do espetáculo oferecido aos torcedores.