Recentemente, a surfista olímpica Tatiana Weston-Webb anunciou que foi diagnosticada com burnout, uma condição que a levou a se afastar temporariamente do Circuito Mundial de Surfe. Este caso destaca um problema crescente entre atletas de alto rendimento, que enfrentam pressões intensas e constantes para alcançar resultados excepcionais.
O burnout é uma síndrome caracterizada pela exaustão física, mental e emocional, resultante de uma exposição prolongada ao estresse. No esporte, essa condição é frequentemente desencadeada por demandas excessivas e expectativas elevadas, tanto internas quanto externas. A decisão de Tatiana reflete uma tendência crescente de atletas priorizarem a saúde mental em suas carreiras.
O que é o burnout e como ele afeta os atletas?
O burnout foi reconhecido como uma doença ocupacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2022. Ele se manifesta através de sintomas emocionais, como a perda de entusiasmo por atividades antes prazerosas, e sintomas comportamentais, como o afastamento social e a procrastinação. Entre atletas, a pressão por resultados e a constante exposição midiática podem agravar esses sintomas.
Casos de burnout não são exclusivos do surfe. Atletas de diversas modalidades, como a ginasta Simone Biles, também já enfrentaram essa condição. A psicóloga Gabrielle Barcelos explica que o esporte de alto rendimento envolve um nível alto de cobrança, que pode levar ao esgotamento mental e físico dos atletas.
Como os atletas podem lidar com o burnout?
Para lidar com o burnout, é crucial que os atletas busquem ajuda profissional e considerem ajustes em suas rotinas. Pausas na carreira, como a de Tatiana, são uma opção, mas não a única. A incorporação de atividades de lazer e descanso, além do suporte psicológico, pode ser igualmente eficaz.
Nem todos os atletas têm a possibilidade de interromper suas carreiras devido a questões financeiras. Portanto, é importante que eles encontrem um equilíbrio entre treinos intensos e momentos de relaxamento, garantindo assim um desempenho saudável e sustentável.

Por que é importante falar sobre saúde mental no esporte?
O aumento das discussões sobre saúde mental no esporte ajuda a desmistificar a ideia de que os atletas são invulneráveis. Reconhecer que eles também enfrentam desafios emocionais é fundamental para promover um ambiente esportivo mais saudável e humano.
Após o anúncio de Tatiana, diversos atletas e entidades esportivas expressaram apoio, destacando a importância de cuidar da saúde mental. O apoio público de figuras como Rebeca Andrade e Filipe Toledo reforça a mensagem de que priorizar o bem-estar mental é essencial para o sucesso a longo prazo.
Qual é o futuro dos atletas que enfrentam o burnout?
O afastamento de Tatiana Weston-Webb do surfe não é um fim, mas um recomeço. Ela planeja retornar ao esporte mais forte e renovada. Esse tipo de abordagem pode servir de exemplo para outros atletas que enfrentam desafios semelhantes.
À medida que mais atletas compartilham suas experiências com o burnout, espera-se que o estigma em torno da saúde mental no esporte diminua. Isso permitirá que mais indivíduos busquem ajuda sem medo de julgamento, promovendo uma cultura esportiva mais inclusiva e compreensiva.