Vítor Pereira explica opção por um ano de contrato e escolha em treinar o Corinthians: ‘Me senti identificado’

O treinador ainda elogiou Fernando Lázaro e falou sobre a relação da Fiel com o Timão

Coletiva Vítor Pereira - Corinthians
Vítor Pereira durante coletiva do Timão (Foto: Rodrigo Coca / Agência Corinthians)

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Desde o anúncio da chegada de Vítor Pereira, era esperado que o português firmasse vínculo com o Corinthians por dois anos. Mas todos foram pegos de surpresa quando o clube anunciou contrato com o profissional de 53 anos até 31 de dezembro de 2022.

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Durante sua coletiva, Pereira explicou que um trauma na Arábia Saudita o fez aceitar contratos com duração de apenas uma temporada.

- Tenho tomado algumas decisões na minha vida que são intuitivas, emocionais. Para me convencerem, é preciso apelar ao meu sentimento. Fui para a Arábia com dois anos de contrato, e no final do primeiro quis ir embora. Paguei uma multa no ano de contrato. Nunca mais voltei a fazer contratos com longa duração, porque preciso chegar ao final da temporada e perceber se estou feliz, se o clube está feliz comigo. Se estivermos ambos satisfeitos com o trabalho que estamos a desempenhar juntos, se houver a sintonia, não há problema nenhum, e renovo o contrato. Se não me sentir feliz, ou o clube não estiver feliz, vamos amigos - disse o treinador.

Sempre de olho no futebol inglês, onde na opinião de Pereira está o melhor campeonato, ele contou que já esteve acertado para treinar na Inglaterra em dois momentos de sua carreira, mas acabou não dando certo.

Agora no Brasil, o português disse que a falta de confiança nos treinadores, especificamente os estrangeiros, sempre foi uma barreira no passado para ele aceitar convites de clubes brasileiros. Contudo, a confiança da diretoria e o amor dos torcedores o fizeram aceitar o convite do Timão.

- Olho muitas vezes ao Brasil e questionava vir ao Brasil. O projeto é sempre para fazer algo, mas em dois, três meses, acaba o projeto. Essa falta de consistência e segurança, vista de longe, no sentido de ir e ter tempo de consolidar um trabalho, foi sempre algo que me deixou com um pé atrás. O fato de vir ao Brasil, deixar a família, tinha que ser uma coisa que eu sentisse segurança nas pessoas, identificação de valores e paixão da torcida. Vim porque me senti identificado com as pessoas do clube e a paixão dos adeptos. Essa identificação me fez dizer sim - confessou.

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Vítor Pereira também revelou uma conversa inicial com a diretoria sobre a torcida. Ele teve um gostinho da paixão da Fiel quando acompanhou a vitória do Timão contra o Red Bull Bragantino.

- Conversei com o Duílio e o Alessandro. A honestidade, o caráter da torcida, de gente que vive o futebol e o clube como se mais nada existisse. Fazendo do clube a própria família. Quando a torcida cobra? Quando não somos iguais a nós próprios, quando não damos tudo, quando sentimos que ficou alguma coisa. Isso não pode. O nosso compromisso é dar tudo de nós. Se isso acontecer, aquilo que vi será confirmado. Estão ali para apoiar. Se cobrarem, é porque não gostaram. E se não gostaram, é porque não deixamos tudo dentro de campo - afirmou.

Durante a preparação para o Majestoso, o Corinthians inscreveu mais sete jogadores da base na Lista B do Paulistão. O português contou que gosta de trabalhar com jogadores jovens, e disse contar com equilíbrio no elenco para construir uma boa equipe.

- Treinar também é ensinar. Podemos ensinar jovens de 20 anos, como também os mais experientes. Há sempre pormenores, coisas importantes que se vão transmitindo. O jovem para mim, gosto muito de trabalhar com miúdos, porque normalmente não precisa desmontar, com miúdos é mais fácil montar. Enquanto que um jogador experiente tem coisas adquiridas que não estão de acordo com o que entendemos. Claro que muitas vezes falta a experiência dos jogadores mais velhos. É o equilíbrio entre os mais experientes e jovens que se constrói uma equipe forte - ponderou.

Por fim, Vítor Pereira agradeceu seus antecessores (Sylvinho e Fernando Lázaro) pelo trabalho feito, e revelou que vai contar com Lázaro nessa transição de comando.

- Agradeço ao Fernando, e mesmo ao Sylvinho, pelo trabalho que fizeram. O Fernando nessa transição conseguiu resultados, vamos ver se eu consigo (risos). É uma mais-valia que está ao meu lado, e vou poder contar com ele. Excelente pessoa, conhecedor, e vamos evoluir juntos - encerrou.

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