‘Temos de modificar valores’, afirma dirigente da natação sobre igualdade de gêneros

Em entrevista ao LANCE!, superintendente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos acredita que o esporte deve servir como agente social na luta por direitos iguais

Natação
No Mundial em piscina curta de 2014, o Brasil foi campeão no revezamento misto (Foto: Satiro Sodre/SSPress)

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Inovação. Essa é a palavra utilizada pelo superintendente executivo da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Ricardo de Moura, para se referir à criação de provas na natação em que homens e mulheres competem juntos, desde 2010.

Nos Jogos da Juventude daquele ano, em Cingapura, o Comitê Olímpico Internacional acrescentou revezamentos mistos no programa devido à falta do número mínimo de atletas (quatro) para competir nas provas. No Mundial em piscina curta de Doha, no Qatar, em 2014, a competição foi repetida.

– A distância entre gêneros no país era grande, e o revezamento misto ajudou, porque incorporamos um nível mais alto. A aproximação valoriza mais a mulher – disse Ricardo.

Além do revezamento misto na natação, as maratonas aquáticas e os saltos ornamentais também têm disputas em duplas. Outra modalidade que deixou de ser exclusivamente feminina foi o nado sincronizado, desde 2015.

– A natação está na vanguarda e teremos de reinventar o esporte após os Jogos Olímpicos. Qual valor social você tem? Qual sua posição na sociedade e como ela te enxerga? Estamos passando por um momento difícil, e alguns valores terão de ser reajustados. Um deles é a igualdade. Temos de modificar esses valores. A medalha é importante, mas junto com ela devem vir outras coisas. O esporte é democrático por natureza – completou o dirigente.

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