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Sábado vale o ouro! Ex-atletas da Seleção lembram confrontos com a Espanha em Olimpíadas

Decisão deste sábado será o 'tira-teima' entre o Brasil e a Fúria. Até o momento, histórico traz uma vitória para cada lado, mas ex-jogadores depositam fichas nos brasileiros

Brasil e Espanha se enfrentaram anteriormente nas edições de 1968 e 1976 nos Jogos Olímpicos (Montagem LANCE!)
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A final dos Jogos Olímpicos de Tóquio trará um curioso "tira-teima" para Brasil e Espanha. A história das Olimpíadas registra dois confrontos entre as seleções no futebol masculino, com uma vitória para cada lado. Na contagem regressiva para a decisão, que acontecerá neste sábado (7), às 8h30 (de Brasília), no Estádio de Yokohama, ex-atletas olímpicos brasileiros contam ao LANCE! suas recordações de cada duelo.  

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1968 - OLIMPÍADA DA CIDADE DO MÉXICO

A Seleção olímpica partiu para a Cidade do México depositando suas fichas em nomes como o goleiro Getúlio, o meia China e os atacantes Ferretti e Toninho Guerreiro. Considerado uma das esperanças daquela geração, o meia Manoel Maria contou a sensação em torno da competição.

- Eu saí do futebol paraense rumo à Seleção, o que era inédito. Não sabia da dimensão que era jogar uma Olimpíada, do impacto que tinha a competição. Foi tudo muito bonito - revelou. 

Contudo, o então jogador da Tuna Luso guarda uma grande frustração em relação a este duelo com a Fúria. Aos 44 minutos do primeiro tempo, Manoel Maria recebeu cartão vermelho.

- Uma pena que aconteceu essa expulsão. Faltava um minuto para acabar o primeiro tempo e até hoje não entendi o motivo dela! Eu estava bem na partida, a gente estava batalhando, tinha condições de ganhar - afirmou o ex-jogador, que posteriormente se consagrou ao atuar no Santos ao lado de Pelé, Clodoaldo e Edu e, além disto, foi cotado para disputar a Copa de 1970.

De acordo com jornais da época, o árbitro israelense Abraham Klein expulsou corretamente Manoel Maria. O meia deu um pontapé no espanhol Fernández.

Com um jogador a menos, o Brasil lutou o quanto pôde, mas não evitou a derrota por 1 a 0. Fernández, em um chute cruzado, garantiu a vitória da Fúria.

No jogo seguinte, o Brasil comandado por Marão teve uma atuação morna contra o Japão e ficou no empate em 1 a 1. Uma igualdade em 3 a 3 com a Nigéria desclassificou a Seleção Brasileira ainda na primeira fase.

1976 - OLIMPÍADA DE MONTREAL

Vitória por 2 a 1 sobre a Espanha iniciou arrancada da equipe que terminou em quarto lugar (Foto: Memória / CBF)

Oito anos depois, a primeira fase da Olimpíada de Montreal reservou mais um confronto entre Brasil e Espanha. A equipe treinada por Cláudio Coutinho levava uma geração de respeito para a edição de 1976.

- Olha, para uma Seleção de base, conseguimos montar o melhor possível. Nós tínhamos o Edinho, Júnior, Batista, Alberto Leguelé, Chico Fraga. Tinha Carlos, que já era ótimo goleiro, a dupla de ataque era o Erivelto e o Santos. Um grupo ótimo, mas ainda amadurecendo - afirmou Rosemiro, lateral-direito daquela geração.

A Seleção vinha de um 0 a 0 com a Alemanha Oriental em sua estreia quando foi a campo medir forças com Espanha. E, de acordo com Rosemiro, ele teve uma motivação maior para o confronto que seria realizado na cidade-sede. 

- O capitão Coutinho falou antes do jogo para mim: "ô, paraense, eu acredito em você". Aquilo trouxe uma energia para mim muito forte. Ao ouvir isto, você foca de vez, dá até as suas últimas forças dentro de campo - acredita o ex-jogador, que conquistou estaduais tanto pelo Palmeiras quanto pelo Vasco.


Aos sete minutos, o lateral aproveitou uma bola lançada por Alberto e mandou para a rede.

- A Espanha sempre foi uma daquelas seleções contra as quais você procurava jogar o seu máximo. Eu era lateral, mas tinha liberdade para investir muito pelas pontas. Quando o Alberto lançou, tive oportunidade de fazer o gol - disse.

Os erros de marcação, entretanto, causaram um susto aos 15 minutos: Idigoras aproveitou espaço entre Edinho e Edval e igualou o marcador. Logo depois, uma pancada na coxa esquerda tirou Rosemiro de campo (Mauro entrou em seu lugar). No segundo tempo, a Seleção Brasileira garantiu a vitória por 2 a 1, quando Chico Fraga converteu pênalti sofrido por Erivelto.

Volante canarinho e alvo da dura marcação da equipe espanhola, Batista não esconde como foi rica a experiência nos Jogos Olímpicos.

- Eu tinha disputado o Pan-Americano (no ano anterior, quando foi campeão com a Seleção) e tinha acabado de me profissionalizar. Aí, o Internacional recebeu o pedido para que eu disputasse a Olimpíada. Era uma época na qual basicamente atletas jovens eram cedidos no Brasil para disputar a competição. Foi desafiador, mas tivemos uma experiência importante - declarou o ex-jogador, que tem em sua história um tricampeonato brasileiro pelo Internacional e passagens por clubes como Grêmio e Palmeiras.

O triunfo por 2 a 1 sobre a Fúria classificou os brasileiros para as quartas de final. Em seguida, a Seleção formada em 1976 foi a primeira a alcançar a semifinal. Contudo, terminou a competição em quarto lugar devido às derrotas para Polônia e União Soviética (ambas por 2 a 0).

Aos olhos de Batista, fez a diferença o fato da equipe brasileira ser repleta de jovens, ao contrário das seleções do Leste Europeu (saiba aqui a trajetória do futebol masculino nas Olimpíadas).

- A nossa Seleção era forte, mas para os padrões de seleções chamadas amadoras na época. Os países do Leste Europeu é que davam um jeito de ter sempre atletas com vasta passagem profissional. Lembro que contra a Polônia, por exemplo, nós enfrentamos o Lato, que tinha sido artilheiro da Copa do Mundo dois anos antes! Jogar contra os poloneses e contra a União Soviética foi muito difícil - e, em seguida, constatou:

- Acredito que em condições como as atuais, que impõem limites para todas as equipes, poderíamos ter um resultado melhor. Mas, de qualquer forma, foi muito importante para a minha carreira disputar aquela Olimpíada. Voltei dos Jogos mais rodado, sem medo - completou.

ESPERANÇA E ATÉ 'DESEJO DE REVANCHE': OPINIÕES SOBRE GRANDE FINAL

Qualidade da Seleção olímpica é destacada, mas duelo com os espanhóis deixa um alerta (MARTIN BERNETTI / AFP)

Prestes ao Brasil reencontrar a Espanha em uma final de Olimpíada, os ex-atletas que já experimentaram esta sensação mostram confiança nos comandados de André Jardine. O ex-meia Manoel Maria confessa que o duelo deste sábado é encarado como a chance de amenizar o quanto está engasgado com o que aconteceu nos Jogos Olímpicos de 1968.

- Olha, a minha torcida é dupla. Gosto muito do time do André Jardine, acredito no futebol do Claudinho, do Antony, do Richarlison... Mas também quero me vingar daquela expulsão que aconteceu no meu jogo contra eles! - afirmou, em tom irreverente.

Já Rosemiro, que guarda na lembrança o gol marcado na vitória sobre os espanhóis, não esconde seu otimismo.

- A Seleção tem totais condições de superar a Espanha. Todos os setores da nossa equipe estão bem entrosados e agora vamos enfrentar uma equipe que deixa o jogo ficar mais aberto. Isso dá chance para os brasileiros tentarem mais jogadas - destacou.

Batista, que fez parte do grupo convocado por Cláudio Coutinho na Copa do Mundo de 1978 e esteve na lista de Telê Santana no Mundial de 1982, exalta o talento da equipe canarinha. Contudo, deixa um alerta em relação ao confronto com a Espanha.

- A Seleção está consistente, mas é um confronto que passa longe de ser tranquilo. O Brasil sempre é o time a ser batido, os jogadores adversários entram contra nós mais atentos. Cabe à equipe ficar ligada desde o início, pois creio que será uma partida bastante equilibrada - afirmou. 

A bola rola para a final neste sábado (7), às 8h30 (de Brasília), em Yokohama.