Olimpíada

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Richarlison e Paulinho podem repetir pela Seleção Brasileira feito de medalhista de prata em Los Angeles

Ao LANCE!. Gilmar Popoca recorda gols marcados contra Arábia Saudita e Alemanha na edição de 1984. Equipe de Jardine tenta, contra árabes, segundo triunfo na Olimpíada

Gilmar Popoca, artilheiro dos Jogos de 84, participou do tour da tocha para a Rio 2016  (Reprodução / Rede Globo)
Escrito por

Já com a classificação encaminhada para as quartas de final dos Jogos Olímpicos, a Seleção Brasileira Olímpica, com quatro pontos, se prepara para medir forças com a Arábia Saudita nesta quarta-feira (28), em seu último desafio pelo Grupo D. Estar na mesma chave que os árabes e a Alemanha não é algo inédito na história olímpica brasileira: aconteceu justamente na edição de 1984, ano da primeira "geração de prata". 

Richarlison, que diante da Alemanha fez seu primeiro hat-trick, e Paulinho podem repetir o feito do camisa 10 da Seleção de 1984. Ao LANCE!, o artilheiro da competição, Gilmar Popoca, recordou as duas partidas e ressaltou que faz tempo que a Seleção olímpica lida com desafios até chegar à sua convocação final.

- A convocação foi muito complicada. Tinha uma lista de jogadores já formada, que inclusive jogou contra o Coritiba (na vitória por 2 a 0 do Brasil, no último amistoso antes dos Jogos Olímpicos de 1984). Aí os clubes começaram a vetar jogadores. Eu, que era do Flamengo, e mais dois, três jogadores continuamos. Aí na nova convocação, optaram por levar a base do Internacional, que tinha um grande time. O Gilmar e o Dunga, que foram campeões do mundo, o Mauro Galvão, André Luis, Ademir, Kita, Silvinho... E eu entrei e encaixei como uma luva nesse time! - recordou o ex-meia. 

Seu primeiro gol na competição ocorreu justamente na estreia, quando abriu caminho para a vitória por 3 a 1 do Brasil sobre a Arábia Saudita. 

- A estreia foi muito complicada. A marcação da Arábia era muito forte, e ainda vinha aquela ansiedade da gente fazer a primeira partida na competição. Só que eu recebi um passe maravilhoso, consegui um espaço e mandei para  a rede. Depois o Silvinho marcou e o Dunga fez um também, tirou um pouco a pressão da gente do início - recordou.

Aos seus olhos, a partida contra a então Alemanha Ocidental rendeu mais desafios à equipe brasileira, que era comandada por Jair Picerni. 

- A gente sabia que era o jogo que ia definir a primeira colocação do grupo (a Seleção olímpica estava no Grupo C). A Alemanha era uma seleção difícil de enfrentar, o que tornou a partida equilibrada e até deu a eles superioridade em algumas situações. Aí eu sofri uma falta em um momento da partida e fui para a cobrança, mas a bola carimbou a trave - e, em seguida, recordou seu gol:

- Faltavam poucos minutos para o jogo acabar quando o Dunga me passou uma bola, eu girei e sofri a falta. Eu pensei: "é agora ou agora". Uma coisa que eu fazia em cobrança de falta era esperar um pouco depois que o juiz apitava. Eu bati com tanta precisão que a bola entrou no ângulo, bateu naquele ferro e voltou. Foi um jogo tão difícil que logo depois o Gilmar fez uma defesa. Seguramos o máximo, mas somamos os quatro pontos (na época, cada vitória valia dois pontos). Depois, chegamos à terceira vitória ao vencer Marrocos por 2 a 0, em um jogaço do Kita - completou.


Artilheiro da Olimpíada de 1984, com quatro gols, Gilmar Popoca trabalha atualmente em um projeto no México. O ex-meia, que acompanha a Seleção Brasileira à distância, traça um paralelo entre o empate em 0 a 0 da equipe de André Jardine com a Costa do Marfim, na partida anterior, a uma situação que ele viveu em Los Angeles.

- Nosso jogo mais complicado foi contra o Canadá (nas quartas de final, em jogo que o Brasil venceu nos pênaltis). A gente era favorito, pegou uma seleção que se mostrou muito forte quando veio nos enfrentar. Olimpíada tem disso. Contra a Costa do Marfim, a Seleção teve um jogador expulso no início, o que complica muito. Além disto, cada vez mais as seleções estão bem treinadas, com seriedade - disse.

Popoca, que coleciona trabalhos como técnico de categorias de base, dentre eles o Flamengo, mostra otimismo em relação à atual geração brasileira.

- O André Jardine é um ótimo treinador, tem uma geração promissora nas mãos. Agora, a equipe precisa de cabeça fria, como tivemos, ao encarar adversários europeus. Fizemos um grande jogo na semifinal contra a Itália, que tinha Zenga, Tancredi, Fanna, eu fiz um gol e o Ronaldo foi decisivo na prorrogação... Contra a França, foi talvez nosso melhor jogo, mas em poucos minutos perdemos a medalha de ouro (no revés por 2 a 0). A Olimpíada é desafiadora, não permite deslizes  - declarou.

O Brasil vai a campo nesta quarta-feira (28), às 5h (de Brasília), em Saitama.