UB515 Brasil Ultra Triathlon chega ao seu nono ano

Competição, com 10km de natação, 421km de ciclismo e 84km de corrida, será disputada entre 29 de abril e 1º de maio, em Ubatuba

O UB515 Brasil Ultra Triathlon, o Ultraman Brasil, vai reunir 23 triatletas na edição de 2022. (Foto de Rodrigo Elcher)
O UB515 Brasil Ultra Triathlon, o Ultraman Brasil, vai reunir 23 triatletas na edição de 2022. (Foto de Rodrigo Elcher)

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A edição Ano Nove da UB515 Brasil Ultra Triathlon, o Ultraman Brasil, vai acontecer entre os dias 29 de abril e 1º de maio, em Ubatuba (SP). No primeiro dia do desafio, o 23 triatletas selecionados vão nadar 10km e pedalar 145km. No dia 30, serão mais 276km de ciclismo, e, para fechar, no terceiro dia de prova, os competidores vão correr a distância de duas maratonas (84,4km).

Ao contrário das outras edições, quando a UB515 Brasil Ultra Triathlon terminava em Paraty (RJ), a deste ano será toda em Ubatuba. O motivo da mudança foram as fortes chuvas que atingiram a Costa Verde fluminense, no início de abril, que causaram sérios transtornos nas estradas e o tradicional percurso, que passava também pela Serra de Lídice, em Angra dos Reis, teve de ser adaptado.

UB515 Brasil Ultra Triathlon terá 23 triatletas

Para 2022, foram selecionados 23 triatletas, após terem seus currículos esportivos aprovados por uma comissão da UB515 Brasil Ultra Triathlon. São eles: Sergio Cordeiro, Alexandre Fontenelle, Erick Duarte, Renato Amante Chidiquimo, Maicon Amaro, Fabiano Peres, Fernando Falcão do Vale, Paulo Roberto de Abreu, Ricardo Slivak Chemmer, Walter Paschoalotti Netto, Dejalmo Almeida, Evandro Freitag Dutra, Pedro Gonçalves Filho, Rodrigo de Souza Magno, Wladimir Soares, Thiago Menuci, Syan Rousseau da Costa, Ivo Sapienza Fernandes, Ariel Sharon Brito, Vinícius Nicolini, Caio Gurgel, Roberto Stael e Natalia Sales Machado, única atleta feminina na prova.

Os participantes da UB515 Brasil Ultra Triathlon não são triatletas profissionais e dividem o tempo entre família, trabalho e esporte, um equilíbrio difícil de ser feito, mas que resulta em grandes histórias de superação.

Histórias de superação

Vinícius Nicolini é um dos estreantes na competição. Há dez anos, ele foi acometido por uma síndrome neurológica rara, chamada de Guillain-Barre, de caráter autoimune. “Na época, eu tinha 24 anos e já tinha feito algumas ultramaratonas, vivendo uma rotina que conciliava trabalho e estudos. Tudo foi interrompido… perdi os movimentos de todos os músculos e não era possível falar, meus olhos não piscavam mais, não conseguia comer e muito menos controlar minhas necessidades fisiológicas. Foram 15 dias na UTI sendo assistido, pois aquela doença poderia acometer meu sistema cardiovascular e possivelmente deixar sequelas, ou talvez até me levar a óbito”, revelou ele.

Com muito apoio e esforço pessoal, Vinícius resistiu e teve sua saúde estabilizada. “Depois de mais 16 dias no hospital e ir para casa, comecei a longa jornada de fisioterapia diária e mente positiva, para progressivamente reaprender tudo de novo. Após seis meses consegui ficar em pé e dar alguns passos com ajuda, e, no final do ano de 2012, eu já andava sem auxílio. Foi uma grande experiência e levo comigo toda energia que ainda reverbera, resultado de dias difíceis e dias bons que vivi nessa fase de vida. Agora, tenho a oportunidade de vivenciar o UB515 Brasil Ultra Triathlon, um grande sonho que fui amadurecendo fisicamente e psicologicamente ao longo dos anos. O evento me encantou pela atmosfera energética de experimentar o novo, testar meus limites e, assim, possibilitar que eu expandisse o novo significado que é viver, além de comemorar esses dez anos dessa prova, junto aos familiares, amigos e patrocinadores. Quem sabe, de forma humilde, ser um pequeno impulso de motivação e também contribuir com aqueles que sofrem com a síndrome ou qualquer outra condição. Esse é meu motor!”.

Coincidência do destino

Outro participante do desafio com uma grande história de superação é Caio Gurgel, que conseguiu mudar o rumo da sua vida e tem o esporte hoje como seu aliado. “Sempre fui esportista, surfava desde criança, e fui para a triathlon na adolescência como diversão, chegando até fazer um meio Ironman. Mas nessa época, o álcool sempre foi muito presente na minha família, e comecei beber logo cedo, aos 14 anos. Se tornou pior quando abri uma importadora de vinhos, aí então bebendo três vezes ao dia, todos os dias… Até que não deu certo e tive uma crise de abstinência, sendo encaminhado ao hospital, no qual passei 14 dias na UTI”, conta Gurgel.

Na semana em que saiu da UTI, uma coincidência do destino, o levou ao encontro de um médico triatleta. “Quando saí da UTI, fui direto conversar com um psiquiatra e, para minha surpresa, ele tinha medalhas do Ironman expostas. Na hora que entrei na sala falei que iria completar uma prova na distância full (meio que arrogante…); ele disse “que ótimo!”, então não precisaria me internar e nem dar remédio para controlar a bebida. Desde então, completei cinco provas de Ironman, 16 de meio Ironman, mais de 100 triathlons olímpicos e sprints, além de três maratonas, e todo dia sou grato pela vida que tenho. Busco sempre qualidade de vida e acredito que se um caso extremo como o meu consegue mudar, qualquer um consegue”.

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