Quem foi, quem não foi e quem se deu bem na noite em que (não) choveu
Esperava-se um temporal que - felizmente à cidade - não se confirmou. Mas a suspensão das vendas de ingressos resultou numa partida atípica sob diferentes aspectos
O serviço de meteorologia previu, a prefeitura preveniu, mas o temporal mal-falado para esta quarta-feira não se confirmou. E como se manteve o jogo entre Vasco e Resende, já se esperava que a rotina no Maracanã seria diferente. E realmente foi.
- Está R$90 os dois?
A frase ouvida pela reportagem foi proferida por um cambista durante o que pareceu ser o final de uma insistente e bem-sucedida negociação. A confusão no planejamento da partida pareceu prejudicar pouco quem tentava comprar e revender ingressos.
A prática ilegal e não é nova nas partidas de futebol. Dos jogos com mais ou menos importância. Mas quem queria assistir ao jogo depois da suspensão das vendas precisou apelar a eles. E os preços chegavam a de clássicos.
- Cheguei hoje, para férias. Viria com um amigo daqui que não veio por conta da chuva. Morri "oitentão" com cambistas. Estão pedindo R$ 100 lá na Rampa (da Uerj) - lamentou Ubiratan de Campos, recém-chegado de Corumbá (MS). Enquanto puderam ser vendidos, os bilhetes foram comercializados por R$40 a R$60 (inteiro).
Foram menos de dez mil presentes na partida válida pela semifinal da Taça Guanabara. Num contexto específico, de lutos múltiplos, de expectativa de temporal, de uma quarta-feira de pouca gente na rua. Mas a não venda, sem o céu apontar indício algum de chuva já por volta das 20h30, incomodou.
- Conheço quatro, cinco pessoas que viriam e não vêm mais. Não existe suspender a venda tendo jogo. Ou não tem jogo, ou vende ingresso. A galera que comprou pode correr perigo? - indagou o vascaíno João Vitor.
A reportagem ouviu outros torcedores também. A maioria tinha próximos que gostariam de ter ido à semifinal. Uns não foram por não terem comprado a tempo. Outros chegaram a adquirir, mas se assustaram com a iminência de chuvarada e transtornos.
