TIM 4G: Leônidas da Silva, o Diamante Negro

Ídolo no Fla, e com passagens por Vasco e Botafogo, craque é considerado o inventor da bicicleta no futebol e fez história

Leônidas da Silva
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Embora haja muita polêmica sobre o assunto, Leônidas da Silva é considerado o "inventor" da bicicleta no futebol. Por causa da sua elasticidade, ganhou o apelido de Homem-Borracha. Também era extremamente técnico, veloz e tinha ótima impulsão. Jogador explosivo, de gênio forte e temperamento firme dentro e fora das quatro linhas. Mas, sem dúvida, um dos maiores atacantes que o Brasil já viu jogar e um autêntico craque TIM 4G do passado, sendo um dos homenageados pela TIM, patrocinadora dos quatro grandes clubes cariocas.

Leônidas é o maior artilheiro do Flamengo em média de gols: 1,02 por jogo (151 gols em 148 partidas). É também o oitavo maior goleador da história do Rubro-Negro. Ele vestiu ainda as camisas de Bonsucesso, Peñarol, Vasco, Botafogo e São Paulo, mas foi ídolo mesmo das torcidas do Flamengo e do Tricolor Paulista.

Disputou as Copas do Mundo de 1934 e 1938, tendo sido artilheiro da segunda, na França, com oito gols. Um deles, no entanto, foi anulado, justamente o de bicicleta. A Fifa, na época, não conhecia o movimento e considerou o gol irregular. Não fez a menor diferença. Muitos consideram Leônidas o inventor da jogada, embora ele próprio tenha dito, depois, que só havia popularizado o lance acrobático, que já era praticado nos campos de rua e na várzea. No Mundial de 1934, marcou o único gol brasileiro na competição, na derrota por 3 a 1 para a Espanha. Leônidas certamente seria destaque das Copas de 1942 e 1946, que não aconteceram por causa da Segunda Guerra Mundial.

Diamante Negro foi o apelido que o eternizou. Nascido no Rio de Janeiro em 6 de setembro de 1913, morreu bastante debilitado, em janeiro de 2004, aos 90 anos, vítima do Mal de Alzheimer. Foi comparado a Pelé. Com a camisa da Seleção Brasileira, o centroavante disputou 37 partidas e marcou 37 gols, média de um gol por jogo. Ele e Quarentinha são os maiores goleadores da equipe nacional em termos de aproveitamento - Quarentinha marcou 17 gols em 17 partidas. A média de Pelé com a amarelinha, por exemplo, é de 0,83 gol por confronto. Em 1938, o Brasil ficou em terceiro lugar, a melhor posição da Seleção até então. Uma lesão o tirou do confronto contra a Itália - como se fosse a semifinal -, que culminou com a eliminação verde-amarela.

Depois do sucesso na Copa de 1938, a tradicional fábrica de chocolates Lacta mudou o nome de um dos seus principais produtos na época, o Chocolate ao Leite com Crocante para Diamante Negro, em homenagem ao craque. Leônidas foi pioneiro em vários aspectos, dentro e fora dos gramados. Foi um dos primeiros negros a assinar contratos de publicidade no futebol, como garoto-propaganda de chocolate, cigarros, relógios, e é considerado também o primeiro ex-jogador a se tornar comentarista de rádio no Brasil. E, principalmente, Leônidas foi o responsável por fazer que Flamengo e São Paulo se tornassem clubes de massa. Até o início da década de 1930, os grandes clubes do Brasil não aceitavam negros em seus elencos. Leônidas quebrava mais uma escrita ao derrubar o muro e jogar nos grandes times cariocas.

Filho de um marinheiro português e de uma cozinheira, Leônidas teve uma infância simples em São Cristóvão, no Rio de Janeiro. Após a morte do pai, em 1922, foi adotado pelos patrões da mãe. Seu padrasto tinha um bar no bairro e ele começou a jogar nas categorias de base do São Cristóvão. Aos 17 anos, foi contratado pelo Sírio Libanês e, de lá, para o Bonsucesso, onde ficou famoso e chegou à Seleção.

Leônidas passou ainda por Peñarol (URU), Vasco (foi campeão carioca em 1934) e Botafogo (campeão carioca em 1935) antes de chegar ao Flamengo, onde atuou de 1936 a 1941.

Em 1942, foi para o São Paulo, numa transação considerada milionária na época. O time paulista pagou 200 contos de réis pelo passe do Diamante Negro - uma verdadeira fortuna naquele tempo. Aos 39 anos, o centroavante chegou ao Tricolor com o apelido pejorativo de Bonde de 200 contos. Bonde era o termo pejorativo para jogadores considerados velhos e ultrapassados pelos torcedores. Pois ele acabou justificando cada centavo empregado na contratação dele. Na estreia, levou 70 mil pessoas ao Pacaembu, recorde de público, no empate em 3 a 3 com o Corinthians. Isso, depois de passar oito meses preso, por falsificação do certificado de reservista do Exército.
Leônidas ficou no São Paulo de 1942 a 1950, dando ao clube cinco Campeonatos Paulistas (1943, 1945, 1946, 1948 e 1949). O Diamante Negro encerrou a carreira em 1950, aos 37 anos. Chegou a tentar a carreira de treinador no São Paulo, mas o temperamento forte dentro e fora de campo o prejudicou. No time paulista, foram 144 gols em 211 jogos, números que o colocam como o sétimo maior artilheiro do clube, com a nona maior média de gols. É reverenciado até hoje.

Ele ainda era o melhor jogador do Brasil quando parou. Uma desavença antiga com o então técnico da Seleção, Flávio Costa, o tirou do Mundial de 1950. O diagnóstico de Alzheimer surgiu em sua vida em 1974, quando era comentarista esportivo e teve de abandonar a carreira. Antes de morrer, em 2004, aos 90 anos, ganhou, aos 85, a biografia "Diamante Eterno", escrita pelo jornalista André Ribeiro. O nome da obra resume o feito de Leônidas no futebol: foi um diamante. E é eterno.

Patrocinadora de Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco, a TIM homenageará até o fim de 2017 jogadores do passado dos quatro grandes clubes do Rio de Janeiro, que, de forma geral, apresentaram os atributos “G” (Garra, Gênio, Gigante, Grandeza) quando atuavam. Periodicamente, contaremos um pouco da história destes craques e o motivo deles terem sido escolhidos. Afinal, os quatro maiores times cariocas merecem a maior cobertura 4G do Rio e as melhores histórias para serem compartilhadas.


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