Médico Dr. Marcos Staak indica cautela com utilização de testosterona: “Não é suplementação”

(Foto: Arquivo pessoal)
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A necessidade de reposição - ou não - de testosterona entre homens acima dos 35 anos é um dos assuntos constantemente debatidos atualmente nas redes sociais. O método tem sido amplamente incentivado entre alguns médicos e por usuários que relatam benefícios no procedimento, mas até que ponto ele é realmente benéfico?

De acordo com o médico Marcos Staak, é importante ter cautela quanto a este tipo de procedimento. Afinal, a indicação de tratamento seria apenas para aqueles que realmente tiverem doses baixas do hormônio no organismo.

“Testosterona não é suplementação. É um hormônio que pode (ou deve) ser reposto quando deficiente. A testosterona deve ser administrada apenas a um homem adulto que seja hipogonádico, conforme evidenciado por sintomas e sinais clínicos consistentes com deficiência de androgênio e uma concentração sérica de testosterona subnormal matinal (8 às 10 horas) em três ocasiões distintas. Os sintomas e sinais sugestivos de deficiência androgênica incluem baixa libido, diminuição das ereções matinais, perda de pelos no corpo, baixa densidade mineral óssea, ginecomastia e testículos pequenos”, explicou Dr. Marcos Staak.

“Sintomas e sinais como fadiga, depressão, anemia, redução da força muscular e aumento da massa gorda são menos específicos. Os efeitos benéficos da testosterona nesses homens são claros e eles devem ser tratados com testosterona para elevar suas concentrações séricas de testosterona ao normal. A medição da concentração sérica total de testosterona (livre e ligada a proteínas) é geralmente um reflexo preciso da secreção de testosterona. A faixa normal em homens adultos na maioria dos laboratórios é de aproximadamente 300 a 800 ng/dL - valor abaixo de 300 com sintomas fechariam o diagnóstico para que seja feita reposição”, completou.

A administração do hormônio pode trazer benefícios, mas também existem efeitos colaterais. Deste modo, o procedimento deve sempre ser acompanhado por um profissional, que saberá avaliar se realmente existe a necessidade de realizar o tratamento, conforme observou o Dr. Staak.

“Os efeitos desejáveis da administração de testosterona incluem o desenvolvimento ou manutenção de características sexuais secundárias e aumento da libido, força muscular, massa livre de gordura e densidade óssea. Já os efeitos indesejáveis relacionados diretamente à testosterona incluem acne, distúrbios da próstata (como sintomas de hiperplasia prostática benigna [HPB]), apneia do sono e eritrocitose”, ressaltou.

“Várias pessoas acabam buscando auxílio para utilizar hormônios sem qualquer indicação clínica. Além disso, quando pensamos na utilização em doses suprafisiológicas para performance, muitos usuários acreditam que o uso do hormônio fará por eles o que eles mesmos não realizam, criando uma falsa ideia de que o hormônio cobrirá os furos em dieta e treinamento ruim. Em minha prática, há muito mais contraindicação do que indicação clínica ao uso de testosterona”, concluiu.

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