Cavaquinho foi aliado de aposta do atletismo brasileiro em ano de lesão

Ausente de Pan e Mundial, Duda busca índice no salto em distância para os Jogos Rio-2016

Mauro Vinícius da Silva
Mauro Vinícius da Silva busca índice para ir à sua terceira Olimpíada (Foto: JANEK SKARZYNSKI/AFP)

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Imagine assistir pela televisão aos principais atletas do mundo conquistarem medalhas em grandes torneios com os mesmos resultados que você seria capaz de obter se não estivesse lesionado. Foi essa a sensação de Mauro Vinícius da Silva, o Duda, em 2015.

Durante os Jogos Pan-Americanos de Toronto (CAN) e o Mundial de Pequim (CHN), o principal brasileiro no salto em distância teve de conter a vontade de fazer o que mais gosta por causa de uma cirurgia para a retirada de fragmentos de cartilagem do joelho esquerdo.

Até hoje, a melhor marca pessoal do paulista de Presidente Prudente foi 8,31m, obtida no Troféu Brasil de 2013, em São Paulo. No Canadá, Marquise Goodwin (EUA) foi prata, com 8,27m, atrás do compatriota Jeffery Henderson (8,54m).

– Nós vemos aquela marca fria do ranking de medalhas e não sabemos o que os atletas enfrentaram para chegar ali. Sei que teria potencial para disputar medalhas no Pan e no Mundial. Meu trabalho vem sendo bem feito, mas tem de ser sempre melhor – falou o atleta, ao LANCE!.

As dores no joelho começaram a se manifestar no meio do ano, em razão do impacto dos saltos. Para evitar que o problema levasse a uma lesão nos ligamentos, ele aceitou operar. A partir daí, entendeu que precisaria buscar maneiras de se distrair.

– Eu fazia fisioterapia e ia constantemente para a pista de atletismo. Não praticava, mas assistia aos companheiros. Em casa, me distraía na internet, jogava videogame e tocava cavaquinho. Você fica um peixe fora d'água – disse Duda, de 28 anos.

O gosto pela música vem da família. E desde cedo. Aos 11 anos, ele ganhou o instrumento do pai. Nunca fez aulas, mas se diz autodidata no tema. De quebra, conta com o incentivo do primo e cantor Thiaguinho.

O saltador, que defende o clube BM&FBovespa, sediado em São Caetano do Sul (SC), voltou a treinar em outubro, a tempo de retomar a preparação para a Olimpíada do Rio. O próximo passo é obter o inídice de 8,15m, que ele espera fazer entre o fim de janeiro e o início de fevereiro.

Duda foi descoberto com 17 anos, idade tida como avançada. Treinado por Aristides Junqueira, mudou-se a São José do Rio Preto (SP), em busca de estrutura, e se formou em Educação Física. Logo brilhou com os ouros nos Mundiais Indoor de Istambul (TUR), em 2012, e Sopot (POL), em 2014. Hoje, quer ser exemplo.

– Temos a força do índio, do negro e do branco. Temos de explorar esse fator e captar talentos – afirmou.

Duda terminou os Jogos Olímpicos de Londres (ING), em 2012, na sétima posição, com salto de 8,01m na final da prova. Na Olimpíada de Pequim (CHN), em 2008, ele saltou 7,75m e acabou em 26, fora da final.

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