Entre os 4.700 atletas (um recorde) de até 17 anos que estão brilhando nos Jogos da Juventude, muitos deles mostram talento e dedicação para superar os desafios diários e, principalmente, os financeiros. Na delegação do Distrito Federal, o ginasta José Luiz Miranda, de 14 anos, recordista de medalhas entre os anfitriões, e Maria Helena França, de 15, do wrestling, são dois ótimos exemplos de que o esporte pode ser uma grande ferramenta de inclusão social.
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Tendo como maior inspiração Caio Souza, da seleção brasileira, por conta de seu jeito e dos exercícios, José Luis começou na ginástica aos oito anos.
- Eu jogava futebol, até que veio um convite para a ginástica e, a partir daí, fui me apaixonando por esse esporte - relembra o atleta, que é morador de Sobradinho, em entrevista ao Lance!
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Embora seja um dos mais novos de toda a competição, José Luis conquistou nada menos que seis das 17 medalhas do Distrito Federal até aqui: 1° no individual geral, 2° no solo, 1° no cavalo, 3° nas argolas, 2° nas paralelas e 1° na barra. E qual foi o melhor momento nos Jogos da Juventude?
- A hora de ganhar as medalhas foi o momento que mais curti no campeonato. Essa emoção é boa por mostrar meus esforços o tempo que dediquei - destaca o multicampeão, que não conquistou tantas medalhas por acaso.
De segunda a sexta, José treina das 14h às 18h e, aos sábados, das 8h30 às 12h. E o que o brasiliense mais gosta quando está praticando a modalidade?
- De viver o treino, sentir a dor e sempre melhorar.
Primeira viagem ao exterior
Antes dos Jogos da Juventude, o ginasta realizou um sonho, ao ser o único brasileiro a disputar a Gymnasíade, na Sérvia. Foi sua primeira viagem ao exterior.
- Fiquei em 5° no cavalo e na barra. A emoção foi muito boa porque dá aquela animação de conhecer novos lugares - conta.
Com a bênção de Arthur Zanetti
E o talento do jovem brasiliense já é reconhecido por ninguém menos do que Arthur Zanetti, o primeiro medalhista olímpico do Brasil na modalidade, campeão em Londres-2012.
- Conheço o José e o técnico dele, o Carlinhos, eles estão fazendo um excelente trabalho. É bonito de se ver, tem um grande potencial. O José é um atleta novo e limpo, está começando a fazer as dificuldades, é bonito de se ver a ginástica dele, é um atleta que tem muito potencial - disse, ao GE, o ex-ginasta, que participou, no último dia 10, do acendimento da pira dos Jogos da Juventude.
Inspiração na irmã
Moradora da zona rural de Brasília, Capão da Erva (Fazenda Velha), Maria Helena, a exemplo de José, se dedica bastante aos treinos. Por semana, são de 7 a oito horas se aprimorando no Wrestling.
- Comecei há pouco mais de um ano e escolhi essa modalidade porque vi, desde o começo, que não era uma luta fácil de conquistar, já que coisas fáceis desaparecem fácil - ensina a jovem atleta.
Maria Helena tem seis irmãos e sua principal força para seguir no esporte é da família:
- Minha maior inspiração no wrestling sempre vai ser minha irmã Ana Luiza França (que mora no Rio de Janeiro). Ela que me incentivou a começar a lutar desde pequena junto com o professor Rodrigo. Ela sempre me disse que queria que se eu começasse o Wrestling, que eu seria muito melhor que ela - recorda.
Além de um exemplo, a irmã de Maria Helena é uma amiga para todas as horas:
- A relação com minha irmã é algo incrível: ela está sempre querendo saber como minha vida no wrestling está acontecendo, sempre me ajuda e me orienta. Se não fosse seu apoio, eu não seria o que sou hoje. Ela tem os campeonatos dela e, mesmo assim, me ajuda em tudo o que preciso, tanto na vida pessoal quanto na de atleta.
Elogios aos Jogos da Juventude
Nos Jogos da Juventude, Maria Helena não poupou elogios à infraestrutura:
- Eu curto muito as coisas que eles oferecem pra nós atletas praticar enquanto estamos no Centro de Convenções. Nesse ano tinham muitas coisas. A Caixa, por exemplo, estava lá oferecendo brincadeiras com brindes e várias outras coisas, tivemos que conquistar pulseiras para ganhar vários brindes. Então, foi muito incrível.
E qual seu maior sonho no esporte e nos estudos?
- É ser uma atleta de alto nível que seja chamada em muitos lugares para ser exemplo para outras crianças, igual minha irmã é pra mim. Como estudante, eu pretendo ser bióloga marinha, mas vai depender muitos dos campeonatos que podem vir, penso muito nisso.
* O repórter viaja a convite do Comitê Olímpico do Brasil (COB)