Comitê Paralímpico mira gestão de Centro em São Paulo por 30 anos

Controle do local foi alvo de divergências entre entidade e o governo do Estado, que apenas cedeu o uso do espaço por 12 meses ao CPB. Dirigentes, agora, falam em tom mais brando

Um dos principais paratletas brasileiros, Alan Fonteles treina no Centro Paralímpico Brasileiro (Foto: Daniel Zappe/MPIX/CPB)
Um dos principais atletas brasileiros, Alan Fonteles treina no Centro Paralímpico (Foto: Daniel Zappe/MPIX/CPB)

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Principal legado dos Jogos Paralímpicos do Rio, o Centro de Treinamento destinado à modalidade em São Paulo (SP), segue com seu uso entrelaçado a uma incógnita. Construído por meio de uma parceria entre os governos Federal e Estadual, o local tem sua gestão dividida entre os dois poderes, com uma concessão de uso ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) por um ano. A entidade, porém, tem em mente um prazo muito maior: de 30 anos.

Durante sua inauguração, no último mês, o presidente do CPB, Andrew Parsons, criticou o governo por apenas ceder o espaço para uso do Comitê por um prazo curto. Nesta segunda-feira, no primeiro dia de treinos do time de atletismo no local, o vice-presidente da entidade, Mizael Conrado, foi mais brando no discurso.

Segundo ele, o Comitê deve trabalhar junto ao governo do Estado para criar um modelo jurídico que permita que o centro fique sob controle da entidade por 30 anos, após o encerramento do primeiro prazo de cessão.

– Temos um compromisso do Estado de que, nesse ano, trabalharemos juntos para construir um modelo que permita que o CPB permaneça por mais tempo gerindo o centro. O ideal para um projeto de médio e longo prazo é, pelo menos, uma concessão de uso por 30 anos – disse o ex-jogador de futebol de 5, ao L!.

Segundo o dirigente, o período mais longo permitiria que o CPB planejasse os próximos ciclos paralímpicos e implementasse programas para fomentar o esporte entre crianças e atletas iniciantes.

Responsável pela construção do centro, a secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Linamara Rizzo Battistella, está de férias e não respondeu à reportagem. Sua assessoria, porém, lembrou que uma licitação pública será aberta para definir quem irá gerir o espaço após o CPB.

– O termo de permissão de uso é um instrumento jurídico precário. Com ele, não conseguimos criar um vínculo com a longevidade que pensamos – analisou Mizael.

- O Comitê tem vários programas para atender a comunidade paralímpica do Estado, que foi quem construiu o local, dar suporte aos clubes, preparar profissionais da educação e esporte do município e do estado, escolinhas de esporte para as crianças, tanto da rede pública, quanto de outros projetos de São Paulo. Então, para conseguirmos estruturar esse projeto e esses programas, precisamos ter uma garantia de que ficaremos por um período mais longo no Centro - completou.

Atualização no dia 9 de junho de 2016:
ERRATA:

Diferentemente do que foi publicado na reportagem, o Centro Paralímpico Brasileiro recebeu investimentos apenas do Governo Federal e Estadual, sem recursos financeiros do Comitê Paralímpico Brasileiro. Segundo a Secretaria Estadual do Direito das Pessoas com Deficiência, o Governo do Estado de São Paulo construiu o local para fomentar o paradesporto brasileiro.

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