Das 128 tenistas que jogaram a primeira rodada de Roland Garros, nenhuma outra tem surpreendido tanto quanto Lois Boisson. Em 2024, a francesa sofreu uma grave lesão às vésperas do Grand Slam em Paris. Pois, nesta quarta (4), a 361ª do mundo, de 22 anos, desbancou mais uma favorita para alcançar a primeira semifinal desse nível na carreira: 7/6 (6) e 6/3 pra cima da russa Mirra Andreeva, sexta melhor do planeta.
Pela campanha, a tenista da casa já assegura um salto de mais de 200 posições no ranking e, na próxima segunda, será, no mínimo, a 68ª. Até esta semana, a melhor colocação de Boisson foi a 152ª, ano passado.
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Boisson é a primeira atleta fora do top 300 a derrotar mais de uma top 10 em um torneio de simples desde Serena Williams em Chicago, em 1997. Na ocasião, a anfitriã bateu a francesa Mary Pierce e a também americana Monica Seles. Em Roland Garros, a 361ª do mundo vinha de vitória sobre a número 3 do planeta, a americana Jessica Pegula.
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Boisson também se tornou a terceira tenista desde 1980 a alcançar as semifinais em sua estreia em um Grand Slam. As primeiras a alcançarem tal proeza foram asa americanas Monica Seles (1989) e Jennifer Capriati (1990), ambas no torneio francês.
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Ano passado, a francesa sofreu uma ruptura do ligamento cruzado anterior e ficou nove meses afastada das quadras. A frustração foi tão grande que ela se recusou a assistir ao Grand Slam francês pela televisão. Desde então, devido ao baixo ranking, ela vinha jogando apenas torneios menores.
Há seis semanas, em Rouen, na França, a britânica Harriet Dart acusou Boisson de estar cheirando mal, durante derrota para a anfitriã (vídeo abaixo).
Em Roland Garros, desde 2011 que nenhuma francesa chegava, nas simples, às semifinais. A última foi Marion Bartoli. Caso chegue à final, será a primeira desde Mary Pierce, em 2005, quando foi derrotada pela belga Justine Henin. A última anfitriã campeã foi justamente Pierce, há 25 anos.
Com a vitória desta quarta, Boisson também se tornou a mais jovem semifinalista francesa em um Slam desde Wimbledon em 1999. Na ocasião, com a ex-número 1 do mundo Amelie Mauresmo.
Na Era Aberta (desde 1969), a 361ª do mundo é a quarta a alcançar sua primeira semi na carreira em Roland Garros. Antes dela, conseguiram tal feito Clarisa Fernandez (em 2002), Nadia Podoroska (2020) e Andreeva (2024).
Boisson desafia Gauff em Roland Garros
Para seguir sonhando em Paris, a anfitriã e convidada da organização precisará, na quinta-feira (5), derrotar ninguém menos do que a americana Coco Gauff, vice-líder do ranking. Nesta quarta, ela despachou a compatriota Madison Keys, por 6/7, 6/4 e 6/1.
A vencedora da semifinal acima enfrenta a bielorrussa Aryna Sabalenka, líder do ranking, ou a polonesa Iga Swiatek, na decisão de sábado.
Sabalenka chega à semifinal em excelente fase no saibro, tendo vencido 14 dos seus últimos 15 jogos no circuito. Antes de Paris, a bielorrussa foi vice-campeã do WTA 500 de Stuttgart, venceu o WTA 1000 de Madri e alcançou as quartas de final do WTA 1000 de Roma.
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O confronto entre as duas tenistas marca o 13º encontro da história, com Swiatek levando vantagem no retrospecto com oito vitórias. A polonesa integra um grupo seleto de tenistas que venceram mais de 25 partidas consecutivas em Roland Garros na Era Aberta, ao lado de Rafael Nadal, Chris Evert, Bjorn Borg e Monica Seles.
A data e o horário exatos da semifinal entre Swiatek e Sabalenka ainda não foram definidos pela organização do torneio.