Após a vitória da Seleção contra Senegal por 2x0 em amistoso na Data Fifa no sábado 15/11, confesso que fiquei muito entusiasmado com o desempenho do time canarinho. Tudo bem que era um amistoso, e tudo bem que era Senegal (time forte, mas não é a Espanha né?). Mas o Brasil de Ancelotti mostrou importantes evoluções coletivas e me fez pensar o seguinte: falta só o centroavante para o Hexa.

E mesmo sendo um amistoso, o time de Sarr, Mane e Ndiaye (que na primeira jogada já humilhou a defesa brasileira), não tirou o pé do acelerador no primeiro tempo. Querendo ter a posse e dominar as ações da partida, a seleção africana "jogou à vera", forçando que o time de Ancelotti também jogasse sério.

Já temos titulares incontestáveis

Todo time forte e competitivo precisa ter uma espinha dorsal de confiança, que sabe jogar junto e que não precisa se preocupar se será titular ou não. Todo o resto do elenco sabe que aqueles jogadores chamados "fundamentais" estarão em campo, mesmo que não desempenhem um bom futebol. Por isso, eu entendo que tanto o treinador como o grupo, sabem que Marquinhos, Casemiro, Bruno Guimarães, Rodrygo e Vinícius Júnior são titulares incontestáveis.

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Será a partir deles que Ancelotti montará seu onze para a Copa e o resto do elenco para substituições e mudanças estratégicas. A calma, qualidade mental e dominância de campo que Marquinhos e Casemiro entregam, é algo que não nasce do nada. São anos levando seus times à grandes jogos e disputando títulos importantes. É muita hierarquia que não se pode dar o luxo de dispensar em uma Copa do Mundo.

O entendimento de Bruno Guimarães com o resto do time impressiona. Ele é a válvula que faz o time jogar, o homem que sempre cria linhas de passe, que pisa na área, que entende o jogo antes de todo mundo. O que era Falcão em 82, Zinho em 94 e Gilberto Silva em 02. O craque sem deslumbre, sem firula. Mas indispensável pra mecânica de jogo.

O Mister conhece eles perfeitamente

Se tem alguém no mundo que sabe conjugar Rodrygo e Vini Júnior em uma mesma frase, essa pessoa se chama Carlo Ancelotti. Foi ele que recebeu ambos no Madrid e foi alternando os dois em campo até entender como eles podiam criar uma conexão inquebrantável.

Centroavante Matheus Cunha celebra gol do Brasil diante de Senegal (Foto: Evaristo Sá / AFP)

Matheus Cunha e João Pedro são dois excelentes jogadores, de muita mobilidade e inteligência. Jogam e fazem o time jogar. Só têm um pequeno problema: eles não são o centroavante goleador que a Seleção precisa. Precisamos um nove que saiba colocar a bola pra dentro, que seja fominha e que queira todas as bolas pra ele, alguém que traga a herança de Vavá, Reinaldo, Careca, Bebeto, Romário, Ronaldo e Adriano. Alguém que tenha o fazer gols como ofício.

Contra a Tunísia nesta terça-feira será outro jogo, é uma seleção com menos técnica e que se defende muito bem. O Brasil não terá os mesmos espaços e as dificuldades estarão lá. O típico jogo para um camisa nove resolver. Ah, falta só o centroavante para o Hexa!

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Gustavo Fogaça escreve sua coluna no Lance! nas noites de segunda e quinta-feira. Leia outras publicações do colunista nos links abaixo:

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