Diego Hypolito revela que sofria assédios no início da carreira

Medalhista olímpico relembra violências regulares no início da carreira, quando atuava pelo Flamengo, com cunho sexual e de intimidação. E complementa que técnicos sabiam<br>

Diego Hypolito chora com a medalha de prata: conquista engasgada há oito anos
Diego Hypolito revela que sofreu assédios na infância (Foto: Ben STANSALL / AFP)

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Após o Fantástico, da "Rede Globo", apresentar reportagem sobre acusações de abuso sexual praticado pelo técnico Fernando de Carvalho Lopes, o medalhista olímpico Diego Hypolito, de 31 anos, fez uma revelação forte sobre o assunto. Em entrevista à mesma emissora, ele afirmou ter sido vítima de bullying quando ainda era criança e treinava no Flamengo, no Rio de Janeiro.

De acordo com o medalhista de prata no solo na Rio-2016, as agressões eram constantes e tinham o consentimento dos técnicos. Nos abusos, atletas mais velhos forçavam os ginastas jovens a “pagar castigos”, como pegar uma pilha com o ânus. Ele afirmou que a humilhação era frequente e acontecia inclusive durante a disputa de campeonatos.

- Quando eu vi a matéria hoje, no Globo Esporte, foi a primeira vez que eu tive coragem de contar pra minha mãe que eles me faziam ficar pelado e pegar com o ânus uma pilha colocando uma pasta de dente em cima e a questão da humilhação. Neste dia, quando aconteceu, eu tive ataque epilético e, depois, por ter tido o ataque epilético, não consegui fazer a prova toda (...) Depois, a gente tinha de colocar, ainda com o ânus, não podia ajudar com a mão, se agachar, pegar a pilha com o ânus e deixar dentro de um buraquinho de um tênis. Se a pilha caísse fora, você tinha de voltar e fazer a prova de novo. Eu fiquei muito nervoso com a situação acontecendo e me deu desespero - afirmou Hypolito.

Ainda de acordo com o atleta, técnicos e os ginastas mais velhos colocavam os garotos dentro de equipamentos de ginástica de madeira, que servem para os treinamentos de saltos, em um ambiente escuro e asfixiante. 

- Quando acontecia alguma coisa errada, pegavam a gente e colocavam dentro da caixa de plinto e jogavam magnésio dentro, igual a um caixão. Hoje eu tenho problema pra entrar em avião, que é fechado, elevador, que é fechado. Não consigo entrar em túnel, que eu tenho medo. São todos reflexos do que eu vivi quando eu era criança e que eu jamais imaginei - disse o medalhista. 

Diego relatou que nunca tinha comentado sobre esses abusos para seus pais, mas resolveu falar por causa da reportagem sobre Fernando de Carvalho Lopes, acusado por 42  ginastas de assédio sexual. Ele se diz inocente.

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