A partir do próximo dia 20, a paradisíaca Costa do Sauipe, a cerca de 70 quilômetros ao norte do Aeroporto de Salvador, volta ao calendário da ATP após 14 anos. De 2001 a 2011, o resort foi palco do Brasil Open, maior torneio no país durante a Era Guga.

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Naquela época, o torneio em solo baiano era um ATP 250, disputado nas três primeiras edições na quadra rápida, em setembro. De 2004 a 2011, a competição mudou para o saibro, mesmo piso do Challenger 125 que começará no próximo dia 20, com premiação de US$ 200 mil (cerca de R$ 1 milhão).

Outra curiosidade do saudoso Brasil Open foi que, nas duas primeiras edições, o torneio também promoveu chaves femininas. Em 2001, a campeã foi a americana Monica Seles (ex-número 1 do mundo), que derrotou a australiana Jelena Dokic na decisão. No ano seguinte, a russa Anastasia Myskina ficou com o título, ao superar a grega Eleni Daniilidou na final.

Superada a derrota para o paulista Flavio Saretta na estreia da primeira edição, no 11 de setembro de 2001, no mesmo horário do atentado às Torres Gêmeas em Nova York, Guga, no ano seguinte, ergueu o primeiro de seus dois troféus no Sauipe.

Em 2004, no Sauípe, o 20º e último título de Guga

Líder do ranking mundial em 2001, o ídolo brasileiro voltou ao Sauipe no ano seguinte como o 55º do planeta. Depois de quatro vitórias, uma delas contra um top 100, na estreia, sobre o austríaco Julian Knowle (94º), o catarinense salvou match-point na dramática final contra o argentino Guillermo Coria (70º), por 6/7 (4), 7/5 e 7/6 (2).

Dois anos depois, no vigésimo e último título da carreira, o tricampeão de Roland Garros voltou a derrotar um tenista da Argentina na final do Brasil Open. Dessa vez, Agustín Calleri (21º), por 3/6, 6/2 e 6/3. A chuva e parte da torcida foram personagens marcantes desse jogo, que começou na noite de um sábado e terminou na manhã seguinte, por conta do mau tempo. Na premiação, o anfitrião teve que se desculpar pelo mau comportamento de parte dos torcida, que xingou várias vezes o rival durante o confronto.

Em 2008, o ídolo brasileiro fez, no Sauípe, sua última partida em solo nacional na carreira (contra o argentino Carlos Berlocq). Bastante emocionado, Guga reconheceu que as dores no quadril o impediriam de continuar a jogar.

- Não é que eu não queira jogar mais, é que não consigo mais. Antes mesmo de sonhar com Roland Garros, ou Wimbledon, eu nunca poderia imaginar todo mundo vindo aqui para me ver jogar. Isso nunca passou pela minha cabeça. Quero agradecer minha família, minha namorada e um cara que é muito mais gênio que eu, que é o Larri (Passos, técnico) - disse, bastante emocionado, o tricampeão de Roland Garros.

Nadal, em 2005, venceu o segundo título da carreira

Um ano após o último troféu de Guga, coube a uma então promessa espanhola, de 18 anos e 48º do mundo naquela semana, se sagrar campeão no saibro do Sauípe. Seu nome? Rafael Nadal, que venceu, na Bahia, o segundo de seus 92 títulos de simples. A decisão do Brasil Open foi contra o compatriota Alberto Martin (61º), derrotado por 6/0, 6/7 e 6/1. Dois dias antes, na semifinal, o espanhol venceu o brasileiro Ricardo Mello de virada, por 2/6, 6/2 e 6/4.

Naquela edição, o então jovem espanhol era o quinto favorito, atrás do chileno Fernando Gonzalez (17º), do argentino Juan Ignáci Chela (23º), o italiano Filippo Volandri (41º) e o compatriota David Ferrer (47º).

Em nenuma outra temporada de sua brilhante carreira Nadal venceu tantos torneios (11) como em 2005, com destaque para o primeiro de seus 14 troféus de Roland Garros. E a coleção de títulos, naquele ano, começou por Sauípe.

A conquista do Rei do Saibro deu início à hegemonia espanhola no Brasil Open no Sauípe. Até 2011, o país viria a conquistar outros quatro títulos, com destaque para o bicampeão Nicolas Almagro (2008 e 2011).

Juan Carlos Ferrero, ex-número 1 do mundo e técnico do atual líder do ranking, Carlos Alcaraz, também saboreou, no saibro do Sauípe, um título, em 2010, na final mais rápida e com placar mais elástico do torneio: 6/1 e 6/0 contra o polonês Lukasz Kubot, em apenas 1h01m.

Além de Guga, dois brasileiros chegaram à final no Sauípe: Fernando Meligeni, na primeira edição, e Thomaz Bellucci, em 2009 (em sua primeira decisão de ATP na carreira). Os algozes foram, respectivamente, o tcheco Jan Vacek e o espanhol Tommy Robredo.

Monteiro e Wild confirmados no Challenger

No Sauípe Open, dois dos principais brasileiros, Thiago Wild (162º) e Thiago Monteiro (174º), também estão confirmados no Sauípe Open. Outro anfitrião já garantido na chave principal é o goiano Guto Miguel, de 16 anos, convidado da organização.

Abaixo, todos os campeões no Sauípe do Brasil Open

2011: Nicolas Almagro (ESP)
2010: Juan Carlos Ferrero (ESP)
2009: Tommy Robredo (ESP)
2008: Nicolas Almagro (ESP)
2007: Guillermo Canas (ARG)
2006: Nicolas Massu (CHI)
2005: Rafael Nadal (ESP)
2004: Gustavo Kuerten (BRA)
2003: Sjeng Schalken (HOL)
2002: Gustavo Kuerten (BRA)
2001: Jan Vacek (TCH)

Rafael Nadal em coletiva no Sauípe em 2005 (Foto: Fotojump)
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