Isaquias diz ter ficado amigo de cartola que já chamou de mentiroso

Canoísta vê superadas as diferenças entre os atletas e o presidente da CBCa, João Tomasini

Premio Brasil Olímpico
Isaquias foi eleito o melhor atleta no ano no Premio Brasil Olímpico. Na foto, ele recebe o troféu do ministro do Esporte, George Hilton, ao lado de Ana Marcela, vencedora no feminino  (Foto: Cleber Mendes/Lancepress!)

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Nem a Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa) puniu Isaquias Queiroz pelo boicote ao evento-teste dos Jogos Rio-2016, em setembro, nem o atleta manteve uma postura crítica à administração dos recursos que chegam ao esporte. As partes conversaram e se entenderam a tempo de evitar uma ruptura perto da Olimpíada. Até o ministro do Esporte, George Hilton, interviu.

Eleito o melhor atleta do ano no Prêmio Brasil Olímpico, o canoísta revelou na noite da última terça-feira, após a cerimônia realizada no Teatro Bradesco, no Rio de Janeiro, que o clima entre ele e o presidente João Tomasini atualmente pode ser classificado como de amizade. Antes, em meio ao boicote, o baiano chegou a declarar que o cartola era mentiroso e reforçou a opinião posteriormente, em entrevista ao "Estado de São Paulo".

– Nossa relação com a confederação está bem melhor. Estamos bastante amigos do presidente e batemos papo direto. Ele até tem ido para Lagoa Santa (MG) nos visitar em nosso centro de treinamento. Chegamos à conclusão de que era a hora de nos unirmos pelo bem do Brasil, pensando em um bom resultado nos  Jogos – declarou o atleta, ao ser questionado sobre o assunto pelo LANCE!.

O baiano contou que os repasses do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que patrocina a confederação, foram normalizados. Até a parcela referente a dezembro já está paga. Na ocasião do evento-teste, ele, Erlon de Souza, Nivalter Santos e Ronilson de Oliveira reclamaram que o dinheiro não chegava aos atletas havia oito meses.

Apesar das palavras, Isaquias não citou o BNDES durante seu discurso no palco, ao ser chamado para receber o troféu, ao lado da nadadora Ana Marcela Cunha, eleita a melhor do ano no feminino. Já a Petrobras foi lembrada. Ao fim do evento, ele explicou a diferença de tratamento.

– Agradeci à Petrobras porque é meu patrocinador pessoal. O BNDES apoia apenas a confederação – falou.

O imbróglio relacionado aos recursos do patrocínio foi justificado pelo banco em virtude da mudança do centro de treinamento da canoagem de São Paulo para Lagoa Santa. O atraso teria acontecido em razão da burocracia para a formatação de um novo projeto. Com isso, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) assumiu os repasses para que os esportistas não ficassem desassistidos.

Outro ponto de crítica foi quanto às condições de acomodação da equipe brasileira para o evento-teste, estopim da revolta. Na época, Isaquias questionou sobre em qual hotel Tomasini estaria dormindo enquanto os canoístas e o técnico Jesus Morlán mal conseguiam descansar. Agora, ele garante não ter mais qualquer reclamação a respeito do assunto.

A canoagem velocidade é uma das grandes apostas do COB visando à Olimpíada do Rio. Para os planos serem bem sucedidos, Isaquias é nome fundamental. Em 2015, ele faturou duas medalhas no Campeonato Mundial de Milão (ITA). Ao lado de Erlon Souza, foi ouro na C2 1.000m. Sozinho, levou o bronze na C1 200m.

O canoísta abriu mão da C1 1.000m, já que o foco era ajudar o país a conquistar a classificação nas demais provas.

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