Mais Esportes

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Cabral pode ter recebido propina para facilitar contrato da Rio-2016

Ministério Público Federal desconfia que o ex-governador do Rio de Janeiro tenha levado quantia em um acordo entre a Masan Serviços Especializados e o Comitê Organizador

Sergio Cabral teria auxiliado empresário em contrato da Rio-2016 em troca de propina (Foto: Reprodução)
Escrito por

O Comitê Rio-2016 entrou nas investigações do esquema de corrupção envolvendo o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. O Ministério Público Federal suspeita que o político tenha recebido propina em contrato firmado entra a Masan Serviços Especializados e a entidade responsável pela organização dos Jogos.

No pedido de prisão do empresário Marco Antônio de Luca, sócio da Masan até 2015, a Procuradoria listou seis contratos entre a a empresa e o Comitê. De acordo com o juiz Marcelo Bretas, 7ª Vara Federal Criminal, a vinda dos Jogos Olímpicos para a capital fluminense aumentou seu leque de atuação.

"Com a vinda dos Jogos Olímpicos para o Rio de Janeiro no ano 2016, alargou-se o campo de atuação das empresas de Marco Antonio de Luca, as quais firmaram diversos contratos com o Comitê Organizador, com uma possível influência de Sérgio Cabral, em contrapartida ao pagamento de valores em espécie pelo investigado Marcelo Bretas", disse o juiz no despacho em que autorizou a operação "Ratatouille" da Polícia Federal.

Por meio de contratos, a firma estabeleceu mão de obra para limpeza e atendimento, assim como refeições, a partir de setembro de 2015. Foi solicitado ao Comitê, pela procuradoria, informações sobre os acordos.

Segundo bilhetes encontrados na casa de Luiz Carlos Bezerra, operador do esquema do ex-governador Sérgio Cabral e responsável por recolher o dinheiro de propina, Luca recebeu R$ 3,05 milhões em 2016.

- Existem indicativos de pagamento de propina após a saída do ex-governador, quando a Olimpíada ocorreu. São indicativos. Vamos analisar as informações a serem enviadas pelo comitê. A partir daí, somando as informações que já temos, vamos tirar nossas conclusões - explicou a procuradora Fabiana Schneider, da força-tarefa da Lava Jato no Rio.

Inicialmente, apenas recursos privados seriam usados pelo Comitê. Porém, às vésperas da Rio-2016, a União disponibilizou verba. A Prefeitura carioca repassou R$ 30 milhões em um convênio que previa R$ 150 milhões. Parte do dinheiro foi destinado a intervenções na Vila dos Atletas, que apresentou diversos problemas após a chegada das delegações. Um dos contratos com a Masan tinha como objetivo a prestação de serviços emergenciais no local.

O Rio-2016 afirmou que o maior contrato com a empresa foi enviado ao Conselho Diretor duas vezes, para aprovação. A entidade ainda diz que a contratação de emergência ocorreu por esta ser a única capaz de fornecer a mão de obra na quantidade e velocidade exigidas. 

- Não há a mínima chance de Cabral ter influência no conselho. E ainda devemos à Masan. Se houvesse algum apadrinhamento, ela teria recebido - afirmou o diretor de Comunicação da Rio-16, Mario Andrada. A dívida da entidade com a empresa é de R$ 16 milhões.

A Masan também se pronunciou. Ela alegou, através de uma nota oficial, que Masan Marco de Luca não integra o grupo desde 2015 e que trabalha com o governo carioca desde 2005. Além disso, ela se colocou a disposição das autoridades para esclarecimentos.