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Murilo se diz tranquilo após doping: ‘Seria sofrimento pensar nisso agora’

A amostra A do novo líbero do Sesi-SP testou positivo para um diurético; O resultado da B traçará o futuro do medalhista olímpico

Murilo, na próxima temporada, atuará como líbero Alexandre Arruda / CBV
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Quase uma semana após a divulgação do resultado positivo em exame antidoping surpresa, realizado em 10 abril, a pedido pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB), o novo libero do Sesi-SP, Murilo, veio a público, ao lado de seu advogado Marcelo Franklin, para comentar o caso.  O atleta testou positivo para furosemida, um diurético que auxilia na perda de peso, além de poder esconder outras substâncias proibidas pela Agente Mundial Antidoping (Wada, em inglês).

O medalhista de prata em Pequim-2008 e Londres-2012 afirmou que, apesar do susto inicial, está tranquilo e espera o resultado da contraprova (amostra B) para traçar os próximos passos.

- Eu fiquei muito surpreso. Recebi a notificação no dia quatro de maio, ou seja, um dia depois do meio aniversário. Eu não esperava, mas estou com a consciência tranquila. A minha preocupação é como isso foi dar positivo. Eu sempre prezei pela transparência. Peço também um voto de confiança para não ocorrer um pré-julgamento.

O advogado do atleta explicou que apenas a amostra A apontou o diurético, sendo necessária a confirmação da segunda para a confirmação do doping. Marcelo também mostrou-se surpreso por este resultado ser divulgado. A notícia foi dada pelo "O Globo" na última semana.

- Pelo código da Agência Mundial Antidoping (Wada, em inglês), só existe uma violação a regra de doping que é quando a amostra B confirma a A. A imagem do atleta deveria ter sido preservada até o resultado da contraprova - explicou  Franklin.

De acordo com o código da Wada, caso comprovado o doping, o atleta de 36 anos pode ter como punição desde uma advertência até quatro anos de suspensão. O melhor jogador do Mundial de 2009 disse que ainda não está pensando no assunto. 

Já Marcelo Franklin, que já defendeu atletas como o nadador Cesar Cielo e a velocista Ana Cláudia Lemos,  espera o resultado da amostra B para montar a defesa. Contudo, afirmou que  substância encontrada, no caso do vôlei, não beneficiaria o jogador.

- O que apareceu na amostra A foi um diurético e ele, para o vôlei, não é uma substância que gera um aumento de performance, muito pelo contrário, isso prejudicaria o desempenho. Vamos aguardar o resultado da amostra B para se, se ela eventualmente confirmar, iniciar a investigação e ver como este diurético apareceu no exame dele e apresentar a defesa para mostrar que não foi utilizado para aumento de performance.

Apesar de anda não haver confirmação, Murilo acredita que o 'doping mancha a carreira de qualquer atleta'. Contudo, está tranquilo e utiliza seu desempenho no último ano como exemplo de que não uma repentina melhora em suas atuações dentro de quadra.

- Um aumento da minha performance não foi visto no último ano. Tenho tido problemas com lesões e isso tem me atrapalhado, mas uma mudança drástica em que eu tenha tido uma vantagem por supostamente ter usado alguma coisa não aconteceu - afirmou. 

O dono de duas medalhas de prata olímpicas foi cortado da Seleção da Rio-2016 por uma lesão na panturrilha esquerda. Recentemente, Murilo sofreu uma torção no cotovelo que o tirou de grande parte da temporada.

O exame foi realizado na casa do ponteiro, em São Paulo. Acostumado a testes surpresa durante seus 12 anos de Seleção Brasileira, o gaúcho afirma que este é um procedimento 'super normal'. O resultado da amostra B deve ser divulgado entre 10 a 15 dias após a abertura da contraprova.

Apoio da família

De férias no Rio Grande do Sul com a família, Murilo conta que conversou com os pais sobre o resultado positivo da primeira amostra para que eles não fossem pegos de surpresa.

- Eu tive a sorte de semana passada viajar para Passo Fundo, já estáva programada esta viagem. Foi bom para eu poder conversar com os meus pais sobre isso, alertá-lo de um possível vazamento. Eles me deram total apoio.

A esposa do novo líbero do Sesi-SP, Jaqueline, em 2007, foi pega no exame antidoping pelo uso de sibutramina (moderador de apetite) e ficou nove meses afastada das quadras, ficando fora dos Jogos Pan-Americanos disputados no Rio de Janeiro.

- O caso da Jaque, na época, foi muito difícil, acabou sendo uma contaminação de um produto que ela tomava. O choque foi muito grande para ela, estava às vésperas de entrar na Vila do Pan-Americano do Rio quando ela recebeu a notícia, mas tudo se resolveu e o tempo acaba ajudando bastante. Já se passaram 10 anos e ela continuou defendendo a Seleção e os clubes, tanto na Itália quanto aqui, e acabou passando ilesa por este problema - lembrou Murilo.

O antigo camisa 12 verde e amarelo disse que Jaque está 'dando todo o apoio'.

- Ela está me dando todo o apoio. Está preocupada comigo porque a gente está em casa vivenciando tudo isso no dia a dia.

O jogador do Sesi-SP também recebeu apoio do clube, através de Alexandre Ribeiro, diretor de Qualidade de Vida do Sesi.

- O Murilo é um atleta que a gente não conhece há oito dias, mas há oito anos. Sempre com uma atitude exemplar, com dedicação integral, tanto ao Sesi-SP quanto na Seleção Brasileira. Em nome da instituição, estamos dando apoio total ao Murilo neste processo, a gente espera que isso acabe o mais rápido possível - afirmou.