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‘Diretas Já!’ Atletas querem nova eleição no COB em meio a escândalo

Liderados pelos ex-nadadores Djan Madruga e Luiz Lima, grupo faz ato por novo pleito com participação em massa de esportistas após a prisão de Carlos Arthur Nuzman e suspensão

Atletas e ex-atletas fazem ato em frente ao COB (Foto: Jonas Moura)
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Um grupo de atletas e ex-atletas se reuniu na porta do Comitê Olímpico do Brasil (COB) nesta quarta-feira, antes do início da Assembleia Geral Extraordinária da entidade marcada para tratar dos rumos do esporte nacional, com gritos de "Diretas Já, o atleta quer votar". Eles querem uma alteração no estatuto da entidade para permitir a inclusão dos esportistas em um novo pleito, já que o ex-presidente pediu afastamento após ser preso em meio à Operação Unfair Play (Jogo Injusto) da Polícia Federal.

O movimento é liderado por dois ex-nadadores que já ocuparam o cargo de secretário Nacional de Esporte de Alto Rendimento: Djan Madruga, bronze em Moscou-1980 no 4x200m livre, e Luiz Lima, ouro nos 400m livre nos Pan de Winnipeg, em 1999. Eles são contra a permanência de Paulo Wanderley, vice de Nuzman na chapa reeleita no ano passado. A ideia é que atletas votem em grande número. Atualmente, eles são representados por uma comissão.

- O que seriam Diretas Já? Eles (presidentes de federações) têm de decidir pela renúncia do presidente e do vice. O Artigo 24 permite isso, e o 23 fala em modificar o estatuto. Uma nova eleição poderia ser convocada pelo presidente mais velho. Assim, os atletas poderiam votar - explicou o ex-atleta.

O ato reuniu cerca de 20 pessoas na porta do Comitê. Mas o grupo por trás da mobilização é bem maior, formado por nomes ligados a esportes como natação, atletismo, vela, tênis, basquete e vôlei. Dentre eles, estão Lars Grael, Hortência, Raí, Ana Moser e Gustavo Borges. O grupo acredita que a Assembleia poderá deliberar pela desejada mudança no estatuto do COB. 

- Os presidentes de federações estão preocupados, até porque existe um movimento entre eles de situação e oposição. Eles terão de discutir isso. Não pode continuar como está. Se continuar, vai sobrar para todos eles. Precisam dar uma satisfação à sociedade - completou Madruga, que acredita em três saídas para o imbróglio: mudança voluntária por parte da Assembleia, mudança via Congresso ou intervenção judicial.

- Fiquei chocado com as notícias. Não podia imaginar. Foi uma surpresa absurda. Agora, é pensar como usar essa oportunidade de mudar o esporte.

RELEMBRE O CASO

A Operação "Unfair Play" (Jogo Injusto, em português) apura a ligação de Nuzman com o senegalês Papa Massata Diack, filho de Lamine Diack, ex-presidente da Associação Internacional das Federações de Atletismo (Iaaf). Papa teria recebido propina para conseguir votos ao Rio de Janeiro.

Os procuradores federais também identificaram a ocultação de bens de Nuzman, incluindo 16 barras de ouro depositadas em um cofre na Suíça, para justificar a prisão. Eles citam ainda que o brasileiro teve crescimento de 457% em seu patrimônio, entre 2006 a 2016.

A situação piorou quando o MPF descobriu que Nuzman determinou o pagamento R$ 5,5 milhões com recursos do Comitê Rio-2016 a um escritório de advocacia para sua defesa criminal. A entidade afirma que o pagamento não foi efetuado por veto do Conselho Diretor.

No sábado, o cartola encaminhou aos membros do COB uma carta na qual pediu seu afastamento. Paulo Wanderley, que era seu vice, assumiu a entidade de forma interina. Nuzman também se licenciou do Comitê Rio-2016, que ainda tem dívida de R$ 120 milhões com fornecedores.