Olá, amigos!

Novamente, como na semana anterior, estou aqui no Velocitta, na cidade paulista de Mogi Guaçu, para mais uma rodada do BRB Stock Car Pro Series, agora valendo pela etapa 8 do Campeonato Brasileiro. É legal verificar que fui campeão brasileiro de kart em 1989 e agora, quase 40 anos depois, estou aqui de volta na busca de mais um título nacional, só que na Stock Car. Obviamente que não estou disputando o título da temporada, mas é gostoso ver como a história tem potencial de se repetir, tanto tempo depois, só que num carro um pouco maior do que o meu kartinho #34 da Corpal, que tantas alegrias me proporcionou na minha infância.

Me disseram, dia desses, que eu pareço estar feliz na Stock, mesmo não conseguindo resultados que eu e a A. Mattheis Motorsport queremos. Minha resposta é que é isso mesmo, estou realmente feliz por estar aqui. Os motivos? Ah, esses são vários. Não se enganem, meu objetivo e ganhar corridas e ser campeão, porém, depois de tanto tempo de automobilismo, sei que cada conquista é resultado de muito trabalho, paciência, dedicação, inteligência, muitas conversas com a equipe e muito pé no fundo.

Apesar do currículo, tenho plena consciência de que aqui sou um estreante, com muito a aprender. Então, mesmo que um avanço conseguido possa não representar, propriamente, uma posição mais destacada no grid ou na bandeira quadriculada, ficou realmente feliz porque é palpável o crescimento. 

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Helio Castroneves, com 11 anos, começando a disputar provas oficiais no ano de1987 (Foto: Divulgação)

Início de algo novo e promissor

Desenvolver um carro novo é algo absolutamente sensacional. Não vou mentir para vocês, sentar num carro já pronto e já sair ganhando tudo, tenham certeza, é sensacional. Só que participar do desenvolvimento de um equipamento novo, estar com os engenheiros para trabalhar no acerto e constatar que melhorou, inclusive com sua participação, é muito legal.

A equipe do Andreas Mattheis é, sem dúvida, motivo de felicidade. Só estando com eles é que a gente entende o porquê de ser um time verdadeiramente campeão. Os funcionários da A. Mattheis Motorsport não são apenas pessoas relacionadas numa folha de pagamento. São, na verdade, membros de uma família unida e comprometida com o sucesso do time. É um grupo que não se contenta em cumprir 100% do que se espera dele. Nada disso: quer ir além.

Esse “além” é refletido em todos os aspectos da cadeia produtiva desse negócio chamado automobilismo. Aprendi que vencer não é propriamente o único objetivo – ops, não me entendam mal, claro que todo mundo quer vencer, mas a vitória não cai do céu e ela nunca chegará se não for cumprido um detalhado checklist. Vencer é consequência de uma corrente de excelência. Esse fortalecimento, creiam, só aumenta em mim a motivação e se reflete no ótimo relacionamento que tenho com todos. O bom da experiência e a capacidade de valorizar e curtir cada passo rumo ao pódio, não somente o pódio.

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Desafio imenso e empolgante

Participar do desenvolvimento de um novo carro a partir de uma página em branco é um desafio imenso, da mesma forma que é imensa a alegria de constatar, atividade a atividade, que a coisa está indo pelo caminho certo, mesmo que, às vezes, tenhamos de ser transparentes e humildes para admitir que a escolha foi errada e recomeçar da maneira correta, todos remando para o mesmo lado. De minha parte, estou adorando o meu SNG-01 Chevrolet Tracker #06. Já na primeira volta, lá em Interlagos, já percebi que a caranga era especial e só melhora a cada volta.

As circunstâncias que envolvem minha participação no campeonato deste ano projetam uma sequência muito boa até o final da temporada 2025. Tanto isso é verdade que vou ser muito honesto com vocês. Acredito que já neste final de semana poderei estar entre os 10 primeiros, coisa que ainda não aconteceu. Isso não é mero desejo ou vontade, diria mesmo que é matemática. O que avançamos até aqui me permite, com clareza, fazer essa projeção. Então, é pra lá que vamos.

Abraço a todos, curtam bem o final de semana e vamos que vamos.

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