Filha de Fernanda Oliveira é amuleto da dupla com Ana Barbachan

Roberta, de dois anos, viaja sempre com as velejadoras da classe 470

Velejadoras Fernanda Oliveira e Ana Luiza Barbachan
Fernanda Oliveira e Ana Luiza Barbachan continuam os treinos na Baía de Guanabara (Foto: Reprodução/Facebook)

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Fernanda Oliveira e Ana Luiza Barbachan, que fazem parte da Equipe Furnas, já não podem mais ser chamadas de dupla. Com o nascimento de Roberta, filha de Fernanda, a equipe ganhou uma nova integrante, que estreou em aeroportos internacionais com dois meses e meio de vida. “Beta”, de dois anos, é a companheira inseparável da dupla gaúcha de velejadoras da classe 470.
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Ela praticamente saiu da barriga com o passaporte. A Beta viaja comigo desde março de 2014 para todos os campeonatos. Tenho que organizar cada viagem, ver onde ela vai dormir, tenho que levar uma pessoa para ajudar. Isso é um desafio, mas graças a Deus tenho um apoio gigantesco da Ana e da equipe toda. A Ana dá banho, escova dente, conta história para dormir... - conta Fernanda em material divulgado pelo Ministério do Esporte.

Ana decidiu adiar os planos da maternidade quando percebeu, na prática, como é trabalhoso cuidar de um bebê. Mas se derrete em elogios à criança, que já tem papel na equipe.

- Vi o quanto é difícil e olha que a Beta é uma criança muito tranquila, feliz, não faz birra, não incomoda. A função dela é divertir. Ela é muito inteligente e curiosa - afirma.

Com Roberta, Fernanda tem menos tempo para o treino físico, mas se considera mais forte emocionalmente.

- Ela me ajudou a ter mais equilíbrio, a ter uma plenitude, uma tranquilidade maior, a dar valor para os pequenos momentos e a digerir melhor os dias de competição. Esqueço o meu mundo e deixo a coisa mais leve. Antigamente, ficava remoendo o resultado se não fosse bom, ficava me culpando até o último minuto daquele dia, dormia de mau humor. E com ela melhora. Ela até pergunta: “Mamãe tá feliz?”, narra a velejadora.

Se fora da água a dupla conta com a energia positiva de Roberta, nas regatas os bons resultados são atribuídos ao amadurecimento da parceria, que começou em 2009. Nos Jogos Olímpicos de Londres 2012, elas ficaram em sexto lugar. No ciclo rumo ao Rio, o “quase pódio” do ciclo de Londres passou a virar medalhas.

- No primeiro ciclo, a gente circulou muito entre as cinco primeiras. No segundo, a gente conseguiu subir um degrau, posicionando numa zona de pódio. Isso só confirmou que nosso caminho estava certo e nos presenteou com a possibilidade de estar nos Jogos do Rio - avalia Fernanda, que disputará a quinta edição de Jogos Olímpicos e tem a única medalha da vela feminina brasileira em Olimpíadas: o bronze em Pequim 2008, junto a Isabel Swan, também na classe 470.

Outro “upgrade” do último ciclo ocorreu na comissão técnica: o treinador espanhol Eneko Fernández passou a trabalhar com a dupla, atuando em conjunto com técnico Paulo Roberto Ribeiro, o Paulinho.

- A equipe sempre esteve muito aberta. A gente trabalha junto há muito tempo: eu e o Paulinho desde 2005, e com a Ana desde 2009. Foi interessante abrir essa porta, ouvir uma opinião diferente. É tipo uma consultoria para saber se nosso caminho estava certo. Ele e o Paulinho se dão bem. Não trouxe nada de mágico, foi um complemento - explica Fernanda.

Os resultados do ano olímpico aumentam a tranquilidade da dupla. Em seis campeonatos disputados em 2016, Fernanda e Ana estiveram em cinco pódios, com destaque para o bronze na etapa de Miami (EUA) e a prata na etapa de Hyères (França) da Copa do Mundo. No Mundial da classe 470, ficaram em quarto lugar.

- A gente merece um bom resultado, tem apresentado bons resultados, tecnicamente tem condições de fazer um bom resultado, e espero que a gente realmente consiga executar o nosso melhor naquela semana dos Jogos e chegar ao pódio - diz Fernanda.

Os treinos no Rio de Janeiro se intensificaram na reta final. Velejar mais na Baía de Guanabara é parte importante da estratégia, mas o descanso às margens do Rio Guaíba também é. Em junho, foram seis dias em Porto Alegre. No dia 30, elas retornam à capital gaúcha para uma nova temporada de mais oito ou nove dias. O meio de julho será de treinos no Rio de Janeiro, mas, no dia 22, a passagem já está marcada para o Sul. A dupla se une à Seleção Brasileira de Vela no Rio de Janeiro em 1º de agosto em definitivo para os Jogos Olímpicos.

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