Mundial de Atletismo Paralímpico começa sem a estrela de Oscar Pistorius
O Mundial de Atletismo Paralímpico começa hoje, em Lyon (FRA). Em sua sexta edição, a competição vai ter por volta de 1.235 atletas, de 101 países. É o maior número de participantes em um ano. Mas apesar da grandiosidade, a grande questão é: como vai ser o torneio sem Oscar Pistorius?
Após duas edições com a participação e todos os focos voltados para o sul-africano (2006 e 2011), até então sensação do esporte paralímpico, dessa vez ele não vai competir. O motivo é a suspeita de ter assassinado a namorada (Reeva Steenkamp), em fevereiro deste ano. O velocista responde à acusação em liberdade, mas decidiu se afastar das competições por enquanto.
O assunto ainda é delicado entre dirigentes e esportisas, afinal, a Justiça da África do Sul segue sem dar um parecer sobre o caso. Mesmo assim, um dos assuntos mais comentados ainda é a situação de Pistorius. Mas no time sul-africano tal questão é tratada com cautela.
- Sem dúvida, sabemos que Pistorius trouxe diversas medalhas nas Paralimpíadas e Mundiais anteriores. Mas nossa equipe tem uma voam mistura de experiência e novos talentos. Mais da metade da nosso time vestiu as cores da África do Sul em Londres no ano passado. Por isso, acreditamos que podemos trazer mais medalhas – afirmou Leon Fleiser, chefe de preparação dos sul-africanos, ao LANCE!.
A África do Sul viajou para Lyon com 32 atletas. Em 2011, na Nova Zelândia, a equipe levou 24 medalhas (oito ouros, sete pratas e nove bronzes). Dessasm quatro foram conquistadas por Pistorius.
O sul-africano faz falta, mas muitos atletas querem substituí-lo nas pistas. O brasileiro Alan Fonteles é um deles. Que comecem os jogos. Mesmo sem o astro principal.
Competições apenas no sábado
Dois eventos nesta sexta-feira marcam a abertura do Mundial de Atletismo Paralímpico. Por volta das 5h45 (de Brasília), o presidente da Comitê Paralímpico Internaciona, Philip Craven vai conceder uma entrevista coletiva. O brasileiro Alan Fonteles e outros importantes atletas vão participar do evento. Já às 13h30 ocorre a Cerimônia de Abertura. As competições começam no sábado.
* O repórter viaja a convite do Comitê Paralímpico Brasileiro
Confira a opinião de Leon Fleiser, chefe de preparação da África do Sul exclusiva por e-mail:
LANCE!Net: Vocês conversaram com o Oscar Pistorius após tudo o que ocorreu?
Leon Fleiser: Pistorius está muito ocupado com a vida pessoal atualmente. Assim que a situação dele for resolvida, vamos ver o que o futuro reserva para ele e a África do Sul.
L!Net: Os atletas foram aconselhados sobre como tratar tal assunto durante o Mundial de Atletismo Paralímpico?
LF: O que aconteceu com o Pistorius é algo pessoal. O time sul-africano não tem o direito de jugá-lo ou dar algum conselho A gente se restringe a falar sobre os assuntos esportivos e deixamos que a Justiça faça o resto.
L!Net: A delegação sul-africana tem 32 atletas. O que vocês esperam para a delegação nesta competição?
LF: A gente espera por um desempenho melhor do que fizemos no Mundial de 2011. Temos muitos atletas que disputaram a competição e algumas caras novas. Conseguimos um excelente resultado nos Jogos Paralímpicos em Londres-2012, com 29 medalhas (oito ouros, 12 pratas e nove bronzes). Então, acreditamos que podemos trazer mais medalhas para casa.
Confira o que disseram dois atletas brasileiros:
“Pistorius como atleta sem dúvida trazia valorização para o esporte e as pessoas com deficiência. Infelizmente, depois do que aconteceu, é melhor sem ele. Se tivesse lá, seria pior nessa situação que ele está agora. Se não tivesse ocorrido isso tudo, faria a diferença”
Terezinha Guilhermina, velocista
“Estou tentando não pensar muito nessas coisas. Ele foi um dos atletas que revolucionou o esporte paralimpico. Ele fez muito pelo esporte. Não sei se vai voltar a correr. Mas temos outros ídolos, Alan Fonteles, Terezinha, eu... Vamos dar continuidade ao papel que ele teve até agora”
Yohansson Nascimento, velocista
Veja a opinião de Paul Brighten, Diretor comercial da SoccerEx, na Academia LANCE!:
"O que Oscar Pistorius fez foi mostrar para o mundo que o esporte paralímpico é não só muito importante como é muito competitivo nos últimos anos.
Entretanto, acho que a Paralimpíada do ano passado em Londres mostrou que tem bem mais que o Oscar Pistorius. Ele perdeu, inclusive, para o brasileiro Alan Fonteles. Ele era um dos garotos propagandas do esporte, a marca dele, a Blade Runner, que eles usaram foi muito importante para o esporte, mas acho que ele não estando no Mundial não vai mudar muito em termos da imagem.
Acho que a Paralimpíada em Londres deu um crescimento muito grande ao esporte paralímpico. As pessoas apreciaram muito mais a qualidade dos atletas, o nível que eles estão chegando. Acho que não é tão importante agora a presença dele como era há uns anos.
Acredito que o interesse no Mundial não chega a ser afetado. Não só pela imagem que ficou para os torcedores que foram lá ver a Paralimpíada, mas também as marcas que se envolveram. Os fãs viram que é um movimento que está crescendo muito. Agora as pessoas estão vendo bem mais como um movimento em geral e não só como um atleta que consegue fazer coisas especiais. O próprio fato de Pistorius ter perdido no ano passado mostrou que não é só ele que consegue fazer as coisas, que não é a única pessoa com deficiência que consegue chegar àquele nível, então acho que não afeta tanto.
Sempre quando há a ausência de um grande atleta, como o Tiger Woods que ficou um tempo longe do golfe por causa de um escândalo, vai sempre afetar a publicidade, mas acho que a marca da Paralimpíada cresceu o suficiente, as pessoas estão muito interessadas depois do show que eles deram em Londres que agora não precisa tanto do Pistorius como precisava nos últimos anos."
O Mundial de Atletismo Paralímpico começa hoje, em Lyon (FRA). Em sua sexta edição, a competição vai ter por volta de 1.235 atletas, de 101 países. É o maior número de participantes em um ano. Mas apesar da grandiosidade, a grande questão é: como vai ser o torneio sem Oscar Pistorius?
Após duas edições com a participação e todos os focos voltados para o sul-africano (2006 e 2011), até então sensação do esporte paralímpico, dessa vez ele não vai competir. O motivo é a suspeita de ter assassinado a namorada (Reeva Steenkamp), em fevereiro deste ano. O velocista responde à acusação em liberdade, mas decidiu se afastar das competições por enquanto.
O assunto ainda é delicado entre dirigentes e esportisas, afinal, a Justiça da África do Sul segue sem dar um parecer sobre o caso. Mesmo assim, um dos assuntos mais comentados ainda é a situação de Pistorius. Mas no time sul-africano tal questão é tratada com cautela.
- Sem dúvida, sabemos que Pistorius trouxe diversas medalhas nas Paralimpíadas e Mundiais anteriores. Mas nossa equipe tem uma voam mistura de experiência e novos talentos. Mais da metade da nosso time vestiu as cores da África do Sul em Londres no ano passado. Por isso, acreditamos que podemos trazer mais medalhas – afirmou Leon Fleiser, chefe de preparação dos sul-africanos, ao LANCE!.
A África do Sul viajou para Lyon com 32 atletas. Em 2011, na Nova Zelândia, a equipe levou 24 medalhas (oito ouros, sete pratas e nove bronzes). Dessasm quatro foram conquistadas por Pistorius.
O sul-africano faz falta, mas muitos atletas querem substituí-lo nas pistas. O brasileiro Alan Fonteles é um deles. Que comecem os jogos. Mesmo sem o astro principal.
Competições apenas no sábado
Dois eventos nesta sexta-feira marcam a abertura do Mundial de Atletismo Paralímpico. Por volta das 5h45 (de Brasília), o presidente da Comitê Paralímpico Internaciona, Philip Craven vai conceder uma entrevista coletiva. O brasileiro Alan Fonteles e outros importantes atletas vão participar do evento. Já às 13h30 ocorre a Cerimônia de Abertura. As competições começam no sábado.
* O repórter viaja a convite do Comitê Paralímpico Brasileiro
Confira a opinião de Leon Fleiser, chefe de preparação da África do Sul exclusiva por e-mail:
LANCE!Net: Vocês conversaram com o Oscar Pistorius após tudo o que ocorreu?
Leon Fleiser: Pistorius está muito ocupado com a vida pessoal atualmente. Assim que a situação dele for resolvida, vamos ver o que o futuro reserva para ele e a África do Sul.
L!Net: Os atletas foram aconselhados sobre como tratar tal assunto durante o Mundial de Atletismo Paralímpico?
LF: O que aconteceu com o Pistorius é algo pessoal. O time sul-africano não tem o direito de jugá-lo ou dar algum conselho A gente se restringe a falar sobre os assuntos esportivos e deixamos que a Justiça faça o resto.
L!Net: A delegação sul-africana tem 32 atletas. O que vocês esperam para a delegação nesta competição?
LF: A gente espera por um desempenho melhor do que fizemos no Mundial de 2011. Temos muitos atletas que disputaram a competição e algumas caras novas. Conseguimos um excelente resultado nos Jogos Paralímpicos em Londres-2012, com 29 medalhas (oito ouros, 12 pratas e nove bronzes). Então, acreditamos que podemos trazer mais medalhas para casa.
Confira o que disseram dois atletas brasileiros:
“Pistorius como atleta sem dúvida trazia valorização para o esporte e as pessoas com deficiência. Infelizmente, depois do que aconteceu, é melhor sem ele. Se tivesse lá, seria pior nessa situação que ele está agora. Se não tivesse ocorrido isso tudo, faria a diferença”
Terezinha Guilhermina, velocista
“Estou tentando não pensar muito nessas coisas. Ele foi um dos atletas que revolucionou o esporte paralimpico. Ele fez muito pelo esporte. Não sei se vai voltar a correr. Mas temos outros ídolos, Alan Fonteles, Terezinha, eu... Vamos dar continuidade ao papel que ele teve até agora”
Yohansson Nascimento, velocista
Veja a opinião de Paul Brighten, Diretor comercial da SoccerEx, na Academia LANCE!:
"O que Oscar Pistorius fez foi mostrar para o mundo que o esporte paralímpico é não só muito importante como é muito competitivo nos últimos anos.
Entretanto, acho que a Paralimpíada do ano passado em Londres mostrou que tem bem mais que o Oscar Pistorius. Ele perdeu, inclusive, para o brasileiro Alan Fonteles. Ele era um dos garotos propagandas do esporte, a marca dele, a Blade Runner, que eles usaram foi muito importante para o esporte, mas acho que ele não estando no Mundial não vai mudar muito em termos da imagem.
Acho que a Paralimpíada em Londres deu um crescimento muito grande ao esporte paralímpico. As pessoas apreciaram muito mais a qualidade dos atletas, o nível que eles estão chegando. Acho que não é tão importante agora a presença dele como era há uns anos.
Acredito que o interesse no Mundial não chega a ser afetado. Não só pela imagem que ficou para os torcedores que foram lá ver a Paralimpíada, mas também as marcas que se envolveram. Os fãs viram que é um movimento que está crescendo muito. Agora as pessoas estão vendo bem mais como um movimento em geral e não só como um atleta que consegue fazer coisas especiais. O próprio fato de Pistorius ter perdido no ano passado mostrou que não é só ele que consegue fazer as coisas, que não é a única pessoa com deficiência que consegue chegar àquele nível, então acho que não afeta tanto.
Sempre quando há a ausência de um grande atleta, como o Tiger Woods que ficou um tempo longe do golfe por causa de um escândalo, vai sempre afetar a publicidade, mas acho que a marca da Paralimpíada cresceu o suficiente, as pessoas estão muito interessadas depois do show que eles deram em Londres que agora não precisa tanto do Pistorius como precisava nos últimos anos."