Historiador contraria ‘lenda’ e afirma: ‘Na década de 60, Santos parou duas guerras’


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O branco da paz nunca foi tão bem representado como em 1969, pelo Santos. Naquele ano, o clube excursionou pela África e levou raros momentos de calma e felicidade para moradores de regiões devastadas. Por conta da presença do Alvinegro no continente, duas guerras civis – e não uma, como se costuma falar – foram paralisadas. Combates no Congo e na Nigéria foram cessados durante o tempo em que a delegação santista ficou no continente, no começo de 1969.

- Em menos de 10 dias o clube interrompeu os conflitos entre República do Congo e República Demócratica do Congo e a Guerra de Biafra, na Nigéria. Não era interessante para os países terem combates enquanto o Santos estava lá e a guerra foi paralisada por alguns dias - explica Guilherme Nascimento, historiador do Santos.

Porém, quem viveu aquela época de perto não guarda más recordações. Pelo contrário.

– Para nós não tinha um ambiente de guerra, era estranho. Víamos um monte de guarda, o povo passando fome, mas lembro que todo mundo andava na rua com cadeira na cabeça para ir ao estádio, pois lá não cabia todo mundo na arquibancada. Era uma festa para eles aquele momento. Foi emocionante – contou o ex-jogador santista Lima, em entrevista recente.

Apesar do risco, Pelé e sua turma foram tratados como majestade, como lembra Manoel Maria, ex-ponta-direira do Peixe.

– O Rei é o Rei em qualquer lugar. Todo mundo em cima do Pelé, era uma coisa linda. Nós éramos assediados por todos, não passamos nenhum problema.

Os combates continuaram logo após a saída do Santos do país, mas, certamente quem presenciou o espetáculo do time de branco jamais se esqueceu. O período marcava a consolidação de uma equipe nascida para o sucesso. Em três décadas, 50, 60 e 70, foram 63 títulos.

– De olhos fechados já sabíamos aonde cada jogador estava. O Santos foi a principal atração do mundo por um longo tempo – destacou Pepe.

Por conta disso, recordes de renda eram constantemente superados pela equipe que todos queriam ver, e o sucesso da excursão na África foi um exemplo de como a fama do time era capaz de coisas inimagináveis, mágicas.

Tem até música...

A torcida do Santos criou uma música, cantada em quase todos os jogos da equipe, que homenageia o esquadrão alvinegro das décadas de 50, 60 e 70. O fato de o clube ter paralisado guerras também é mencionado. Veja abaixo a letra completa do grito:

O meu Santos é sensacional
Só o Santos parou a guerra
Com Rei Pelé, bi Mundial
O maior time da Terra
É meu amor, primeiro amor, eterno amor, Santos! (2x)

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