Corinthians ‘maquiou’ contas de 2014 em R$ 328 milhões, afirma diretor

Emerson Piovezan, responsável pelas finanças do clube, enviou carta ao Conselho Deliberativo do Timão informando que gestão anterior transformou déficit em superávit

Emerson Piovezan, diretor financeiro do Corinthians
<br>(Foto: Divulgação)

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O Corinthians "maquiou" o balanço patrimonial de 2014 em R$ 328 milhões. Quem afirma é Emerson Piovezan, diretor financeiro do Timão, em carta enviada ao Conselho Deliberativo do clube, que foi publicada nesta sexta-feira pelo jornal "Folha de S.Paulo".

As contas do Timão em 2014 foram apresentadas com superávit de R$ 230,6 milhões. Porém, segundo Piovezan, houve déficit de R$ 97 milhões.

À época, o presidente alvinegro era Mário Gobbi, mas os números foram aprovados e publicados na gestão atual, de Roberto de Andrade. 

Piovezan disse à "Folha de S.Paulo" que usou o termo "maquiado" de forma coloquial na carta enviada ao Conselho. Contudo, ele reconhece que a informação equivocada "distorceu a análise dos leitores do balanço".

– Ele escreveu uma carta ao Conselho Deliberativo. Eu vou me defender também por carta ao Conselho. Posso dizer que discordo 100% de tudo o que ele escreveu e vou esclarecer isso no momento apropriado – declarou Raul Corrêa da Silva, diretor financeiro do Corinthians em 2014.

Na tarde desta sexta-feira, o Corinthians se pronunciou por meio de nota oficial. Confira abaixo na íntegra:

Em relação às publicações envolvendo as demonstrações financeiras do ano de 2014, o Sport Club Corinthians Paulista esclarece que durante os procedimentos contábeis e de auditoria externa para o fechamento do balanço do exercício de 2015 foram identificadas necessidades de ajustes aos valores registrados – e que não caracterizam qualquer tipo de maquiagem – e publicados referentes ao exercício de 2014.

Os ajustes realizados foram discutidos com a auditoria independente e também foram obtidos pareceres de especialistas para suportarem os registros desses valores ajustados.

O balanço de 2015, publicado em 30 de abril de 2016, tem a devida informação sobre os critérios utilizados, conforme a nota explicativa número 2, com o título Reapresentação das Demonstrações Contábeis do Exercício Findo em Dezembro de 2014: “O balanço patrimonial e as respectivas demonstrações do resultado (...) foram ajustados e estão sendo reapresentados como previsto no CPC23 – Políticas Contábeis Mudanças de Estimativas e Retificação de Erro e CPC 26 (R1) Apresentação das Demonstrações Contábeis e da norma internacional IAS 1 (R)”.

A opinião dos auditores independentes relata, conforme parágrafo de ênfase número 1 do Relatório dos Auditores Independentes, sobre as Demonstrações Contábeis: “Examinamos também os ajustes descritos (...) que foram efetuados para reclassificar as demonstrações contábeis de 31 de dezembro de 2014 (...). Em nossa opinião, tais ajustes são apropriados e foram adequadamente efetuados”.

Assim sendo, por tratar-se de mera interpretação divergente acerca de normas contábeis, entendemos não haver razão para o prolongamento do assunto.

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