Todos Esportes

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Visita em véspera de jogo, folgas, discurso dirigido… A tática antiestresse de Felipão

O técnico Felipão recebeu as psicólogas da Seleção Brasileira, Gisele Silva, Regina Brandão e Aline Magnani, nesta quarta-feira, na Granja Comary (Foto: Divulgação)
Escrito por

A pressão que os jogadores estão sentido poderia ter consequências maiores, talvez, não fosse a tática antiestresse da comissão técnica da Seleção e da CBF. Na programação e no discurso ensaiado, o objetivo é fazer o grupo pelo menos tentar diminuir a carga da obrigação de vencer o segundo Mundial.

Um exemplo foi liberar a visita de parentes e amigos aos atletas no hotel onde a delegação estava hospedada em Belo Horizonte, na véspera da partida contra o Chile. Algo inimaginável em outros Mundiais. Mas Felipão sentiu o grupo tenso demais.

As folgas dadas depois de jogos da Seleção também fazem parte da tática. As únicas preocupações nesses dias são com relação à exposição dos jogadores na mídia, o que pode gerar críticas e mais estresse, e ao consumo de álcool, que pode retardar a recuperação para a próxima partida.

Tudo foi planejado com acompanhamento de especialistas. Das três psicólogas, cuja líder é Regina Brandão, que trabalha com Felipão desde 1993, Felipão recebeu um relatório de mais de cem páginas antes da Copa, com detalhes, por exemplo, sobre quem precisa de mais atenção.

– Fizemos reuniões, olhamos todos os dados passados e trabalhamos um pouco diferente com A , B ou C, de acordo com os relatórios da Regina. O que podemos fazer para tirar proveito disso, nós fazemos – disse Felipão, antes da estreia.


Felipão com Regina Brandão (no centro) e a equipe de psicólogas na Granja Comary (Foto: Divulgação)

Experiência que Parreira acumulou ao comandar a Seleção de 1994, que carregava o peso do jejum de 24 anos sem título em Copas. Nos Estados Unidos, o técnico também liberava os jogadores depois dos jogos. Dunga, Jorginho e Ricardo Rocha, que acompanhava o grupo apesar de ter sido cortado, eram os responsáveis por fazer os atletas voltarem no horário combinado.

A CARTILHA DE FELIPÃO E PARREIRA

1) Inspire confiança
O discurso depende do momento. Antes da estreia, era importante dar confiança à torcida. Por isso, pregaram que o Brasil ganharia a Copa. Parreira falou que estava com uma mão na taça porque esta Seleção sabia lidar com os fatores extracampo.

2) Valorize o rival
Na véspera do jogo contra o Chile, Felipão mudou o discurso. Percebendo que os jogadores estão sentindo o peso, disse que uma possível derrota não seria motivo para ninguém se jogar do barranco. E passou a valorizar a seleção chilena.

3) Libere a galera
Na primeira semana de preparação, Parreira lembrou que as folgas dos jogadores na Copa de 94, nos EUA, foram fundamentais para o grupo suportar a pressão dos 24 anos de jejum de título em Copas. O grupo atual folgou sempre depois de jogar, como ontem.

4) Traga os amigos
Liberar a visita de parentes, amigos e até do agente (caso de Wagner Ribeiro, amigo da família de Neymar), como aconteceu em Belo Horizonte, na véspera do jogo contra o Chile, também ampara os atletas e diminui a pressão.