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Trio de revelações se mostra adaptado e à vontade no profissional do Vasco

Juninho Pernambucano - Treino do Vasco (Foto: Bruno de Lima/ LANCE!Press)
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Dentre todos os jogadores do atual elenco do Vasco, três deles vivem um momento especial e de muito aprendizado. As revelações Lorran, Marquinhos e Yago, que foram efetivamente promovidos das categorias de base para o profissional nesta temporada, já se mostram adaptados e bem à vontade na equipe principal.

Os três atletas estrearam juntos pelo profissional do Cruz-Maltino, no dia 3 de abril, no empate em 0 a 0 contra o Resende, na Arena Amazônia, pela Copa do Brasil. Na ocasião, os titulares haviam sido poupados para a disputa da final do Campeonato Carioca e os jovens aproveitaram a oportunidade para mostrar serviço. Lorran foi o titular da lateral-esquerda, enquanto os atacantes Marquinhos e Yago entraram no decorrer do jogo – os dois últimos ganharam outras chances como titular após Reginaldo ter sido barrado e com os problemas de saúde de Everton Costa a lesão de Edmílson.

Assim como a estreia nos gramados, a primeira vez diante da imprensa também foi realizada em conjunto. Os três jogadores foram os escolhidos para conversar com os jornalistas, após o treino da última terça-feira, no resort em que a equipe está hospedada em Atibaia. Mesmo com a presença de apenas dois profissionais de mídia – número abaixo do comum da cobertura diária do clube – e nenhuma câmera ou microfone que pudesse intimidar os jogadores, valeu pela estreia.

E os garotos foram aprovados. A timidez e até o receio de antes da entrevista foram totalmente superados com um bate-papo descontraído, com diversas curiosidades sobre o momento de transição que estão vivendo. Mais velho entre os três, com 20 anos, Marquinhos foi quem tomou a palavra primeiro para contar sobre sua adaptação ao elenco profissional.

- A adaptação aparentava ser mais difícil. Mas com o grupo te apoiando, dando força e unido, a gente consegue fazer um bom trabalho e consegue se adaptar rápido. O trâmite de juniores para o profissional no começo foi bem difícil, mas depois a gente se acostumou e foi bem tranquilo – contou o atacante, que tem seis partidas pelo Vasco e fez parte do time campeão da Taça BH de juniores em 2013.

A boa ambientação ao grupo passa principalmente pelo acolhimento pelos jogadores mais experientes. Foi o que Douglas e Guiñazú fizeram. E Yago virou até xodó do camisa 10 e maestro da equipe.

- O Douglas é um “paizão”. Ele me adotou, é meu padrinho. Como o Douglas, o Guiñazu também é um cara tranquilo e brincalhão. A gente via na televisão, achava que era uma coisa, mas chega aqui e é totalmente diferente, os caras são tranquilos. Todos receberam a gente bem, de braços abertos – disse Yago, que é da mesma geração de Marquinhos, apenas dois meses mais novo, e já tem um gol em seis partidas pelo time principal. O jogador também participou da recente conquista da Taça BH.

Mais tímido entre os três – pelo menos durante a entrevista -, mas não menos bem-humorado, Lorran credita a fácil adaptação à quantidade de atletas promovidos recentemente da base – uma aposta do clube para driblar os problemas financeiros. Além do trio, o elenco conta com outros seis pratas da casa: Gabriel Félix, Jordi, Luan, Henrique, Jhon Cley e Thalles.

- É como se a gente tivesse se sentindo nos juniores, pela quantidade de companheiros que já viveram e trabalharam com a gente, por isso acho que nos adaptamos muito rápido – declarou Lorran, o mais novo do trio, com apenas 18 anos de idade, que se inspira no atleta da mesma posição, Marcelo, do Real Madrid e da Seleção Brasileira.
Marquinhos e Lorran em ação contra o Resende, na Arena Amazônia: Primeira chance como titular (Foto: Marcelo Sadio/Vasco) 

GRATIDÃO A ADILSON BATISTA

A porta de entrada para o profissional, claro, são as boas atuações nas categorias de base. No entanto, é preciso também conquistar a confiança e ter respaldo do técnico. É o caso da relação dos jovens com Adilson Batista, que foi enaltecido pelo trio.

- Eu só tenho a agradecer, porque foi o cara que chegou aqui e confiou na gente e falou: “é com vocês”. A gente sempre vinha, treinava e descia de novo. Ele chegou e deu oportunidade para a gente ficar. Entramos e jogamos. É uma excelente pessoa e excelente treinador - disse Marquinhos.

Yago, que se inspira no estilo de jogo do holandês Robben, lembrou uma demonstração de confiança do treinador, quando assumiu a responsabilidade antes de promover sua entrada durante um dos jogos do Vasco.

- Ele disse para a gente jogar e que, se algo desse errado, a culpa era dele. Que jogador não vai jogar bem, com o treinador dando confiança assim? – destacou Yago, que, no dia deste episódio, entrou e marcou um belo gol, diante do Luverdense, na Arena Pantanal, pela Série B.

CUIDADOS COM O ASSÉDIO E INTERESSES

Quando a fama chega, é preciso controlar o assédio e os interesses de pessoas em volta. Fato que já arruinou a carreira de muitos jogadores. Lorran, Marquinhos e Yago se mostraram conscientes do que fazer e qual o melhor caminho para seguir. O mais jovem citou os cuidados com relacionamentos.

- A maioria dos jogadores se perde por causa de mulher. A gente precisa de mulher, mas daquela que venha para nos ajudar, não aquela que vem por interesse por tudo que você está fazendo – alertou.

Yago lembrou outros tipos de interesses que já surgiram após a ascensão de sua carreira.

- Apareci na telinha, né? Agora sempre surgem amigos novos, primos que não falavam e até irmãos. Isso é normal de qualquer jogador. Aí é a hora de ter cabeça.

Neste tópico da entrevista, quem interrompeu a conversa para fazer uma observação foi a psicóloga da equipe, Maria Helena Rodriguez, que acompanhava todo o bate-papo. Ela ressaltou o trabalho psicológico feito com os garotos da base desde o início da carreira.

- A gente faz um trabalho de orientação em todos os sentidos durante toda a formação do jogador. Agora resta a eles seguirem o caminho mais correto. Quando chega ao profissional, há uma diferença, porque vem tudo: imprensa, começa a aparecer na TV etc. Por isso eles precisam estar bem preparados. É bem complicado, porque às vezes o jogador começa a seguir para outro caminho. Mas aqui eles tiveram essa orientação – garantiu a psicóloga.

JUNINHO PERNAMBUCANO ‘PASSOU O BASTÃO’

Desde a infância convivendo no Vasco, os três jogadores acompanharam diversos times, conquistas, boas e também má fases. E elegeram os ídolos que já viram jogar pelo clube: Felipe e Juninho Pernambucano, por unanimidade. O último, que encerrou a carreira no Gigante da Colina na última temporada, incentivou os garotos e “passou o bastão”.

- Quando estava parando, o Juninho falou: “Um dia eu vou parar e vai ser com vocês. Como eu fiz história no Vasco, vocês também podem fazer. É só confiar no potencial de vocês” – contou Yago.

Antes de encerrar a carreira, Juninho deu um conselho aos jovens recém-promovidos da base (Foto: Bruno de Lima/LANCE!Press)