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Impasse entre time e concessionária forçará ‘pausa’ no Maracanãzinho

Lançamento do Rexona Ades para a Superliga (Foto: Divulgação/Marcio Rodrigues/MPIX)
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Conhecido como o templo do vôlei brasileiro, o Maracanãzinho deverá deixar saudade em muitos torcedores por tempo indeterminado. Após a extinção do RJ Vôlei, que disputou as últimas três edições da Superliga Masculina e sucumbiu à falta de apoiadores, o Rexona-Ades não contará mais o ginásio para receber as suas partidas pela competição feminina.

A principal barreira que motivou a saída do time comandado por Bernardinho do local foi a alteração dos valores cobrados pela Concessionária Maracanã S.A., que passou a administrar o ginásio no ano passado. O time não revela os números, mas afirma que a proposta sofreu aumento de até 60% em relação à temporada 2013/2014.

Todas as partidas com mando da equipe na edição 2014/2015, que começa no dia 7 de novembro, estão agendadas para o Tijuca Tênis Clube, palco de duelos do Rexona desde a mudança para a capital carioca, em 2004. Antes, a sede era Curitiba. Em 2009, porém, o Maracanãzinho se tornou uma espécie de casa do elenco, especialmente em jogos com maior apelo de público.

A preocupação da diretoria é como equacionar a procura para os confrontos mais atrativos. A capacidade do Tijuca é de apenas 2.500 torcedores. O Maracanãzinho comporta até 10 mil. Em 2010, o time chegou a enfrentar problemas na semifinal contra o São Caetano, devido às chuvas que alagaram o seu maior ginásio. O confronto teve de ser remarcado para o Tijuca, e parte da torcida não conseguiu assistir de perto à classificação à final.

– Me dá um pouco de pena, porque o Maracanãzinho é um tremendo palco. É o local onde acontecerão as finais do vôlei na Olimpíada. Lamento, porque é inviável para nós e para qualquer outro time que porventura estivesse interessado – disse ao LANCE!Net Harry Bollmann, supervisor do Rexona-Ades.

O Maracanã S.A. informou à reportagem que houve apenas conversas informais sobre o uso do local para jogos da Superliga, no início deste ano, e que questões técnicas por parte do time impediram as negociações. O Consórcio, formado por Odebrecht, AEG e IMX, tem direito a administrar o Complexo Maracanã pelos próximos 34 anos.

Esperança de uso fica para eventual final da Superliga

A esperança dos cariocas de voltarem a ver um jogo da Superliga no Maracanãzinho é uma eventual final do torneio com a participação do Rexona-Ades. Como nesse caso o mando é da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), os custos de utilização do ginásio não iriam recair sobre o clube.

De acordo com o regulamento da competição, a partida será no estado da equipe finalista com melhor índice técnico na fase classificatória. O Tijuca Tênis Clube, pela capacidade limitada, não atende aos requisitos da entidade para a final. Apesar de tudo, as jogadoras acreditam que a equipe não tem motivos só para lamentar com a perda do palco.

– Para nós, que jogávamos a temporada quase toda no Tijuca, é até melhor. Estamos acostumadas. A torcida fica mais perto da quadra. Vai ser positivo – disse a ponteira Gabi.

Embora menos decisivo do que o lado financeiro, outro ponto que motivou o afastamento do Rexona do Maracanãzinho foi a falta da sensação de uma casa. O técnico Bernardinho não queria que o time mandasse lá apenas um ou outro jogo, o que seria menos oneroso, e sim que o acordo permitisse o uso pelo ano inteiro.

Na Superliga 2013/2014, o Rexona-Ades (então Unilever) recebeu cinco duelos no Maracanãzinho: Molico/Osasco e Vôlei Amil (primeira fase), Pinheiros (quartas de final), Vôlei Amil (semifinal) e Sesi-SP (final). O RJ Vôlei não mandou nenhuma no partida no ginásio devido à crise desencadeada pela perda do patrocínio da OGX.

Em comparação com a temporada 2012/2013 do torneio, quando o local era administrado pela Superintendência de Desportos do Estado do Rio de Janeiro (Suderj), o número de confrontos realizados lá era ainda maior: 18 no total. A Superliga 2011/2012, com 23, foi a que mais teve jogos (veja mais abaixo).

– Os valores dos ingressos não vão mudar muito em relação ao ano passado (custavam R$ 10). Não vai ser um problema, mas uma adaptação à realidade. A receita é toda do time. As despesas do ginásio são do time. É uma relação de parceria e de aluguel do espaço, por um valor a ser pago por jogo. A operação cabe ao time – disse Harry.

Até a Superliga passada, a primeira desde a concessão do Complexo à iniciativa privada, a negociação para mandar partidas no ginásio era um pouco diferente do que acontece no Tijuca. Isso porque o Consórcio entrava como parceiro em receitas e despesas. 

– Era percentualmente dividido, mas não 50% a 50%. Segurança, por exemplo, eles arcavam com os custos. Chegamos a 60% e 30%. Cada jogo era uma negociação diferente. Nunca o Consórcio recebeu mais do que o clube. Tínhamos a vantagem de que eles compartilhavam despesas, o que não acontece no Tijuca – explicou Bollmann.

BATE-BOLA

Harry Bollmann

Supervisor do Rexona-Ades

‘Preço foi além do que esperávamos’

O que fez o Rexona deixar de mandar jogos no Maracanãzinho?
Desde que o Maracanãzinho foi entregue à iniciativa privada, ele passou por uma série de melhorias, o que gerou custos operacionais. Na temporada passada, conseguimos achar uma forma de equacionar isso. Eles foram flexíveis. Mas, para esta, expuseram de uma forma bastante clara os custos. E nós expusemos e eles a nossa limitação financeira.

Pegaram vocês de surpresa?
Já tínhamos uma expectativa de que fosse aumentar o preço, mas ele acabou vindo acima do que esperávamos. Não adianta jogar lá uma ou duas vezes. Nós teríamos fôlego de fazer esses jogos, mas abriríamos mão de ter uma casa.

O Tijuca está preparado para receber jogos de grande público?
O clube está tendo um cuidado maior com a segurança. Foram construídas outras saídas de emergência. Operar esses jogos é uma missão do time, não do Tijuca. Estaremos bem servidos lá.

Acredita em alguma possibilidade de as conversas com a concessionária serem retomadas?
Se o Maracanã não conseguir mudar de forma significativa a realidade deles hoje, não teremos como jogar no Maracanãzinho. Só se, em determinado momento, a concessionária entender que será importante nossa presença lá e se propuser a abrir mão de alguns custos. Mas, sinceramente, não acredito.

O PALCO

2009/2010
O Maracanãzinho passou a receber jogos do Rexona (então Unilever) com frequência. Foram oito, sendo que o número poderia ser maior, se não fossem as chuvas que alagaram o ginásio.
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2010/2011
Novamente, o local recebeu oito jogos do time feminino.
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2011/2012
Com a chegada do RJX, o local sediou 13 jogos no masculino e 10 no feminino, em total de 23.
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2012/2013
Foram cinco jogos no feminino e 13 no masculino: 18 ao todo
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2013/2014
Recebeu cinco jogos, todos do feminino, incluindo a final.
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2014/2015
A chance de receber um jogo é só na final feminina.