O retorno à Seleção Brasileira, neste momento, é diferente para Thiago Silva. Bastante aguardado em Istambul, o zagueiro chegou apenas na tarde desta segunda-feira acompanhado dos companheiros de PSG (FRA), David Luiz e Marquinhos. Fora das duas primeiras listas de Dunga por causa de uma lesão na coxa direita, o jogador encara a primeira oportunidade no pós-Copa como um recomeço e até usa uma metáfora para expor a atual situação.
- A equipe está bem formada, com uma defesa sólida e jogando firme. Jogando com a raça que o Dunga pede. Trabalhei com ele em 2010 e sei como ele trabalha, a maneira séria. Pego o bonde andando, mas sei como tudo funciona - disse o jogador.
Além da braçadeira de capitão, Thiago Silva também perdeu espaço, pelo menos neste momento. E ele mesmo reconhece que está atrás de Miranda e David Luiz, atual zaga titular de Dunga.
Defesa, inclusive, que não levou gols nos quatro primeiros compromissos com o novo técnico. Mesmo afastado, o jogador acompanhou o início da reformulação do time e sabe que a reconquista do espaço demandará muito empenho. E vale até uma analogia ao retorno ao PSG para servir de alento.
- O que fica na minha cabeça é entrar no jogo, levar um gol e todo mundo começar a falar. Mas faz parte do futebol. No Paris Saint-Germain, desde que eu voltei nós não perdemos. Podemos fazer comparações. A Seleção está bem servida e vamos tentar ajudar - analisou.
Com o foco voltado apenas para dentro de campo, Thiago Silva até minimiza a questão de não ser mais o capitão. Pelo contrário, enalteceu o novo dono da braçadeira, apesar de pouca idade. Com Dunga, Neymar, aos 22 anos, é quem enverga a braçadeira.
- Estou tranquilo em relação a isso. Neymar é um grande amigo. Minha amizade com ele não vai mudar nada por causa dessa situação. A decisão foi tomada. Vou conversar com o pessoal. Prefiro falar com o pessoal porque fiquei muito tempo fora e nem sei o que está acontecendo - comentou.
Tristeza e sentimento de impotência mesmo se restringem apenas à fatídica eliminação para Alemanha na Copa do Mundo. Os 7 a 1 ainda incomodam Thiago Silva. Ele, porém, deseja que o resultado negativo e histórica sirva de lição para uma nova fase na Seleção: seja dele e do próprio time brasileiro.
- Fica aquela cicatriz. Acho que é normal. É difícil esquecer. Muita gente diz que não pensa, mas não sei se é verdade. Eu penso. Não é constante, mas vira e mexe o seu pensamento volta lá atrás. É inevitável. O importante é ter tranquilidade. O futebol é apaixonante por causa disso. Uma hora você perde, outra você ganha. Mas a maneira como perdemos não foi legal - ponderou Thiago Silva.