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Dor de cabeça! Após choques na Copa, sindicato de jogadores vai cobrar Fifa

Pablo Zabaleta - Holanda x Argentina (Foto: Pedro Ugarte/AFP)
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Além dos grandes jogos, golaços e craques, a Copa do Mundo no Brasil ficou marcada por um lances fortes: os "nocautes" acidentais de atletas durante os jogos. No total, cinco jogadores ficaram desacordados ou sofreram duros golpes na cabeça - dois na decisão. Destes, apenas o alemão Kramer foi substituído. Não sem antes tentar voltar a campo, mesmo desnorteado.

A Fifa criou, junto a outras federações, uma série de protocolos para ajudar os médicos dos clubes a identificarem possíveis concussões após choques de cabeça. De acordo com um porta-voz da entidade, na Copa do Mundo havia em cada jogo um médico independente para auxiliar a comissão técnica em casos urgentes.

Para o FifPro (Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol), porém, isso não é o suficiente. Segundo Andrew Orsatti, porta-voz da instituição, a Fifa "brinca com fogo" ao ser tão permissiva com lesões na cabeça. Outro representante do sindicato, Raymond Beaard, foi consultado pelo LANCE!Net e disse que a decisão sobre substituir ou não um jogador que tomou um choque na cabeça não pode ser apenas do médico do time:

- Há um conflito de interesses. O médico não tem muito tempo para fazer a primeira avaliação pois enquanto ele faz isso o time está com um a menos. Em alguns casos, o treinador pressiona o médico. Isso pode fazer com que ele arrisque o jogador sem que ele seja avaliado da forma correta.

Beeard ainda revelou que a instituição irá fazer em breve uma série de recomendações à Fifa para auxiliar na proteção aos atletas. 

- Vamos entrar em contato com a Fifa ainda nesta semana com o objetivo de abrir um diálogo sobre esse assunto tão delicado. Há algumas recomendações que pretendemos fazer para ajudar na proteção aos jogadores. Uma delas é a possibilidade de uma substituição temporária para que o médico tenha um período estendido para avaliar a condição do atleta que levou uma pancada na cabeça.


COM A PALAVRA
Ricardo Galotti, Presidente da Sociedade Paulista de Medicina Esportiva

"O médico está lá pra preservar a integridade física do jogador. Ele avalia a gravidade e dá o diagnóstico. A opinião médica tem que ser respeitada, se é recomendado que o jogador saia do campo, tem que tirar. Mas quem substitui é o treinador e esse respeito a opinião médica vai muito da relação do médico com o treinador.

Acho que deveria ter uma regulamentação para isso. A palavra do médico tem que ser regulamentada e respeitada. Se não for, não precisa ter médico no campo. Médico apenas para jogar água no jogador? Se o profissional está lá, sua análise deve ser acatada. Sou a favor de uma regulamentação que fortalece a decisão médica."

LESÕES NA COPA
Álvaro Pereira - Joelhada na têmpora de Sterling (Inglaterra 1x2 Uruguai);
Higuaín - Joelhada na mandíbula de Neuer (Alemanha 1x0 Argentina);
Kramer - Ombro no rosto de Garay (Alemanha 1x0 Argentina);
Zabaleta - Ombro no rosto Kuyt (Argentina 0x0 Holanda);
Mascherano - Choque de cabeças com Wijnaldum (Argentina 0x0 Holanda).


BATE-BOLA
Raymond Beaard, Representante da FifPro

1 - O que a FifPro acha da posição da Fifa sobre choques em cabeça?
R: Com todo respeito aos médicos dos times, eles ficam em uma situação difícil. A FifPro defende que haja um médico independente na organização de todas as partidas.

2 - Que recomendações a FifPro pretende dar à Fifa no assunto?
R: Temos seis grandes recomendações (leia mais abaixo). Mas o mais importante nessa situação é termos a ciência de que estamos falando sobre vidas humanas. Uma concussão é uma lesão séria que não pode ser negligenciada. Jogar com uma concussão pode levar ao chamado "segundo impacto". Este pode ser mortal. Isso não deve nunca ser uma opção.

3 - Na Copa, tivemos alguns exemplos...
R: Ficamos chocados com todos os jogadores que continuaram em campo. É preciso que eles sejam apropriadamente examinados. Os jogadores precisam ser protegidos deles mesmos.
 
LISTA DE SUGESTÕES DA FIFPRO
 
- O desenvolvimento de um sistema de monitoramento para que os consensos do Guia de Zurique sejam postos em prática;
- Padronização do exame imediato cognitivo e físico em jogadores com suspeita de concussão;
- Presença de um profissional de medicina independente em partidas competitivas com autoridade para examinar jogadores;
- A possibilidade de uma substituição temporária de um jogador enquanto ele é avaliado;
- Mecanismo de punição para quando as regras do exame não sejam cumpridas;
- A introdução de exames pré-competição que possam ser comparados a casos antigos de possíveis concussões.