Todos Esportes

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Conheça o V3, fundo de investimentos que ajudará o Flamengo a se reforçar

Logo Academia Lance
Escrito por

Formatado por Carlos Langoni, vice de reestruturação da dívida, o fundo de investimento do Flamengo, nomeado V3 e criado na semana passada, prevê, inicialmente, apenas o repasse de um percentual ao clube a título de taxa de vitrine e não contempla o pagamento do salário dos contratados.

O Rubro-Negro receberá 25% sobre o lucro das negociações que envolverem atletas comprados pelos investidores, que terão gerência apenas dos direitos econômicos. O vínculo trabalhista, por sua vez, será firmado com o Fla, que terá de arcar com 100% dos gastos mensais.

Modelo distinto, por exemplo, do Fluminense. A Unimed Rio, que criou o braço Unimed Participações e é responsável pela aquisição de jogadores para o Tricolor, banca 70% dos salários de todo o elenco.

Nesta semana, estava prevista uma nova reunião entre os idealizadores do V3. O projeto foi apresentado a executivos e, por ora, há 17 potenciais investidores dispostos a comprar a cota mínima estipulada em R$ 300 mil.

O fundo, por enquanto, não nomeou um responsável ou uma equipe para fazer o trabalho de captação. Um dos pré-requisitos já estipulados diz respeito ao perfil dos jogadores, que podem ter no máximo 24 anos.

E o surgimento do V3 acontece no momento em que a política de contratações no clube muda drasticamente em relação ao início do ano. Depois de priorizar a chegada de jogadores a custo zero ou em término de contrato, o Flamengo, agora, promete buscar nomes mais tarimbados para o segundo semestre.

Nova filosofia que atende também a uma das exigências colocadas por Mano Menezes antes de assinar.

Projeto na plataforma

A criação de um fundo de investimento pelo Flamengo já estava na plataforma da nova diretoria e a intenção era estabelecer este projeto para o segundo semestre. Inicialmente, a prioridade era implementar o sócio-torcedor que já foi lançado pelo clube.

A constituição de um fundo demanda tempo em função dos trâmites burocráticos. Um dos pré-requisitos é a aprovação na Comissão de Valores Imobiliários (CVM). Por isso, os dirigentes acreditavam que a criação do V3 não seria possível logo no primeiro semestre.

Carlos Langoni, vice de reestruturação da dívida, sempre esteve à frente do projeto com Wallim Vasconcellos, vice de futebol.

Botafogo planeja voos maiores

Rival rubro-negro, o Botafogo está acostumado a trabalhar com um fundo de investimentos para contratar jogadores e na onda do sucesso obtido na primeira versão da Companhia de Participações Esportivas (CPE), o clube organiza para o fim deste ano uma nova etapa.

O fundo foi oficializado pelo Botafogo em junho de 2009. Na época, o clube se juntou à MFD (consultora técnica do fundo) e sete cotistas para conseguir o fundo de aproximadamente R$ 5 milhões. Agora, a meta é aumentar o número de cotistas e o valor destas partes para que o capital de R$ 10 milhões seja conseguido pelo Glorioso.

O objetivo do clube é usar o valor de R$ 10 milhões para contratar já na próxima temporada. A companhia costuma priorizar a busca por jogadores de 18 a 23 anos, já que busca o retorno na parte financeira após alguns anos. Elkeson e Jadson foram jogadores vendidos que deram lucros para a CPE.

Outros exemplos no Brasil

Fluminense
Patrocinadora do Fluminense, a Unimed Rio é responsável por pagar 70% do salário de todo o elenco. A empresa, depois, criou um braço, a Unimed Participações, responsável pela compra dos jogadores. Não há um repasse fixo a título de vitrine ao clube. Este valor tem variações.

Santos
A Teisa foi criada inicialmente para ajudar na contratação de jogadores tendo como colaboradores santistas sem estipular um valor fixo. A empresa chegou a se tornar S/A e, recentemente, virou um fundo de investimento com ideias semelhantes às apresentadas pelo V3, o projeto do Flamengo.

ACADEMIA LANCE!

Marcos Motta
Especialista em direito desportivo

Existem vários tipos de relação de um fundo com o futebol e o Flamengo está criando uma nova e moderna modalidade. Não é que seja melhor ou pior, mas é um novo meio de investimento.

Do ponto de visto jurídico desportivo é uma operação regular. Existem algumas especificidades nos regulamentos da Fifa e da Lei Pelé, porém, que devem ser observados em relação ao contrato do jogador. O artigo 18 do Estatuto da Fifa diz que um terceiro, que seria o fundo, não pode ter influência na relação trabalhista entre clube e atleta. E o artigo 27B da Lei Pelé vai na mesma linha e tenta regular isso.

A relação do jogador é obrigatoriamente com o clube e de natureza trabalhista. Já a do clube com o fundo é comercial.

O Boca Juniors já tem este fundo há mais de dez anos e grandes contratações foram feitas desta forma, assim como o Porto tem uma espécie também de fundo.

Amir Somoggi
Consultor de marketing e gestão esportiva

Todos os grupos de investimentos têm a mesma característica. Os clubes sabem que o futebol está ficando muito caro e, mesmo com verba de televisão e patrocínio, sabem que precisam de investidores que coloquem dinheiro para ajudar nesse processo, que vão ser sócios do clube e ganhar percentagem numa venda futura. É muito difícil o clube competir nesse mundo tão inflacionado, com valores tão fora da realidade como é a contratação de jogadores.

Não estou falando só dos grandes jogadores. Se pegar um jogador de R$ 5 milhões, R$ 10 milhões, o clube não tem esse dinheiro na mão.

O mais importante é que, independentemente do modelo, o clube tenha total controle, com pessoas de confiança do clube. Porque o clube pode ir perdendo os direitos econômicos do atleta e na hora da venda o clube não vai ser o que mais recebe com a transferência. Ele vai ser uma barriga de aluguel. Esse é o grande risco de ceder os direitos econômicos.

Para o Flamengo receber 25% do valor de uma futura transferência é muito pouco. Quando colocar o salário na ponta do lápis vai ver que é bastante alto. Não sei de detalhes do acordo, mas 25% do valor econômico é bem pouco pelo que vale o Flamengo e pelo que custa por mês o salário desses caras.

Se o grupo entra com a contratação e o clube com o pagamento dos salários, é importante fazer as contas para ver quanto que o salário representa. Por uma dessas, o Flamengo vai perceber que pagou uma fortuna e poderia ganhar mais na porcentagem de transferência futura.

O Flamengo é uma vitrine e tem de mostrar o quanto ele retorna de mídia, quanto tem de cobertura, o público nos estádios, isso tudo faz diferença.

Outra coisa é se o clube vai fazer um projeto de marketing, porque simplesmente trazer um jogador e esperar ele resolver em campo para se transformar em receita, não é o suficiente. Tem de pensar também numa estratégia de marketing alinhada com tudo isso. Aumentar a receita com patrocinador, com venda de produtos, com sócio-torcedor, tudo ligado ao torcedor.

Formatado por Carlos Langoni, vice de reestruturação da dívida, o fundo de investimento do Flamengo, nomeado V3 e criado na semana passada, prevê, inicialmente, apenas o repasse de um percentual ao clube a título de taxa de vitrine e não contempla o pagamento do salário dos contratados.

O Rubro-Negro receberá 25% sobre o lucro das negociações que envolverem atletas comprados pelos investidores, que terão gerência apenas dos direitos econômicos. O vínculo trabalhista, por sua vez, será firmado com o Fla, que terá de arcar com 100% dos gastos mensais.

Modelo distinto, por exemplo, do Fluminense. A Unimed Rio, que criou o braço Unimed Participações e é responsável pela aquisição de jogadores para o Tricolor, banca 70% dos salários de todo o elenco.

Nesta semana, estava prevista uma nova reunião entre os idealizadores do V3. O projeto foi apresentado a executivos e, por ora, há 17 potenciais investidores dispostos a comprar a cota mínima estipulada em R$ 300 mil.

O fundo, por enquanto, não nomeou um responsável ou uma equipe para fazer o trabalho de captação. Um dos pré-requisitos já estipulados diz respeito ao perfil dos jogadores, que podem ter no máximo 24 anos.

E o surgimento do V3 acontece no momento em que a política de contratações no clube muda drasticamente em relação ao início do ano. Depois de priorizar a chegada de jogadores a custo zero ou em término de contrato, o Flamengo, agora, promete buscar nomes mais tarimbados para o segundo semestre.

Nova filosofia que atende também a uma das exigências colocadas por Mano Menezes antes de assinar.

Projeto na plataforma

A criação de um fundo de investimento pelo Flamengo já estava na plataforma da nova diretoria e a intenção era estabelecer este projeto para o segundo semestre. Inicialmente, a prioridade era implementar o sócio-torcedor que já foi lançado pelo clube.

A constituição de um fundo demanda tempo em função dos trâmites burocráticos. Um dos pré-requisitos é a aprovação na Comissão de Valores Imobiliários (CVM). Por isso, os dirigentes acreditavam que a criação do V3 não seria possível logo no primeiro semestre.

Carlos Langoni, vice de reestruturação da dívida, sempre esteve à frente do projeto com Wallim Vasconcellos, vice de futebol.

Botafogo planeja voos maiores

Rival rubro-negro, o Botafogo está acostumado a trabalhar com um fundo de investimentos para contratar jogadores e na onda do sucesso obtido na primeira versão da Companhia de Participações Esportivas (CPE), o clube organiza para o fim deste ano uma nova etapa.

O fundo foi oficializado pelo Botafogo em junho de 2009. Na época, o clube se juntou à MFD (consultora técnica do fundo) e sete cotistas para conseguir o fundo de aproximadamente R$ 5 milhões. Agora, a meta é aumentar o número de cotistas e o valor destas partes para que o capital de R$ 10 milhões seja conseguido pelo Glorioso.

O objetivo do clube é usar o valor de R$ 10 milhões para contratar já na próxima temporada. A companhia costuma priorizar a busca por jogadores de 18 a 23 anos, já que busca o retorno na parte financeira após alguns anos. Elkeson e Jadson foram jogadores vendidos que deram lucros para a CPE.

Outros exemplos no Brasil

Fluminense
Patrocinadora do Fluminense, a Unimed Rio é responsável por pagar 70% do salário de todo o elenco. A empresa, depois, criou um braço, a Unimed Participações, responsável pela compra dos jogadores. Não há um repasse fixo a título de vitrine ao clube. Este valor tem variações.

Santos
A Teisa foi criada inicialmente para ajudar na contratação de jogadores tendo como colaboradores santistas sem estipular um valor fixo. A empresa chegou a se tornar S/A e, recentemente, virou um fundo de investimento com ideias semelhantes às apresentadas pelo V3, o projeto do Flamengo.

ACADEMIA LANCE!

Marcos Motta
Especialista em direito desportivo

Existem vários tipos de relação de um fundo com o futebol e o Flamengo está criando uma nova e moderna modalidade. Não é que seja melhor ou pior, mas é um novo meio de investimento.

Do ponto de visto jurídico desportivo é uma operação regular. Existem algumas especificidades nos regulamentos da Fifa e da Lei Pelé, porém, que devem ser observados em relação ao contrato do jogador. O artigo 18 do Estatuto da Fifa diz que um terceiro, que seria o fundo, não pode ter influência na relação trabalhista entre clube e atleta. E o artigo 27B da Lei Pelé vai na mesma linha e tenta regular isso.

A relação do jogador é obrigatoriamente com o clube e de natureza trabalhista. Já a do clube com o fundo é comercial.

O Boca Juniors já tem este fundo há mais de dez anos e grandes contratações foram feitas desta forma, assim como o Porto tem uma espécie também de fundo.

Amir Somoggi
Consultor de marketing e gestão esportiva

Todos os grupos de investimentos têm a mesma característica. Os clubes sabem que o futebol está ficando muito caro e, mesmo com verba de televisão e patrocínio, sabem que precisam de investidores que coloquem dinheiro para ajudar nesse processo, que vão ser sócios do clube e ganhar percentagem numa venda futura. É muito difícil o clube competir nesse mundo tão inflacionado, com valores tão fora da realidade como é a contratação de jogadores.

Não estou falando só dos grandes jogadores. Se pegar um jogador de R$ 5 milhões, R$ 10 milhões, o clube não tem esse dinheiro na mão.

O mais importante é que, independentemente do modelo, o clube tenha total controle, com pessoas de confiança do clube. Porque o clube pode ir perdendo os direitos econômicos do atleta e na hora da venda o clube não vai ser o que mais recebe com a transferência. Ele vai ser uma barriga de aluguel. Esse é o grande risco de ceder os direitos econômicos.

Para o Flamengo receber 25% do valor de uma futura transferência é muito pouco. Quando colocar o salário na ponta do lápis vai ver que é bastante alto. Não sei de detalhes do acordo, mas 25% do valor econômico é bem pouco pelo que vale o Flamengo e pelo que custa por mês o salário desses caras.

Se o grupo entra com a contratação e o clube com o pagamento dos salários, é importante fazer as contas para ver quanto que o salário representa. Por uma dessas, o Flamengo vai perceber que pagou uma fortuna e poderia ganhar mais na porcentagem de transferência futura.

O Flamengo é uma vitrine e tem de mostrar o quanto ele retorna de mídia, quanto tem de cobertura, o público nos estádios, isso tudo faz diferença.

Outra coisa é se o clube vai fazer um projeto de marketing, porque simplesmente trazer um jogador e esperar ele resolver em campo para se transformar em receita, não é o suficiente. Tem de pensar também numa estratégia de marketing alinhada com tudo isso. Aumentar a receita com patrocinador, com venda de produtos, com sócio-torcedor, tudo ligado ao torcedor.