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Brasileiro que escapou da Ucrânia para ser campeão estadual fala ao L!Net: ‘Há males que vem para o bem’

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Após empate em 1 a 1 no tempo regulamentar e vitória nos pênaltis sobre o Maringá, o Londrina sagrou-se campeão paranaense após 22 anos. Coube ao zagueiro e capitão Dirceu a honra de levantar a taça. Mas alguns meses antes, seria impossível que ele imaginasse chegar a este nível de felicidade e conquista. O defensor foi contratado pelo FC Goverla, da primeira divisão da Ucrânia, no começo do ano. Com a instauração da crise no país e a deposição do presidente Viktor Yanukovich, Dirceu viu o sonho de jogar na Europa ruir.

- Perdi o meu chão, a minha autoestima. Mas com certeza há males que vem para o bem. Deus escreve certo por linhas tortas - revelou o zagueiro com exclusividade ao LANCE!Net

No fim de janeiro, Dirceu deixou a esposa grávida no Brasil para perseguir o objetivo de atuar fora do país natal. O modesto FC Goverla, baseado em Uzhhorod, a aproximadamente 625kms da capital Kiev, era o destino. A equipe realizava pré-temporada em Istambul, para onde o zagueiro foi, assim que deixou as terras tupiniquins. Em seguida, foi assinar o contrato na Ucrânia, no fim de janeiro, quando a crise começava a tomar força. Na semana que passou em Kiev, ele sentiu um pouco do clima de animosidade que cerceava o local.

- Os canais de televisão falavam 24 horas por dia dos acontecimentos, algumas equipes de jornalistas estrangeiros já chegavam para fazer a cobertura - detalhou o defensor.

Depois da semana passada em terras ucranianas, onde assinou por duas temporadas e meia com o Goverla, Dirceu retornou à Istambul para dar continuidade à pré-temporada. Ele não sabia que não retornaria à Ucrânia. Com o agravamento da crise, os jogadores do clube foram liberados para ficar com as famílias. Mas se o zagueiro entrasse no país novamente, havia a possibilidade de não conseguir sair.  Sensível à complicação pela qual o brasileiro passava, o clube fez com que ele permanecesse na Turquia por um tempo, antes de pagar a passagem dele de volta para o Brasil.

- Eu assinei por dois anos e meio, mas eles não deram entrada na federação por conta da situação política. Eles queriam que eu ficasse na Turquia recebendo para não jogar, mas não achei isso justo. Disse que só queria que me levassem de volta para casa, e que depois cada qual seguiria o próprio caminho. Foram muito corretos comigo - ressaltou ao L!Net

Na volta ao lar, Dirceu pensou que ficaria no ostracismo por um tempo, mas não. O Londrina, clube pelo qual atuou em 2013, quis contratá-lo. Ele foi inscrito no Campeonato Paranaense na última hora possível, e depois de toda a conturbada trajetória Ucrânia-Brasil, tem o orgulho de ter conquistado o primeiro estadual do Tubarão em 22 anos.

- O Londrina passou por uma fase de fundo de poço, e agora está dando a volta por cima. Eu estava muito confiante, e a final contra o Maringá foi histórica - disse o zagueiro, que não fecha as portas para novas experiências internacionais:

- Não criei um trauma. Valeu como experiência e voltei de comum acordo, mas agora vou tentar construir minha história aqui por um tempo. Minha mulher acabou de entrar no quinto mês de gravidez - finalizou.