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Após 60 anos, Croácia pode fazer história novamente no Brasil

Colégio Brasil/Croácia (Foto: Cleber Mendes/LANCE!Press)
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O Colégio Brasil-Croácia, em Senador Camará, na Zona Oeste do Rio, é só parte do legado deixado pelo padre croata Damian Rodin no Brasil. Após escapar das perseguições dos tempos de guerra na região da antiga Iugoslávia, o religioso chegou ao Brasil em 1954, e, a partir de então, desenvolveu a saúde, educação, e, é lógico, a fé no país. Registrou presença. Fez o que a seleção croata tentará nesta quinta-feira: deixou sua marca.

O padre morreu em 1968, mas, como a história que queria preservar era a de seu país, seu nome não consta em nenhuma das obras, que não foram poucas: nomeado padre da igreja Nossa Senhora da Lapa, em Senador Camará, geriu a primeira reforma do local, que foi ampliado; construiu o abrigo Vila Croácia, no Jabour (não existe mais, substituído posteriormente pelo abrigo que tem o mesmo nome da igreja; ergueu Casa de saúde República da Croácia, no bairro de Sepetiba; e o colégio, vizinho à igreja, e que carrega, até hoje, traços do trabalho de Rodin.

O brasão da instituição, esculpido sobre uma parede na entrada do colégio foi preservado. A tinta da primeira pintura do piso da quadra sobreviveu à segunda mão, de uma reforma mais recente. E, no ensino, as crianças da educação infantil ao ensino médio aprendem sobre a bárbara história do país de seu fundador, e decoraram o Colégio Brasil-Croácia com as cores dos times que se enfrentam hoje, na abertura do Mundial.


- Os alunos, quando chegam na escola, sempre perguntam o motivo do nome do colégio e os professores explicam - comenta Diego Brasil, do 8º ano, sobre a natural curiosidade e sobre o amplo conhecimento dos estudantes.

- Meu avô e minha avó conheceram o padre e dizem que ele era muito legal. Meu pai e um primo dele também estudaram aqui - afirma Sabrina Freitas, do 4º ano, lembrando que o colégio foi a primeira grande obra do padre, em 1956.

Conhecedores de muitos jogadores do adversário da Seleção Brasileira hoje, os alunos ficam na torcida, também, pelo país natal de Rodin.


- O padre foi um grande homem. Torço para a Croácia conseguir a segunda colocação no grupo - confessa Caio Nogueira, do 9º ano.

Já o padre Walnei de Moura, atual responsável pela paróquia, lembra que a marca deixada pelo croata é um exemplo que contraria a lógica da chegada de outros estrangeiros no Brasil:

- O Damian foi um pioneiro. Trouxe, diferentemente de outros estrangeiros que aqui chegaram, uma contribuição. Obviamente, não sei quem vai ganhar, mas, na fé, Brasil e Croácia deram muito certo.

A ligação do colégio com o futebol já vem de antes. Isso porque na Copa do Mundo da Alemanha, o Brasil também estreou contra a Croácia.

- Em 2006, foi praticamente a mesma festa aqui - lembra Caio Casula, do 8º ano.


Um pouco antes no tempo, o colégio teve como aluno o atacante, à epoca ainda sem bigode, Valdir, multicampeão pelo Vasco da Gama.

Mas a diretora do colégio, Eliane de Assis Almeida, valoriza, sobretudo, o que padre Rodin deixou de inspiração.


- Ele trouxe ensinamentos e vontade de melhorar o país. Na educação, saúde e amparo às crianças, que são as coisas mais importantes.

Não precisamos crer que Modric e companhia queiram tão bem ao Brasil. Porém, a marca deixada pelo compatriota no país é grandiosa assim como a que eles pretendem deixar em São Paulo, a partir das 17h.