A derrota por 1 a 0 para o Ceará dentro do Morumbis foi a grande tragédia no meio de várias outras que foram vistas na noite fria de segunda-feira (29) em São Paulo.
Para além de jogadores sem confiança, de um elenco ainda mergulhado na ressaca da eliminação da Libertadores e de uma falta de inspiração e de contundência apavorantes, o que se viu no estádio do São Paulo foi o início de um divórcio entre torcida e time que pode ter consequências terríveis se concretizado.
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O Morumbis teve público de 12.341 pessoas na segunda-feira, o que significa o pior número desde antes da pandemia.
Assim como o casal que vive o fim de um relacionamento, em que um olha para o outro e enxerga apenas decepção onde há um tempo ardia paixão, o torcedor do São Paulo parece estar silenciosamente e de forma conformada se afastando do time nesta temporada. Não houve xingamento a treinador nem a um jogador específico na arquibancada, mas sim direcionados a membros da diretoria, sejam vindos do torcedor comum como das organizadas.
Havia no ar do Morumbis nesta segunda-feira um cheio de desesperança e de cansaço diante de mais uma temporada indo para o ralo apenas com decepções.
Hernán Crespo percebeu o clima e foi claro ao dizer na coletiva depois do jogo que sem o apoio do torcedor, a luta por uma vaga nas “competições continentais” será mais difícil (repare que ele não
falou em Libertadores, o que dá a entender que diante do cenário até uma Sul-Americana está servindo). O treinador claramente tenta juntar os cacos para salvar o que ainda é possível ser salvo.
Torcedores do São Paulo protestam
Antes de a bola rolar, a Torcida Independente fez um protesto em frente ao estádio em que Julio Casares e toda a cúpula do departamento do futebol foram os alvos.
Depois de longo silêncio que vinha desde a eliminação na Libertadores, Casares emitiu um comunicado nas redes sociais pedindo desculpas pelo fracasso da quinta passada e dizendo mais uma vez que o clube passa por um processo de reconstrução.
Talvez tenha sido tarde demais para desculpas porque o divórcio está em curso. Se ele se concretizar, a luta será de novo para o time não ser rebaixado. Se a torcida decidir voltar a apoiar, há alguma chance de o ano terminar menos melancólico.
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Eduardo Tironi escreve sua coluna no Lance! às terças e sextas-feiras. Confira abaixo mais publicações do colunista:
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