Toda e qualquer análise sobre o Gre-Nal 448 vai muito além do jogo. Afinal, a virada de 3 a 2 que o Internacional tomou do seu principal rival dentro do Beira-Rio serviu de gota d’água para a demissão do técnico Roger Machado. Não só isso, porém. Ao mesmo tempo, a derrota na partida válida pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro, disputada no começo da noite de domingo (21), confirmou o longo e sucessivo déjà vu que vive o Internacional. Também repete a carreira do treinador.
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O time que repete falhas no ano
É repetitivo, Sabemos. O Lance! já citou isso aqui, aqui, aqui, aqui e aqui. Pelo menos. Ao longo da temporada, principalmente depois do começo do Brasileirão e das copas do Brasil e Libertadores, foi uma sucessão de gols antes dos dez minutos; de partidas nas quais o Alvirrubro saiu perdendo; problemas defensivos; ineficiência do meio-campo; inoperância do ataque.
Chegamos a comparar: o Colorado estava dentro do filme Feitiço do Tempo. Para quem não conhece – se não viu, procure no streaming perto de você, vale assistir –, Bill Murray vive um jornalista que vai cobrir o Dia da Marmota e fica preso na data, que se repete inúmeras e inúmeras vezes. Sempre os mesmos acontecimentos, não importando as mudanças que personagem faça na sua rotina.
No Inter, Roger Machado trocou nomes. Mudou esquema tático. Voltou atrás. Insistiu. E, nada! As atuações não deslanchavam e o time começou a ir lomba abaixo.
A direção que repete erros há anos
O mesmo pode ser dito da gestão de Alessandro Barcellos. Em cinco anos nos gabinetes do Beira-Rio, o presidente trocou de técnico sete vezes – está indo para o oitavo treinador. A demissão deste domingo repetiu a rotina iniciada na posse, com nenhum treinador terminando uma temporada completa.
Tem sido uma espiral constante: chega um técnico; ele começa bem; cria esperança para o ano seguinte; vem a instabilidade; a instabilidade vira crise; o técnico é demitido; chega um técnico; ele começa bem; ... E assim tem sido.
Os técnicos da era Alessandro Barcellos
- Abel Braga – 11/2020 a 2/2021
- Miguel Ángel Ramirez – 3/2021 a 6/2021
- Diego Aguirre – 6/2021 a 12/2021
- Alexander Medina – 12/2021 a 4/2022
- Mano Menezes – 4/2022 a 7/2023
- Eduardo Coudet – 7/2023 a 7/2024
- Roger Machado – 7/2024 a 9/2025
E a carreira de Roger Machado
Não dá para falar em dèjá vu, repetição, espiral, o que seja, sem pensarmos em Roger Machado. Desde que estreou como técnico, em 2014, no Juventude, ele não fez uma temporada completa. Nem com o Bahia, onde esteve na casamata por mais tempo, começando a trabalhar em abril de 2019 e saindo em setembro de 2016.
O Dia da Marmota do técnico tem quase sempre o mesmo roteiro: chega; arruma o time; desenvolve um bom trabalho; a equipe sofre uma espécie de estagnação; começa a perder a força; os resultados positivos deixam de aparecer; e, como futebol é resultado, Roger acaba demitido.