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Antes de sorteio para a Copa, ex-técnico da França fala de experiências em Mundiais

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Raymond Domenech, com a França, passou do ápice de chegar à final da Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, ao vexame histórico de ser eliminado ainda na primeira fase quatro anos depois, na África do Sul. o ex-técnico da Seleção Francesa saiu com um grupo em crise e jogadores desacreditados, mas defende uma reviravolta francesa trabalhada nos últimos três anos para o torneio no Brasil

Em entrevista ao site da Fifa, o técnico da França entre 2004 e 2010 falou sobre os erros de sua equipe na Copa do Mundo da África do Sul e revelou admiração pelo trabalho de Pep Guardiola em Bayern de Munique e Barcelona. Domenech também comentou sobre a dificuldade da geração pós-Zidane em antender às expectativas após anos melhores do futebol francês.

-  Durante os meus seis anos como técnico da seleção francesa, senti como se tivéssemos passado de uma equipe extraordinária, com jogadores que atingiram a maturidade, para uma geração que perdeu o fio da meada. É a grande diferença entre "herdeiros" e "sucessores". Para mim, teve uma geração de herdeiros, que viveram da herança dos antigos, mas que não souberam trazer a sua experiência para a construção do edifício.

Sobre a Copa de 2010, o treinador afirmou ser difícil apontar erros ou projetar possíveis soluções.

- Depois, tudo pode ser explicado. Mas se eu me disser: "Ah, eu não devia ter escolhido fulano ou beltrano", o que me garante que outra escolha teria sido melhor? É a base do futebol, a realidade da vida: quando fazemos alguma coisa, não serve para nada se lamentar e pensar que deveríamos ter feito diferente. É tarde demais, está feito, não mudaremos nada. Às vezes há coisas que ultrapassam a lógica. Fazemos contra todas as expectativas porque sentimos algo, ser treinador é isso. Às vezes reclamamos, e às vezes temos razão. Foi o que aconteceu comigo em 2006. Fui contra ventos e marés e fui vivamente criticado já naquela época. Mas segui as minhas escolhas e, no fim, só o resultado importa. Se você ganha, é o melhor do mundo. Se perde, não é ninguém. É a lei do nosso esporte.

Domenech também revelou idolatria pelo Barcelona e elogiou o principal responsável recente pela forma de jogo dos culés, Pep Guardiola, além de criticar os que acham entediante o estilo de jogo da equipe.

- Essas pessoas deveriam mudar de esporte! Não é um time que rode a bola por rodar, ao contrário do que às vezes se acredita. O Barcelona movimenta a bola para criar espaços e encontrar soluções. Eles atraem o adversário para melhor imobilizá-lo, desestabilizá-lo e encontrar espaços. Além disso, se você observar bem o trabalho de recuperação defensiva do Barcelona, é toda uma arte. Para mim, o ideal do jogo é coletivo, seja ao estilo do Barça ou não. O fundamento está na relação coletiva, tanto no plano ofensivo quanto na defesa. A essência do futebol é a relação que se cria entre uns e outros. O meio é a bola e a movimentação, o resto é a magia do coletivo - disse o treinador, que continuou elogiando o atual treinador do Bayern de Munique.

- Lembro que antes até do Guardiola, o Barcelona já jogava da mesma maneira. É a tradição do futebol holandês que foi importada na época do Johann Cruyff e desenvolvida no clube desde então. O Guardiola estava impregnado dessa cultura nos tempos de jogador, sobretudo que ele era volante, no centro das ações e da movimentação. É um sistema baseado na solidariedade que funciona se todo mundo se esforçar ao mesmo tempo, no mesmo lugar, na hora certa.