Todos Esportes

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Na Segundona do Carioca, Andrade busca recomeço como técnico

Especial Andrade (Foto: Alvaro Rosa/LANCE!Press)
Escrito por

Olaria e São João da Barra se enfrentaram na quarta-feira pela sétima rodada da Segundona Carioca na rua Bariri. Apesar dos portões fechados por falta de laudo dos bombeiros, alguns sócios do clube conseguiram uma brecha e acompanharam a partida de dentro da sede. Um deles, ao ver a reportagem do L!Net, questionou:

– Cheio de imprensa hoje aqui. É por causa do Andrade, não é? Campeão brasileiro... Vão falar alguma coisa do Olaria?

Realmente, a presença do técnico que levou o Flamengo ao título brasileiro de 2009 na Série B do Rio é um atrativo à parte. Depois de passagens por Brasiliense, Paysandu e Boavista, o técnico não vê como demérito recomeçar a carreira em um clube que tem menos de cinco anos de existência.

– A cobrança é a mesma pelo resultado, estando na Série A ou a Série B, como estou hoje. Você vive 24 horas dentro do futebol. É um desafio como você tem em um clube grande. Talvez seja um pouco diferente, mas temos o desafio de levar esse time à Primeira Divisão. Sinto-me bem, a cidade me recebeu com muito carinho. E isso é importante – comentou.

A nova realidade é bem administrada pelo treinador. O São João da Barra viajou 316 quilômetros até o Rio, na terça, e ficou hospedado em um hotel modesto, na Lapa. Bem diferente da luxuosa concentração do Flamengo na Barra da Tijuca. Logo após a partida, o time retornaria de ônibus com o time júnior, que disputou a preliminar contra o Olaria.

Até o relacionamento com a imprensa mudou. Andrade quebrou o protocolo, falou com a reportagem na beira do campo antes do jogo enquanto acompanhava o time sub-20 e, depois, atendeu os outros jornalistas no centro do campo.

– No clube grande você tem a facilidade para tudo: viagem, estrutura... Aqui você tem mais dificuldades por ter um orçamento mais apertado. E tem de procurar viver com essas dificuldades, buscar soluções e até mesmo improvisar – disse.

Com contrato apenas até junho, quando se encerra a Segundona do Rio de Janeiro, Andrade, por ora, não tem planos e sabe que pode ficar novamente à margem no mercado à espera de nova oportunidade.

– Se subirmos para a Primeira Divisão tem chance de uma conversa. Vamos ver se chega à Série A e conversamos ou vamos buscar uma outra situação – admitiu o técnico.

Goleada quebra invencibilidade

A invencibilidade do São João da Barra foi pulverizada pelo Olaria. Em partida disputada às 15h30 e sob forte calor, a equipe de Andrade foi facilmente envolvida pelos mandantes e sofreu uma goleada por 4 a 1. Até então, o time havia obtido duas vitórias e empatado outros dois jogos.

Sereno, Andrade manteve praticamente a mesma postura durante os 90 minutos. Com braços cruzados, o treinador pouco alterou o tom de voz até mesmo para reclamar da arbitragem em alguns lances.

Antes do jogo, alguns jogadores do Olaria foram até o técnico cumprimentá-lo. Cena que voltou a se repetir após a derrota do São João. Andrade até posou para fotos com alguns jornalistas.

Quando os jogadores faziam aquecimento, o L!Net pediu ao técnico que ele posasse para algumas fotos. Apesar da timidez, Andrade aceitou e ouviu dos comandados: “Está famoso, professor”.

(São João da Barra foi goleado pelo Olaria)

Um acerto inusitado

Sem um responsável por gerir a carreira, Andrade teve um acerto inusitado com o São João da Barra no fim do ano passado. Um intermediário foi o responsável por levar o nome do técnico à diretoria.

– O convite chegou por meio de Ademir Menezes, que foi um grande repórter. Ele perguntou se tinha interesse e que passaria meu telefone. Sentei, depois, com a diretoria e chegamos a um acordo – contou.

A falta de um empresário, inclusive, é um fator que Andrade aponta para a falta de oportunidade em um grande centro após 2010.

– Busquei, mas não consegui e achei melhor seguir sozinho. Sei que hoje que os empresários mandam no futebol – disse.

BATE-BOLA

ANDRADE - Em entrevista ao LANCE!Net

Recebeu outros convites antes de acertar com o São João da Barra?

Tive de convites de outros clubes da Segunda e da Terceira, mas achei que não era interessante naquele momento por circunstâncias de salário, sabemos que alguns clubes não pagam. Achei melhor ficar aqui, com a família. O São João da Barra é um clube menor, mas paga em dia e tem estrutura.

Você tem algumas perspectiva de voltar a dirigir um clube da Série A do Brasil?

Na vida tudo é possível. Há muitos altos e baixos, especialmente dentro do futebol. As coisas acontecem rapidamente e quem sabe não possa surgir uma oportunidade em um clube grande ou até mesmo fora do país? Penso muito nisso e acredito que pode acontecer. Não acho que esteja em baixa hoje. Estou curtindo, estou vivendo, voltei a trabalhar e fazer aquilo que mais gosto. Não estou ansioso.

Depois que saiu do Flamengo chegou a fazer algum curso ou especialização?

Não. Continuei acompanhando o Campeonato Brasileiro, Série B, Série C, jogos lá fora. Acompanho tudo para saber se há alguma novidade em termos táticos e de posicionamento. Sempre busco me atualizar.

Como avalia a passagem pelo Flamengo?

Aproveitei bem essa oportunidade. Fui campeão brasileiro depois de 17 anos, pela primeira vez o Flamengo foi campeão por pontos corridos, cheguei à final do Carioca contra o Botafogo, disputando duas competições e tinha um elenco reduzido com 18 jogadores. Depois deixei o time classificado para as oitavas de final da Libertadores. Em oito meses fiz um currículo que outro treinador brasileiro não consegue fazer em toda a carreira. Acho que fiz minha parte bem, hoje sou recordista de títulos brasileiros, cinco como jogador e um como treinador. Então não tenho de lamentar e só agradecer.

Você trabalhou com jogadores tarimbados no Flamengo como Adriano e Petkovic. Como é o grupo do São João?

Temos um grupo que não tem estrelas. São jogadores que estão no início de carreira ou alguns como Rondinelli, que já rodou por outros menores. É bem fácil de trabalhar. Mas aquele grupo do Flamengo não era difícil de lidar. Todo mundo falava do Adriano, mas a dificuldade tinha quando ele não chegava para treinar. Mas no dia a dia era tranquilo, assim como Pet, Léo Moura, Angelim, Maldonado... Não tive trabalho com eles.

Ainda tem contato com o Adriano ou algum outro jogador campeão brasileiro em 2009?

Na verdade não tive contato com nenhum deles. A não ser quando se encontra em algum evento esportivo esporadicamente, como em jogos de fim de ano. Torço pelo sucesso do Adriano. Ele merece voltar. É uma excelente pessoa.

E como é a relação com os antigos companheiros? Eles ligam para dar um apoio?

Alguns tenho contato sempre como Adílio, Júlio César, Rondinelli e outros encontrei agora no Carnaval na homenagem da Imperatriz para o Zico. Alguns não conversava há muito tempo como Raúl, Lico...É bom rever os antigos companheiros.

Jayme de Almeida pode ter a sequência que você não teve no Flamengo?

Acredito que sim. Até porque a diretoria é outra, não é a mesma da minha época. São pessoas sensatas e mais justas, então vão reconhecer o ótimo trabalho feito por ele.

(Andrade fez contrato até o fim do Estadual)