Todos Esportes

Clubes

Nacionais

escudo do atlético mineiroescudo do botafogoescudo do corinthiansescudo do cruzeiroescudo do flamengoescudo do fluminenseescudo do gremioescudo do internacionalescudo do palmeirasescudo do santosescudo do sao pauloescudo do vasco
logo whatsapplogo instagramlogo facebooklogo twitterlogo youtubelogo tiktok

Santos dá trabalho, mas Cruzeiro vai à final mineira na Copa do Brasil

Torcedores detidos (Foto: Walace Borges)
Escrito por

A resistência do Cruzeiro superou os sonhos do Santos e garantiu uma final incrível para a Copa do Brasil de 2014. Atuando sob forte pressão de 12 mil torcedores na Vila Belmiro, a Raposa estava eliminada até os 35 minutos do segundo tempo, mas um vacilo de Bruno Uvini e Edu Dracena e o preciosismo de Willian, que havia garantido a vantagem no primeiro jogo, foram decisivas para buscar o empate em 3 a 3. Agora, Cruzeiro e Atlético-MG, os dois principais clubes de Minas Gerais, decidirão o maior torneio mata-mata do país. Promessa de ainda mais emoção.

Na noite desta quarta-feira, o protagonista tinha tudo para ser Rildo, que participou da jogada do primeiro gol (convertido pelo ídolo Robinho), sofreu pênalti do segundo (anotado por Gabriel, agora artilheiro da Copa do Brasil), e ainda marcou o terceiro. Mas o nome que brilharia na Vila Belmiro era outro: Willian!

Autor do gol que definiu a vantagem cruzeirense no primeiro jogo, o atacante se recuperou de uma lesão na costela e entrou em campo praticamente no sacrifício. Estava escrito. Aos 35 da etapa complementar, foi dos pés dele o gol decisivo para um time derrotado, mas resistente. Mas ainda houve tempo para um último lance, aos 49. O atacante outra vez foi às redes para dar ponto final aos sonhos santistas.

Em campo, Santos e Cruzeiro honraram a semifinal da Copa do Brasil com um jogaço na Vila Belmiro. Motivado pela força das arquibancadas, o Peixe aproveitou como poucos a energia de seus torcedores e abriu o placar antes do relógio apontar dois minutos do primeiro tempo. Em tabela rápida com Arouca, Rildo arrancou pela esquerda e cruzou no meio da área. A bola achou Gabriel, que ajeitou com carinho para a chegada de Robinho. O enredo parecia perfeito e até Egídio colaborou com um desvio para enganar Fábio. Sonhar era possível.

Enderson Moreira, que havia testado diversas alterações táticas durante a semana, mas decidiu mandar o time-base a campo, manteve Robinho mais centralizado, como centroavante. Rildo e Gabriel enganavam a marcação com muita movimentação. Mas se Enderson não quis mudar o time, Marcelo Oliveira mudou, com Ceará entrando desde o começo e Mayke no banco. Foi do experiente lateral-direito uma finta sensacional para cima da marcação de Mena. No meio da área, Aranha espalmou e Marcelo Moreno concluiu. Mesmo sem Dedé, que saiu machucado no lance do gol do Peixe, o Cruzeiro já empatou com nove minutos de jogo. Resistir também era possível.

Depois desse começo eletrizante, o jogo diminuiu seu ritmo nos minutos seguintes. O Cruzeiro tinha facilidade para trocar passes no meio de campo e o Santos segurava tentando achar um contra-ataque para matar o jogo. Debaixo de uma chuva sem trégua, a melhor chance foi de Rildo, após assistência de Robinho. O problema é que o camisa 31 chutou bem torto e perdeu a ótima chance. No último respiro, aos 45, pênalti a favor do Santos. Mais do que nunca, sonhar era possível.

Após cruzamento de Gabriel na área, Fábio saiu para fazer a defesa, mas largou a bola no meio do caminho. Rildo apareceu para concluir, mas sofreu carga de Léo no ombro, em lance de pênalti discutível e que gerou reclamações. No cantinho esquerdo de Fábio, Gabigol se tornou artilheiro da Copa do Brasil e mostrou que o Santos estava vivo. O sonho que se aproximava mais da realidade.

O segundo tempo começou com a Raposa jogando sem seu natural ímpeto ofensivo e preciosismo na troca de passes no meio. Faltava ao time de Marcelo Oliveira ser mais incisivo. Foi como se o resultado já estivesse garantido e só bastasse o tempo passar. Mas o relógio jogou a favor do Peixe nesta quarta-feira. O terceiro gol foi arte pura. De Robinho para Lucas Lima, de Lucas Lima para Gabriel, de Gabriel para Rildo. E a então impenetrável defesa do Cruzeiro dava espaço para o gol que faltava. Sonhar nunca foi tão bom.

Robinho sentiu lesão e saiu. Jorge Eduardo, o garoto que deve ter passado a semana inteira sonhando com esse jogo, teve sua chance de entrar. E os sonhos do Santos foram se tornando cada vez mais reais diante da pressão incessante da torcida e da pressa sem fim dos cruzeirenses. Para sonhos, parecia não haver resistência que se criasse. Mas do outro lado era o Cruzeiro. E quem não resistiu foi a defesa do Peixe.

Aos 35 do segundo tempo, Fábio deu um chutão desde a sua área e Bruno Uvini tentou antecipar. Ali, o Santos foi eliminado. A bola sobrou limpa para Willian, que não sofreu com a marcação frouxa de Edu Dracena e bateu no canto de Aranha. A pressa foi para o outro lado, mas já não havia tempo.No desespero, espaço para Willian, o predestinado, marcar mais um. A resistência falou mais alto que os sonhos.

FICHA TÉCNICA
SANTOS 3 x 3 CRUZEIRO

Local: Vila Belmiro, em Santos (SP)
Data/Hora: 5 de novembro de 2014, às 22h
Árbitro: Dewson Fernando Freitas da Silva (PA)
Assistentes: Bruno Boschilia (PR) e Cleriston Clay Barreto Rios (SE)

Público/renda: 11.952/ R$ 444.760,00

Cartões amarelos: Rildo e Lucas Lima (SAN); Egídio, Wilian, Fábio e Lucas Silva (CRU)

Gols: Robinho (1’/1°T), Marcelo Moreno (7’/1°T), Gabriel (47’/1°T), Rildo (13’/2°T), Willian (35’/2°T), Willian (49'/2ºT).

SANTOS: Aranha, Cicinho, Edu Dracena, Bruno Uvini e Mena (Caju, intervalo); Alison (Renato, aos 35'/2ºT), Arouca e Lucas Lima; Rildo, Robinho (Jorge Eduardo, aos 15’/2ºT) e Gabriel. Técnico: Enderson Moreira.

CRUZEIRO: Fábio, Ceará, Dedé (Bruno Rodrigo, aos 4’/1ºT), Léo e Egídio (Samudio, intervalo); Henrique, Lucas Silva (Júlio Baptista, aos 18’/1ºT) Everton Ribeiro e Ricardo Goulart; Willian e Marcelo Moreno. Técnico: Marcelo Oliveira.