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Ramires condena torcedores racistas: ‘Surpreso e decepcionado’

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“O melhor Ramires está de volta”, festejou José Mourinho na primeira quinzena de fevereiro. O volante sofrera de setembro a janeiro com uma grave lesão no músculo adutor da coxa direita. Titular nas últimas cinco das sete partidas do Chelsea (ING), o camisa 7 está próximo de um recorde com as cores de um clube inglês: ser o primeiro brasileiro campeão dos principais torneios nacionais e europeus.

Na sua quinta temporada na Inglaterra, ele já venceu a Copa da Inglaterra (2011/2012), a Liga dos Campeões (2011/2012) e a Liga Europa (2012/2013). O Chelsea lidera o Campeonato Inglês desde o começo e, a 12 rodadas do fim, está com cinco pontos de vantagem sobre o vice-líder Manchester City. No domingo, o título da Copa da Liga pode ser alcançado em final contra o rival Tottenham, em Wembley, às 13h no horário de Brasília. Mourinho pode escalar Ramires entre os 11 iniciais, já que Matic, parceiro de Fàbregas no meio de campo, está suspenso.

O noticiário na terra da Rainha nos dias que antecedem a final, no entanto, tem de dar espaço ao que há de pior não só no esporte, mas no ser humano: o preconceito. No último dia 17, torcedores do Chelsea entoaram cantos racistas e impediram que um passageiro negro embarcasse no metrô de Paris (FRA), antes do jogo de ida das oitavas de final da Liga dos Campeões contra o PSG (FRA).

Intolerância e recorde pelo Chelsea são apenas dois dos diversos temas abordados pelo LANCE!NET nesta entrevista exclusiva realizada na casa de Ramires, de 27 anos, em Londres (ING).

BATE-BOLA:

L!Net: Como você reagiu ao ver a cena de racismo dos torcedores do Chelsea no metrô de Paris?

Ramires: Fiquei surpreso e decepcionado com tudo o que aconteceu, mas é uma minoria da torcida que se comporta assim. A prova disso é que no último jogo (empate em 1 a 1 com o Burnley) a nossa torcida levou cartazes pregando a igualdade. O que aconteceu em Paris partiu de uma minoria burra, e aquelas pessoas têm de ser punidas da forma mais severa possível. O racismo é inadmissível.

L!Net: Você já sofreu algum tipo de preconceito aqui na Inglaterra?

Ramires: Nunca, cara. Fico triste por ainda ter que falar sobre racismo hoje em dia, mas é algo necessário para as pessoas se conscientizarem. Eu levo esse lema de igualdade para a minha família, passo isso para o meu filho (Davi, 4 anos) e estou sempre presente nas campanhas do Chelsea.

L!Net: Muito se falou que você ficou perto de sair do Chelsea na última janela.

Ramires: Para mim ficou tudo muito bem claro. Em momento algum eu falei em sair do Chelsea. A especulação começou por não estar jogando, mas era por causa da lesão. Eu conversava com o Mourinho, o Rui (Faria, assistente), e me perguntavam como eu estava. E realmente eu senti da parte deles que eles estavam me preservando para eu não antecipar a volta e me machucar de novo.

L!Net: Você teve uma conversa específica com o Mourinho sobre isso?

Ramires: Não tivemos essa conversa, até porque ele não fala isso para jogador algum. Talvez se o jogador chegar nele pedir para sair, aí sim. Se ele quisesse a minha saída, ele falaria. Não chegou proposta alguma, meus empresários não me passaram nada.

L!Net: Mourinho falou recentemente que o “melhor Ramires está de volta”. Você concorda?

Ramires: Passo todos os dias no clube, viajo mesmo com lesão, entro no jogo se precisar. Tudo isso aí eles estão acompanhando. O Mourinho e a comissão dele sabem que, mesmo com dor, se eles precisarem, podem contar comigo. Eu realmente estou voltando à minha melhor forma e, ouvir isso do treinador, é motivo para me superar ainda mais.

L!Net: Como é a espera até poder completar as maiores conquistas pelo Chelsea?

Ramires: Cara, estou bastante ansioso, comento com a minha esposa, meus irmãos, meu sogro, porque o Campeonato Inglês é meu sonho desde que cheguei ao Chelsea. Ainda tem a final da Copa da Liga e, quem sabe, se a gente for muito bem, ganhar a Liga dos Campeões de novo, por que não? Seria bem bacana ganhar esses dois títulos que me faltam pelo Chelsea.