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‘Palco’ de Copa testemunha nostalgia, tensão e crise

Reinaldo, ex-Flamengo, defende o Luverdense (Foto: Rodrigo Cerqueira)
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Curitiba é a única cidade-sede da Copa que terá dois estádios na história que receberam jogos da competição numa mesma avenida. Na Engenheiro Rebouças o passado se confunde com o presente e o futuro, e o clima de nostalgia precisa de apenas 2,2 quilômetros para se transformar em novidade. Mas nesta sexta-feira, pela Série B do Campeonato Brasileiro, o que se viu na Vila Capanema foi uma mistura de nostalgia, tensão e crise. O Luverdense venceu por 2 a 0 o Paraná Clube, no estádio que sediou dois jogos na Copa de 1950, e afundou o rival na zona de rebaixamento da competição.

Nostalgia marca a história da Vila Capanema. Considerado em 1950 um dos estádios mais modernos do Brasil, hoje sofre com os traços do tempo. E vê no fim da Engenheiro Rebouças a modernidade da nova Arena da Baixada, que será palco de quatro jogos no Mundial deste ano. Na Vila, vestiários apertados, sala de imprensa pouco funcional e estrutura longe dos "padrões Fifa". Ainda sim, com chuva e numa sexta-feira gelada em Curitiba, recebeu pouco mais de três mil pessoas, a grande parte delas para apoiar o Paraná. Em vão!


Nostalgia também marca a história do Paraná Clube. Fruto de uma fusão entre o Colorado Esporte Clube e do Esporte Clube Pinheiros, em 1989, na década de 90 reinou no estado - venceu seis Paranaenses nos dez primeiros anos de vida. Hoje se encontra na zona de rebaixamento da Série B e com poucas perspectivas. Para se ter uma ideia do drama, o clube pagou somente nesta sexta-feira os salários de março dos jogadores. Os problemas não param por aí, e há os mais pessimistas que dizem que se continuar assim, o clube fechará as portas. Já vendeu e arrendou parte de imóveis que fazem parte da sua sede. Contra a Luverdense, a torcida apoiou até quando dava. Depois do segundo gol, xingamentos e protestos para a diretoria, e no apito final a ira quase se transformou em briga na saída de campo dos jogadores. Crise!


Nostalgia também dentro de campo. Qual torcedor do Flamengo não se lembra do atacante Reinaldo? E qual botafoguense não se recorda do meia Lucio Flávio? Pois é, ambos foram adversários ontem. Ambos desfilaram por grandes times do futebol brasileiro e até internacional, e hoje medem forças diante de públicos pequenos e com problemas estruturais e financeiros. Mas para Reinaldo, não há do que reclamar.

- Joguei no Paraná no ano passado, quase conseguimos o acesso. Então veio a proposta do Luverdense com o projeto de chegar na Série A. Aceitei, é um clube que paga seus compromissos em dia. Hoje, com 35 anos, só tenho que agredecer pelo o que o futebol me deu, e enquanto eu tiver forças para continuar jogando... Seguirei e deixo as coisas acontecerem, não tenho mais aquele desespero para jogar em time grande - disse ao LANCE!Net o atacante, que também já defendeu o São Paulo e o Paris Saint-Germain, entre outros.


Chega de nostalgia? Não, pelo contrário! O futebol... Ah, esse também ficou longe do que já vimos em grandes tempos dos campeonatos nacionais. Principalmente pelo lado Tricolor, um desastre. Falta organização e qualidade. Ao ponto de a torcida pedir por reforços o tempo todo na Vila Capanema.

Na chuvosa e gelada noite de Curitiba, o clima de nostalgia deu o tom. A partir deste sábado, porém, com a pausa dos jogos da Série B do Brasileirão, a cidade só terá bola rolando na moderna Arena da Baixada, e com status de Copa do Mundo. E a Avenida Engenheiro Rebouças seguirá unindo o passado e o presente, sendo testemunha de uma história de Copa do Mundo singular. Testunha do antigo e do novo, mas principalmente da paixão pelo futebol.